Veja os principais semifinalistas do Prêmio Jabuti 2019
Os finalistas serão revelados no próximo dia 31. Já a cerimônia final da premiação está prevista para 28 de novembro
O Prêmio Jabuti chega à 61ª edição com um novo recorde: foi registrado um aumento de 11% no número de inscrições neste ano. Na última quinta-feira (3), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou os semifinalistas das 19 categorias da principal premiação de literatura do Brasil. Assim como no ano passado, o Jabuti foi dividido em quatro grandes eixos: Literatura, Ensaio, Livro e Inovação.
Os finalistas serão revelados no próximo dia 31, enquanto a cerimônia final da premiação está prevista para o dia 28 de novembro. A grande homenageada do Jabuti deste ano é a escritora Conceição Evaristo, que conquistou o prêmio em 2015, com o livro Olhos d’água.
Entre os autores indicados na edição deste ano estão os escritores Geovani Martins, com O sol na cabeça, na categoria Contos, Ana Paula Maia, com Enterre seus mortos, em Romance, e Míriam Leitão, com Refúgio no sábado, em Crônicas. Confira a lista com os principais livros que estão concorrendo!
O sol na cabeça, de Geovani Martins
Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, esta obra surge como uma mais que bem-vinda novidade.
A tirania do amor, de Cristóvão Tezza
A tirania do amor, de Cristóvão Tezza, é um dos semifinalistas da categoria Romance. Nesta livro, o economista Otavio Espinhosa toma uma decisão radical: abdicar do sexo. O que parece piada se revela uma profunda crise pessoal: um casamento falido, problemas com o filho, o fim de sua carreira acadêmica e a experiência de ter tentado enriquecer como guru de autoajuda. Também a carreira de Otavio parece estar em perigo: tudo indica que ele será demitido da empresa de investimentos onde trabalha. O leitor vai aos poucos destrinchando a investigação de um esquema no qual Otavio pode ou não estar envolvido, desenhando o panorama de um país em ruína.
Enterre seus mortos, de Ana Paula Maia
Este livro também é um dos semifinalistas da categoria Romance. Edgar Wilson é “um homem simples que executa tarefas”. Trabalha no órgão responsável por recolher animais mortos em estradas e levá-los para um depósito onde são triturados num grande moedor. Seu colega de profissão, Tomás, é um ex-padre excomungado pela Igreja Católica que distribui extrema unção aos moribundos vítimas de acidentes fatais que cruzam seu caminho. A rotina de Edgar é alterada quando ele se depara com o corpo de uma mulher enforcada dentro da mata. Quando descobre que a polícia não possui recursos para recolhê-lo, o funcionário decide rebocar o cadáver clandestinamente até o depósito, onde o guarda num velho freezer, à espera de um policial que, quando chega, não pode resolver a situação.
Bagageiro, de Marcelino Freire
Bagageiro, no Recife, é onde se leva todo tipo de coisa em cima da bicicleta: mercadoria, botijão de gás, criança etc. Neste Bagageiro, encontramos uma coletânea de pequenas histórias, entremeadas por comentários – por vezes mordazes – sobre a escrita, o país, o mundo, a vida literária e não literária. Classificados pelo autor como “ensaios de ficção”, os textos reunidos nesta obra fazem parte de um gênero atípico, misturando críticas à realidade, toques de humor sagaz e prosa poética, tudo isso com o estilo único e brilhante de Marcelino Freire. O livro é um dos semifinalistas de Contos.
Refúgio no sábado, de Míriam Leitão
Conhecida pelo público principalmente por sua cobertura jornalística de economia e dos bastidores do poder, Míriam Leitão reúne pela primeira vez suas crônicas, nas quais aborda conversas que a marcaram, memórias da infância e momentos do cotidiano. Os textos, publicados inicialmente no blog de seu filho Matheus Leitão, são uma bela oportunidade para os leitores conhecerem melhor o dia a dia de Míriam, suas origens e o processo de formação de uma escritora. Refúgio no sábado concorre na categoria Crônicas.
Nenhum mistério, de Paulo Henriques Britto
Na categoria Poesia, um dos semifinalistas é o livro Nenhum mistério, de Paulo Henriques Britto. Ele coloca à prova os limites das estruturas clássicas e retoma sua lírica brilhante e mordaz, marcada por uma forte descrença no sublime e no sentido. Conforme Britto anuncia, trata-se de uma “cruel lição”, sem planos para o futuro, conclusões práticas ou teorias extravagantes.
Jorge Amado – Uma biografia, de Joselia Aguiar
Um dos mais populares autores de todos os tempos, Jorge Amado foi lido com igual satisfação nos cinco continentes. Marcou não só as letras latino-americanas, mas também a politica, os costumes, a TV e o cinema nacional. A primeira, mais completa e atualizada biografia do grande escritor brasileiro Jorge Amado (1912-2001), é uma das semifinalistas da categoria Biografia, Documentário e Reportagem. Com acesso exclusivo a documentos de família e cartas de parentes, amigos e outros escritores, além de exaustivas entrevistas e pesquisas no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, o livro retraça a vida emocionante de um dos mais populares escritores universais do século XX.
Valsa brasileira, de Laura Carvalho
Este livro é um dos semifinalistas da categoria Humanidades. Entre 2006 e 2017, a economia brasileira viveu numa montanha russa. Do segundo mandato de Lula ao impeachment de Dilma Rousseff, o país passou por alguns dos anos de maior prosperidade de sua história, mas também viveu uma crise sem precedentes. O que aconteceu? Este livro sugere uma resposta. Segundo a autora, os obstáculos para a continuidade do crescimento inclusivo de 2006 e 2010 eram superáveis, mas optou-se por fazer deles pretexto para uma malsucedida mudança de rumo. Laura Carvalho não se limita ao diagnóstico, e propõe uma nova agenda, partindo do princípio de que o aprofundamento da democracia cabe, sim, no orçamento.
Velhos são os outros, de Andréa Pachá
Depois de quase 20 anos à frente de uma Vara de Família, cuidando de casos de divórcios, pensão, guarda e convivência familiar, a juíza Andréa Pachá se viu diante de um novo desafio: assumir uma Vara de Sucessões, onde lidaria com julgamentos de inventários, testamentos e curatelas. É a partir das experiências dessas audiências que Pachá desenvolve este livro, um dos semifinalistas de Crônicas. Com talento singular para transformar as vivências no tribunal em ficção e uma capacidade impressionante de criar personagens muito vívidos e com desejos e motivações com os quais todos se identificam, Pachá narra acasos do tempo, da memória e das relações em família da perspectiva da Justiça mas sobretudo da perspectiva humana.
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