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Veja os principais finalistas do Prêmio Jabuti 2020

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Vencedores da edição deste ano serão divulgados no dia 26 de novembro, em cerimônia online, nas redes sociais da CBL

Principal premiação de literatura no Brasil, o Prêmio Jabuti divulgou os finalistas nesta quinta-feira (5). Ao todo, são 20 categorias e cada uma delas com cinco autores. Os vencedores da edição de 2020 serão anunciados durante cerimônia online, no dia 26 de novembro, nas redes sociais da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

Entre os principais finalistas estão Essa gente, de Chico Buarque, Torto arado, de Itamar Vieira Junior, Carta à rainha louca, de Maria Valeria Rezende, e Marrom e amarelo, de Paulo Scott, na categoria Romance Literário. Há ainda Redemoinho em dia quente, de Jarid Arraes, em Contos, e Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro, em Humanidades.

Esta é a primeira vez que o Prêmio Jabuti incluiu a categoria de Romance de Entretenimento. Alguns dos principais destaques estão os livros Uma mulher no escuro, de Raphael Montes, e Olhos bruxos, de Eliezer Moreira. Confira alguns dos principais finalistas e boa leitura!


Essa gente, Chico Buarque

Autor de um romance histórico que fez furor nos anos 1990, o escritor Manuel Duarte passa por um deserto criativo e sentimental. Dividido entre várias ex-mulheres, espartilhado por pesadas dívidas, surpreendido por um filho de quem vai aprendendo a ser pai, Manuel Duarte bate perna nas ruas do Leblon no intervalo das horas em frente ao teclado, desesperando por um novo livro. O pano de fundo é um Rio de Janeiro que sangra e estrebucha sob o flagelo de feridas sociais a cada dia mais ostensivas; cenário maior onde se desenrolam as feridas individuais daspersonagens, que juntas compõem um diário em que se procura fazer sentido do tumulto do presente.


Marrom e amarelo, de Paulo Scott

Um romance impactante, sem paralelos na literatura contemporânea, sobre dois irmãos marcados pela discriminação racial no Brasil. Os irmãos Federico e Lourenço são muito diferentes. Federico, um ano mais velho, é grande, calado e carrega uma raiva latente. Lourenço é bonito, joga basquete e é “muito gente boa”. Federico é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. Filhos de pai preto, célebre diretor-geral do instituto de perícia do Rio Grande do Sul, eles crescem sob a pressão da discriminação racial. Lourenço tenta enfrentá-la com naturalidade, e Federico se torna um incansável ativista das questões raciais. É um romance preciso, que nos faz mergulhar nos abismos expostos do país.


Caleidoscópio de vidas, de João Anzanello Carrascoza

Três histórias se conectam pelos laços do afeto na paisagem igualmente bela e triste do Rio de Janeiro. De maneira delicada, João Anzanello Carrascoza apresenta ao jovem leitor o olhar de três gerações sobre as dificuldades e as belezas de uma vida comum. Este livro é finalista na categoria Juvenil.


Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende

Isabel das Santas Virgens, presa no convento do Recolhimento da Conceição, escreve à rainha Maria I, conhecida como a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por muitos como também lunática, conta os destemperos cometidos pelos homens da Coroa contra mulheres, escravizados e todos os que se encontravam mais vulneráveis. Por meio dos tormentos passados por ela e por sua senhora Blandina, nossa narradora expõe o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar.


Torto arado, de Itamar Vieira Junior

Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-as tão dependentes que uma será até a voz da outra. Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspectiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladainhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e a emancipação dos trabalhadores.


Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro

Em Pequeno Manual Antirracista, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro discute temas como o racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Nos onze capítulos deste pequeno manual, a autora revela possibilidades de reflexão para que as pessoas aprofundem conhecimentos sobre discriminações racistas estruturai, assumindo o seu papel na luta pela transformação do estado das coisas.


Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida, de Jotabê Medeiros

Como Raulzito, o garoto de classe média de Salvador que era fã de Elvis Presley, se transformou em Raul Seixas, um dos maiores ícones da cultura pop brasileira? Como o jovem sonhador, depois de “passar fome por dois anos na cidade maravilhosa”, conquistou as gravadoras e o grande público? Jotabê Medeiros, autor de Apenas um rapaz latino-americano, cultuada biografia de Belchior, e crítico musical de larga experiência, responde a essas perguntas e apresenta, neste livro vertiginoso, a primeira biografia de Raul à altura de sua importância.


Sombrio ermo turvo, de Veronica Stigger

Um livro da novíssima ficção brasileira, que surpreende e faz rir — mesmo dos eventos mais terríveis da vida. Este grupo de ficções de Veronica Stigger — contos, causos, epifanias, poemas e textos de inspiração teatral — oferece, com sua variedade de forma e ritmos, um conjunto absolutamente irresistível, aterrador e risível de nossas fragilidades (do corpo e da mente).


Olhos bruxos, de Eliezer Moreira

Nesse ir e vir fervente de personagens, somos orquestradamente levados a ambíguos e confusos sentimentos ora por meio do humor do romancista ora pela ação dos próprios personagens que atravessam páginas como quem transpõe portas em direção a imponderáveis desvios de rota. Este novo romance de Eliezer Moreira evoca principalmente Machado de Assis e, de modo menos evidente, o também carioquíssimo Joaquim Manuel de Macedo. É igualmente carioca como certos romances de Marques Rebelo, Antonio Callado ou Rubem Fonseca, situados num Rio de muitas academias e malandragens afins.


Redemoinho em dia quente, de Jarid Arraes

Livro de estreia da escritora Jarid Arraes no gênero dos contos, Redemoinho em Dia Quente apresenta histórias de mulheres que vivem na região do Cariri, no Ceará. As histórias misturam elementos do realismo e da fantasia e constroem um contundente crítica social, na medida em que narram o cotidiano público e privado das mulheres.


Uma furtiva lágrima, de Nelida Piñon

Nélida Piñon vale-se aqui, mais uma vez, de sua fina capacidade de costurar reminiscências. Em uma obra de autoficção e memórias, com extraordinário talento para narrar suas experiências e rara habilidade para sublinhar os sabores dos detalhes, valoriza e rejuvenesce os limites formais da literatura. Uma escritora para quem a morte, domada, é personagem; para quem o veredito da morte, projetado, é diagnóstico para resistir e superar.


Uma mulher no escuro, de Raphael Montes

Um crime brutal cometido há 20 anos, uma única sobrevivente, o retorno calculado do assassino. Em quem Victoria deve confiar? Neste thriller psicológico, Raphael Montes une romance e suspense em uma narrativa intrincada e sedutora. Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro. Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

2 thoughts on “Veja os principais finalistas do Prêmio Jabuti 2020

  • Cleonice E O Carvalho

    Faltou “Os Supridores” do José Falero.

    O livro é maravilhoso, é atual, é nossa gente, nossa história.

  • Um dos principais pr mios liter rios do Pa s, o Jabuti divulgou no in cio da tarde desta quinta-feira, 31, os 5 finalistas de suas 19 categorias – elas s o divididas em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Livro e Inova o. No in cio do m s, os organizadores revelaram os 10 finalistas .

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