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A ficção científica de Philip K. Dick

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Com mais de cem contos e 44 romances, o escritor deixou extenso legado para a literatura mundial. Conheça algumas das obras!

O escritor Philip K. Dick é um dos queridinhos do público geek. Nascido em 16 de dezembro de 1928, em Chicago, nos Estados Unidos, ele revolucionou o gênero de ficção científica ao envolver temas sociais, políticos e filosóficos em seus livros. As obras do autor norte-americano ganharam ainda mais visibilidade após adaptações no cinema, como Blade runner – Caçador de androides.

Dick começou a se dedicar à escrita a partir da década de 1950, quando publicou textos nas revistas If e The magazine of fantasy and science fiction. Em 1955, ele lançou seu livro de estreia, Solar lottery, mas não teve grande sucesso. Oito anos depois, o escritor conquistou o Prêmio Hugo pelo livro O homem do castelo alto. Apesar da premiação e dos mais de cem contos e 44 romances publicados, os trabalhos do norte-americano só ganharam maior repercussão após a morte.

Às vezes, a resposta apropriada para a realidade é se tornar insano”.

Destaca-se também que o escritor teve uma vida conturbada. Assim como mostram as biografias Eu estou vivo e vocês estão mortos, de Emmanuel Carrère, e A vida de Philip K. Dick, de Anthony Peake, Dick usava anfetaminas em escala industrial. Seus devaneios eram, inclusive, relatados em alguns textos, como em Scanner Darkly: “O mal uso das drogas não é uma doença. É uma decisão, como você parar na frente de um carro em movimento. Isto pode ser chamado de um erro de julgamento”.

Que tal conhecer algumas das principais obras de Philip K. Dick? Veja a nossa seleção especial e boa leitura!


O caçador de andróides

Este romance trata de um futuro distópico, com elementos cruciais de ficção científica. Na narrativa, os leitores conhecem Rick Deckard, um caçador de recompensar que está se tornando obsoleto com o avanço das máquinas.


Um reflexo na escuridão

Esta obra se passa na Orange County do futuro. A história gira em torno do Agente Fred, policial escalado para obter informações sobre a origem de uma droga chamada Substância D. Sob o nome de Bob Arctor e com um disfarce que muda até sua fisionomia, ele é infiltrado em um grupo de usuários e se vê obrigado a tomar grandes quantidades da droga para manter sua identidade em segredo. No entanto, o policial logo começa a duvidar de sua própria consciência – como é característico do trabalho de PKD – e não sabe mais quem é de fato: um honesto policial se passando por usuário de drogas ou um viciado que, para obter acesso mais fácil às substâncias ilícitas, finge ser policial.


O homem do castelo alto

Neste romance perturbador e surpreendente, Philip K. Dick apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados. É nesse contexto assustador que se desenvolvem os dramas de vários personagens, cujas vidas acabam entrelaçadas pelos ditames do I Ching, o milenar oráculo chinês, e que se descobrem envolvidos em situações além de seu controle. A obra apresenta uma versão alternativa da história, revelando um olhar crítico e filosófico sob a condição humana.


O tempo desconjuntado

Neste romance, Philip K. Dick faz o leitor duvidar do real e se perguntar a todo momento até que ponto a paranoia é justificada. Ragle Gumm tem um trabalho bastante peculiar: ele sempre acerta a resposta para um concurso diário do jornal local. E quando ele não está consultando seus gráficos e tabelas para o trabalho, aproveita a vida tranquila em uma pequena cidade americana em 1959. Pelo menos, é isso que ele acha. Mas coisas estranhas começam a acontecer. Primeiro, Ragle encontra uma lista telefônica e todos os números parecem ter sido desconectados. Depois, uma revista sobre famosos traz na capa uma mulher belíssima que ele nunca tinha visto antes, Marilyn Monroe. E para piorar, objetos do dia a dia começam a desaparecer e são substituídos por pedaços de papel com palavras escritas.


Espere agora pelo ano passado

O dr. Eric Sweetscent está em apuros. Seu planeta está enredado em uma guerra intergaláctica; sua esposa é letalmente viciada em uma poderosa droga com efeitos colaterais estranhos; e seu novo paciente não é apenas o homem mais importante da Terra, como talvez o mais doente. Em meio a uma crise interplanetária, onde nada é exatamente o que parece, Eric se torna o médico pessoal do secretário-geral Gino Molinari, que transformou suas misteriosas doenças em um instrumento político — e Eric já não sabe se seu trabalho é curá-lo ou apenas mantê-lo vivo.


Sonhos elétricos

Os dez contos de sua autoria reunidos nesta edição foram adaptados para a série televisiva britânica Electric Dreams, uma antologia de histórias futurísticas que, ao mesmo tempo, ilustram a visão profética de Dick e celebram o eterno apelo midiático de sua obra. Seguindo o que a literatura de Dick tem de melhor, os contos apresentam cenários familiares, mas ao mesmo tempo estranhamente distorcidos, e têm o poder de questionar a realidade e tirar o leitor de sua zona de conforto.


O homem duplo

Em um futuro não muito distante, a cidade de Los Angeles é rastreada 24h por scanners, infestada por milhares de insetos imaginários e tomada pelo tráfico de drogas cujo principal produto é a “Slow Death” ou “Substância D” – que afeta os hemisférios cerebrais e causa uma dependência jamais vista. Neste cenário, o agente duplo Bob Arctor tenta descobrir quem são os principais traficantes da cidade, mas pode sucumbir aos apelos de uma viciada sedutora, durante a deliciosa trama desta obra.


Qual seu livro favorito de Philip K. Dick? Comente e participe!


Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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