140 anos de Lima Barreto: 6 livros para conhecer a vida e obra do autor
Nascido em 13 de abril de 1881, escritor teve papel importante em retratar preconceito e exclusão social no Brasil. Veja suas obras!
Um dos principais nomes da literatura brasileira, o escritor Lima Barreto nasceu em 13 de abril de 1881, no Rio de Janeiro. O autor, descendente de escravos, teve grande importância em retratar o preconceito e a exclusão na sociedade brasileira. No início da carreira, ele trabalhou em algumas revistas e publicou seu primeiro livro, Recordações do escrivão Isaías Caminha em 1909.
No entanto, seu livro mais conhecido e aclamado pela crítica foi Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado, inicialmente, no Jornal do Commercio, em 1911. Quatro anos depois, ele pagou do próprio bolso a publicação do livro. O trabalho literário de Lima Barreto faz parte do Pré-Modernismo, que era justamente a transição entre o Simbolismo e Modernismo. Nos livros do autor, não há mais a romantização do Brasil, mas, sim, um nacionalismo crítico, que expõe as mazelas sociais e políticas do país.
Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também acabam com as diferenças que a gente inventa.”
Ao longo da vida, Lima Barreto escreveu romances, sátiras, crônicas, periódicos e contos. Mas a maior parte da obra do escritor foi descoberta e publicada por pesquisadores depois de sua morte. Entre os principais títulos do autor, além dos citados acima, estão As aventuras de Dr. Bogoloff e Clara dos anjos.
Em paralelo ao seu trabalho literário e jornalístico, Lima Barreto tinha uma vida conturbada, por causa de seus problemas de saúde. Alcoólatra, ele chegou a ser internado em um hospital psiquiátrico em 1914. O escritor morreu, aos 41 anos, após um colapso cardíaco.
Para homenagear os 140 anos de Lima Barreto, selecionamos as suas principais obras. Veja a lista completa e boa leitura!
Triste fim de Policarpo Quaresma
Lima Barreto foi um crítico mordaz da vida carioca no período da primeira república. A obra traça o destino tragicômico de um homem tomado pelo patriotismo ingênuo, em quixotesca luta contra a corrupção de políticos.
Clara dos anjos
Clara dos Anjos é um romance póstumo, cuja elaboração levou mais de uma década. O assunto central da obra é o preconceito racial que o autor conheceu por experiência própria. Lima Barreto é um mestre da ironia e do sarcasmo, recursos que se adaptam com perfeição ao seu projeto literário de denúncia. Escrito em linguagem simples foge ao preciosismo retórico.
Recordações do escrivão Isaías Caminha
Este é o primeiro romance de Lima Barreto. No livro, o escritor faz uma crítica radical à mediocridade e à hipocrisia da sociedade.
O homem que sabia javanês
O conto O homem que sabia javanês desmascara um dos mitos da sociedade brasileira, o fascínio pela erudição postiça do “doutor”. Na melhor tradição da anedota burlesca, narra a história de um migrante pobre que vence na vida por cair nas graças de um velho Barão.
A nova Califórnia
Nesta obra, a nebulosidade das figuras de linguagem fazem o leitor ter uma certa dificuldade em encontrar o significado das frases. Mas que, no final das contas, leva o leitor a descobrir que por baixo de tudo está uma grande sátira a alma gananciosa do ser humano.
Lima Barreto: Triste visionário, de Lilia Moritz Schwarcz
Durante mais de dez anos, Lilia Moritz Schwarcz mergulhou na obra de Afonso Henriques de Lima Barreto, com seu afiado olhar de antropóloga e historiadora, para realizar um perfil biográfico que abrangesse o corpo, a alma e os livros do escritor de Todos os Santos. Esta, que é a mais completa biografia de Lima Barreto desde o trabalho pioneiro de Francisco de Assis Barbosa, lançado em 1952, resulta da apaixonada intimidade de Schwarcz com o criador de Policarpo Quaresma – e de um olhar aguçado que busca compreender a trajetória do biografado a partir da questão racial, ainda pouco discutida nos trabalhos sobre sua vida.
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