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Dia da Imprensa: 8 livros para conhecer o jornalismo brasileiro

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Objetivo da data é reforçar a importância da imprensa em uma sociedade. Confira nossa seleção de livros e boa leitura!

Você sabia que 1º de junho é o Dia da Imprensa Brasileira? A data foi criada, em 1999, com a criação do jornal Correio Braziliense. Anteriormente, era celebrada em 10 de setembro, que remetia à primeira circulação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808, ano da chegada da Família Real ao Brasil. O principal objetivo é reforçar a importância da imprensa, que tem um papel fundamental de levar informações aos cidadãos, sobretudo, em uma sociedade democrática.

A história da imprensa

A palavra “imprensa” está relacionada à prensa móvel, um processo gráfico desenvolvido por Gutenberg, no século 15. Neste método, utilizava-se tipos móveis – caracteres avulsos, cravados em blocos de madeira -, que formavam palavras e frases. Três séculos depois, o método começou a ser utilizado para imprimir jornais, com grande expansão na Europa.

No entanto, apenas no século 19, os governantes notaram que os veículos de comunicação poderiam atingir as massas e, com isso, começaram a circular uma diversidade maior de jornais nos países, como The Times, The Guardian e a Associated Press.

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Vale destacar também o período da Guerra Civil dos Estados Unidos, em 1861. A partir deste momento, uma das primeiras coberturas jornalísticas, houve inovações técnicas, novas condições de trabalho e até mesmo mudanças estruturais nos textos das reportagens. As manchetes começaram a ocupar os espaços das primeiras capas dos impressos e surgiu o lead, parágrafo introdutório com as principais informações da matéria, utilizado até hoje.

Liberdade de imprensa

Ao longo dos anos, outros veículos de comunicação, além do impresso, foram difundidos na sociedade, como o rádio, televisão e a internet. Independentemente do meio utilizado, é fundamental que a imprensa seja livre, sem censuras, para que exponha e dê visibilidade aos problemas e fatos de um local. O artigo 220 da Constituição Brasileira, inclusive, prevê a liberdade de imprensa.

“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição (…). Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística (…)”, diz um dos trechos.

Para celebrar o Dia da Imprensa, selecionamos oito livros fundamentais para você conhecer o jornalismo brasileiro. A lista inclui títulos de jornalismo literário, como Todo dia a mesma noite, de Daniela Arbex, e também biografia, como Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais. Veja a seleção e boa leitura!


Todo dia a mesma noite, de Daniela Arbex

Todo dia a mesma noite traz uma reportagem definitiva sobre a tragédia que abateu a cidade de Santa Maria em 2013. A obra relembra e homenageia os 242 mortos no incêndio da Boate Kiss. Neste livro, a jornalista Daniela Arbex reconstitui de maneira sensível e inédita os eventos da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Foram necessárias centenas de horas dos depoimentos de sobreviventes, familiares, equipes de resgate e profissionais.

todo dia a mesma noite - daniela arbex

Brasil, construtor de ruínas, de Eliane Brum

Neste livro, a premiada jornalista Eliane Brum recupera o que perdemos: o processo. A partir de seu ponto de vista sempre singular, ela aponta o que é ruptura, o que é continuidade. Narra as transformações de um país que acreditava ter finalmente chegado ao futuro, mas descobriu-se atolado no passado. Partindo das reportagens e artigos de opinião escritos nos últimos anos, especialmente para sua coluna no jornal El País, ela documenta não só as mudanças objetivas, mas também as subjetivas, às vezes mais determinantes – da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva aos primeiros cem dias de Jair Bolsonaro.


Dossiê Moscou, de Geneton Moraes Neto

Em Dossiê Moscou, o jornalista Geneton Moraes Neto, descreve o que aconteceu no dia em que o líder da antiga União Soviética, Mikail Gorbachev, deu por concluída a abertura política e econômica, o que resultou no fim do socialismo real. Geneton, que foi correspondente da TV Globo na ex-União Soviética, entrevistou personalidades mundiais, revelando segredos que nunca foram publicados sobre um dos maiores acontecimentos do final do século XX.


Tragédia em Mariana – A história do maior desastre ambiental do Brasil, de Cristina Serra

Conheça a história por trás de um dos maiores desastres socioambientais de todos os tempos. Reportagem definitiva sobre um dos eventos mais relevantes, também entre os mais dramáticos, da vida pública brasileira no século XXI: o rompimento devastador da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015. Este livro revela e esmiúça documentos, procedimentos e condutas sem se afastar da dimensão humana, do componente individual, particular, a memória dos que morreram, a dor dos que restaram, os sonhos – ainda duvidosos – dos que gostariam de recomeçar.


A feijoada que derrubou o governo, de Joel Silveira

O jornalista Joel Silveira reuniu histórias políticas de grandes figuras da República, como João Goulart e Jânio Quadros, e de outras menos conhecidas do público no livro A feijoada que derrubou o governo. Um dos textos aborda a vida de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, a raposa mineira que “tirava a meia sem tirar o sapato”. Seja no relato de sua experiência como correspondente na Segunda Guerra, na observação da fauna política brasileira e no relato histórico despretensioso, Joel mostra como o jornalismo pode ser saboroso e original. 


Tempos extremos, de Míriam Leitão

Quantos mistérios uma antiga fazenda perdida entre as serras das Minas Gerais pode guardar? Mistérios que chegam de forma inesperada, revelando passados diversos a uma família dividida por conflitos afetivos e políticos e ali sitiada por causa daschuvas. É o que Larissa, jovem deslocada entre os seus, descobrirá, em uma estranha jornada na qual perseguirá sombras e segredos para encontrar desejos autênticos e entender os próprios sonhos. No primeiro romance da consagrada jornalista Míriam Leitão, o leitor não encontra espaço para respirar. É uma história de paixões extremas, sobre tempos extremos, urdida com sutileza e convicção.


Richthofen – O assassinato dos pais de Suzane, de Roger Franchini

Quem não se lembra da jovem rica e bonita que planejou meticulosamente a morte dos pais? O caso da fampilia Richtofen ganhou imediatamente as páginas dos jornais e chegou à boca do povo, envolvendo a população neste que foi um dos crimes mais cruéis e conhecidos do país. Neste livro, Rogério Franchini revela de forma inédita os bastidores da investigação policial, as suspeitas, as evidências, os responsáveis pelo inquérito e mesmo os chocantes depoimentos de Suzane e dos irmãos Cravinhos.


Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais

É claro que as biografias também não poderiam ficar de fora da lista, ainda mais sobre Assis Chateaubriand, um dos principais nomes da comunicação brasileira. Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão, Chatô sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país na década de 1960.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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