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10 livros para você ler no Dia da Consciência Negra

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Você sabia que a data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares? Confira os autores!

Em todo 20 de novembro, celebra-se o Dia da Consciência Negra em todo país, como uma referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares. Além de relembrar a luta dos escravizados no Brasil, a data traz debates fundamentais para a sociedade atual, como combate ao racismo e à desigualdade social no país.

Para celebrar o Dia da Consciência Negra, selecionamos obras fundamentais de autores negros brasileiros sobre racismo, violência racial, preconceito e negritude. Entre os livros da lista estão Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro, e Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo. Confira a seleção completa e escolha sua próxima leitura!


Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro

Em Pequeno Manual Antirracista, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro discute temas como o racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Nos onze capítulos deste pequeno manual, a autora revela possibilidades de reflexão para que as pessoas aprofundem conhecimentos sobre discriminações racistas estruturai, assumindo o seu papel na luta pela transformação do estado das coisas.


Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Principal escritor brasileiro, Machado de Assis não poderia ficar de fora da lista. Memórias Póstumas de Brás Cubas, obra publicada em 1881, conta a história daquele que é considerado o maior hipócrita da literatura brasileira: Brás Cubas, personagem tipicamente burguês, sem objetivos e bastante contraditório que resolve escrever sua história depois de morto, tornando-se o primeiro autor defunto da humanidade. A narrativa é marcada pela desordem cronológica, o excesso de transgressões e reflexões e a aparente falta de conexão entre os pensamentos do narrador e o que é contado.


O crime no Cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz

Um corpo amanhece em um beco, envolto em uma manta e com pequenas partes cortadas. O crime do cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz, é um romance histórico-policial que começa em Moçambique e vem parar no Rio de Janeiro, mais exatamente no Cais do Valongo. O local foi porta de entrada de 500 mil a um milhão de escravizados de 1811 a 1831.


E foi assim que eu e a escuridão ficamos amigas, de Emicida

Uma menina tem medo da escuridão. Quando chega a noite, vem a preocupação e a ansiedade: afinal, o que o escuro pode esconder? O que ela nem imagina é que, do outro lado, a escuridão também é uma menina ― cujo maior medo é a claridade, e todo tipo de coisa que se revela quando nasce o sol. Em seu segundo livro, Emicida faz uso da narrativa poética e ritmada, para explorar um tema que nos acompanha durante toda a vida: o medo do desconhecido.


Tudo nela brilha e queima, de Ryane Leão

O primeiro livro da escritora Ryane Leão expõe as vivências da professora e poeta em um mundo que insiste em silenciar as vozes de mulheres negras. A autora compartilha com os leitores as suas experiências com o amor, a rotina, a cidade, as transições, os recomeços, os tropeços, as partidas e as contrapartidas.


Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.


Racismo estrutural, de Silvio Almeida

Nos anos 1970, Kwame Turu e Charles Hamilton, no livro “Black Power”, apresentaram pela primeira vez o conceito de racismo institucional: muito mais do que a ação de indivíduos com motivações pessoais, o racismo está infiltrado nas instituições e na cultura, gerando condições deficitárias a priori para boa parte da população. É a partir desse conceito que o autor Silvio Almeida apresenta dados estatísticos e discute como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.


Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus

Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada é o diário de Carolina Maria de Jesus. Moradora da comunidade do Canindé, em São Paulo, e mãe de três filhos, Carolina registra a sua rotina como catadora de papel e revela aos leitores um sensível e contundente relato da dura realidade vivida na periferia da capital paulista.


O avesso da pele, de Jeferson Tenório

Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira. É a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos. O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade.


Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Úrsula não é apenas o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira, é também o primeiro da literatura afro-brasileira, entendida como produção de autoria afrodescendente que tematiza a negritude a partir de uma perspectiva interna.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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