Clássico de Lúcio Cardoso ganha nova edição pela Companhia das Letras
“Crônica da casa assassinada” será relançado pela editora no dia 7 de abril. Conheça mais detalhes sobre a nova edição do livro
Considerado um clássico da literatura brasileira, Crônica da Casa Assassinada foi lançado pela primeira vez no país em 1959. Com uma linguagem metafórica, clima fantasmagórico e a presença de diferentes narradores, o romance conta a história dos Meneses, uma família que enfrenta uma espiral de decadência, pobreza e submissões que se aprofunda ainda mais a cada nova geração.
A situação, no entanto, não diminui o respeito que é conferido à família na pequena cidade mineira onde vivem. Por lá, os Meneses são donos de uma enorme Chácara, casa que, na mesma medida em que lhes orgulha, também gera desconfiança nos habitantes da comunidade.
A atmosfera de tensão e violência entre os irmãos começa a mudar com a chegada de Nina, uma jovem carioca que se casa com Valdo, o irmão do meio, e muda-se para a casa da família. Nesse momento, Demétrio, o irmão mais velho, encontra em sua esposa, Ana, uma arma sutil para a resolução dos problemas. O caçula Timóteo, por sua vez, passa a viver enfurnado em seu quarto e refém de sua própria decadência.
O livro, que já foi adaptado para o cinema em 1971 pelo diretor Paulo César Saraceni ganha uma nova edição mais de 40 anos após o seu lançamento. Lançada pela Companhia das Letras, a publicação resgata o texto original de Lúcio Cardoso e inclui um prefácio escrito pelo jornalista e escritor paulista, Chico Felitti.
Sobre Lúcio Cardoso
Nascido no dia 14 de agosto de 1912 em Curvelo (MG), Joaquim Lúcio Cardoso Filho foi um escritor, dramaturgo e poeta brasileiro. Na companhia dos escritores brasileiros Otávio de Faria, Cornélio Pena, Vinicius de Moraes, Lúcio Cardoso foi um dos grandes nomes da literatura intimista que passou a vigorar no país a partir da década de 1930.
Durante a sua carreira, Cardoso publicou 14 romances de cunho sociológico e psicológico que, de maneira geral, refletiam a respeito da vida, da ética e dos valores morais da sociedade. “Maleita”, “A Luz no Subsolo” e “Crônica da Casa Assassinada” são algumas das obras literárias escritas pelo autor mineiro.
Lúcio Cardoso faleceu em 22 de setembro de 1968, aos 56 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de um segundo AVC. Pelo conjunto de sua obra, o escritor foi reconhecido pela Academia Brasileira de Letras com o Prêmio Machado de Assis, dois anos antes de falecer.
Aproveite o momento para conhecer outras obras do escritor mineiro!
A Luz no Subsolo
Publicado em 1936, A Luz no Subsolo trata da loucura vivida pelo casal, Madalena e Pedro, após a chegada da nova empregada, Emanuela, disputada pelo patrão e seu cunhado, Bernardo. A chegada da sogra de Madalena, Adélia, amplia ainda mais os conflitos. Neste livro, o que importa é a sensação de que a realidade são as trevas de um subsolo no qual vemos tudo de forma confusa e distorcida.
Dias Perdidos
Dias Perdidos combina a complexidade de personagens como Clara e Sílvio à linearidade de Áurea e Jaques, o corte realista do romance. O livro investiga a indefinição interior de seus caracteres e os aproxima de um contexto em que o desfecho é previsível e o passado serve de lição.
Diários
O livro reúne não só o primeiro volume do Diário, publicado em 1960, como também o Diário completo, lançado postumamente pela editora José Olympio em 1970. Com notas inéditas e correções, a obra editada por Ésio Macedo Ribeiro colabora com o fim dos equívocos sobre a obra de Lúcio Cardoso.
Salgueiro
Inspirado no morro carioca de mesmo nome, Salgueiro revela as diferenças e contradições existente entre o morro e a cidade. Contada a partir do olhar de três gerações de homens sem perspectivas, O avô, O pai e O filho, a história revela um morro com vida própria, habitado por pessoas que vão se descaracterizando e, em meio à fome, à miséria e ao desemprego, se veem transformadas em coisas.
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