10 vozes indígenas para acompanhar na música brasileira
Do funk ao heavy metal, nós sugerimos dez nomes para quem deseja conhecer a produção musical de artistas indígenas no país
A música é um dos elementos formadores da cultura brasileira e a sua presença no país é mais antiga do que comumente se imagina. Vale ressaltar que, muito antes chegada das tropas portuguesas por aqui, os povos indígenas já utilizavam o registro sonoro nos rituais, festas e celebrações culturais, seja a partir do canto ou de suas rezas.
Porém, a música indígena brasileira não se restringe somente ao uso ritualístico e no interior das comunidades. Pelo contrário, observa-se, nos últimos anos, que cantores e compositores de diferentes etnias no país têm dedicado os seus trabalhos na música à divulgação nacional e internacional da luta e da resistência dos povos indígenas do país.
Que tal conhecer artistas indígenas que estão produzindo novas narrativas na música brasileira? Do funk ao heavy metal, nós preparamos uma lista com dez nomes para você acompanhar. Confira!
Ademilson Umutina
Ademilson Umutina é um cantor e compositor indígena que vive na aldeia Bacalana, localizada no município de Barra do Bugres (MT). Um dos principais representantes da música sertaneja indígena, o artista canta memórias e valores ancestrais a fim de resgatar a cultura tradicional do povo Umutina.
Arandu Arakuaa
Formada em 2008, Arandu Arakuaa foi a primeira banda brasileira a cantar heavy metal em tupi-guarani. O grupo, que em Brasília por iniciativa do músico Zândhio Aquino, investe em arranjos que misturam o som pesado do metal com as sonoridades e elementos dos ritmos folclóricos brasileiros, presentes no uso da viola caipira e de instrumentos indígenas. Em suas letras, Arandu Arakuaa faz ecoar as lendas e lutas dos povos indígenas no país.
Brô MC’s
Considerado o primeiro grupo de rap indígena do Brasil, o Brô MCs surgiu entre as aldeias de Jaguapirú e Bororó por iniciativa de Bruno Veron, Clemersom Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto. Os quatro músicos da etnia guarani-kaiowá e naturais de Dourados (MS) misturam Guarani e português em rimas que pautam a identidade indígena e o direito pela terra, mas também discutem temáticas como o consumo de drogas e os altos índices de suicídio no interior das aldeias.
Djuena Tikuna
Djuena Tikuna é uma cantora, compositora e jornalista indígena da etnia Tikuna. Djuena nasceu na Aldeia Umariaçu II, localizada no município de Tabatinga (AM), região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. A artista cantou o Hino Nacional em língua Tikuna na abertura das Olimpíadas de 2016 e, em 2017, lançou o seu primeiro álbum, “Tchautchiane”. Em suas canções, Djuena Tikuna canta a força de seu povo e clama pela resistência dos povos indígenas.
Edivan Fulni-ô
Edivan Fulni-ô é um cantor e compositor indígena da etnia Fulni-ô de Pernambuco. Ao longo de sua trajetória musical, o artista tem utilizado a música indígena contemporânea como ferramenta na luta pela sobrevivência dos povos indígenas no país.
Kunumí MC
Aos 19 anos, Kunumí MC é considerado o primeiro indígena artista de rap solo no país. Morador da aldeia Krukutu, localizada na Zona Sul de São Paulo, o artista lançou em 2017 o álbum “My Blood Is Red, com composições em português e guarani que falam sobre a sua história e a de seu povo. Desde então, o MC apresentou o single “Demarcação Já – Terra, Ar e Mar”, produzida em parceria com o Criolo, e o clipe da canção “Guerreiro da Floresta / Xondaro Ka’aguy Reguá”, lançado durante a pandemia.
KATÚ
A paulistana Katú é cantora, compositora, atriz e ativista pela causa indígena. Filha biológica de um homem do povo Boe Bororo, a artista foi adotada por um casal de não indígenas aos onze meses de idade. Em 2017, teve as suas raízes reconhecidas pelo povo Guarani M’bya e por lá foi batizada como Katú Mirim. Em seu trabalho musical, Katú flui pelo rap e o trap em canções que debatem a demarcação de terras, a ancestralidade, a vida dos povos indígenas e a sobrevivência de sua cultura no Brasil.
Nory Kaiapo
Nory Kaiapo faz parte da etnia Kayapó e vive em uma Terra Indígena no município de Novo Progresso, no Pará. Com mais de 20 mil seguidores em seu canal no YouTube, Nory é pioneiro no funk indígena no país e tornou-se conhecido em sua região após lançar o álbum “Hina Hina”. O artista aposta em composições em sua língua nativa e é adepto do funk consciente.
Revelação da Tribo
Comandada pelo cantor Edvan Guajajara, a banda Revelação da Tribo surgiu no Maranhão e é formada por indígenas da etnia Guajajara. O som do grupo mergulha no universo do forró, mas sem se desvencilhar das influências trazidas pelos ritmos da música indígena.
Sonissini Mavutsini
Criado por iniciativa de Lappa, indígena da etnia Yawalapiti, Sonissini Mavutsini investe em sonoridades que misturam elementos da música indígena com o reggae. A banda, que também conta com a participação dos músicos Weiler Jahmaika, Rodrigo Kaverna, Léo (Bernujha), Milca Fya Burning, Bruno (Bicudo) e Carmel IYA, aposta em suas próprias composições, produzidas em Karibe e Tupi, duas línguas faladas no Xingu.
Qual dos nomes da lista você vai ouvir?
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Obrigada por essa lista, uma preciosidade!