Qual autora brasileira que todos deveriam conhecer?
Por meio das redes sociais, nossos leitores indicaram 11 livros de escritoras nacionais. Ficou curioso? Veja a nossa lista completa!
Nos últimos anos, as mulheres conquistaram mais espaço no meio literário brasileiro e mundial. Neste período, elas resistiram (e ainda resistem) contra o preconceito e ganharam mais voz nos livros e nas narrativas. De Clarice Lispector e Rachel de Queiroz a Conceição Evaristo e Djamila Ribeiro, a literatura brasileira costuma revelar grandes escritoras.
Mas é difícil escolher apenas uma favorita e inesquecível, né? Por isso, pedimos ajuda aos nossos leitores nas redes sociais para escolher aquelas autoras que todos deveriam conhecer. Qual você incluiria na lista? Veja a nossa seleção completa e boa leitura!
Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz
Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL). Um de seus principais livros é Memorial de Maria Moura, que é ambientado no sertão do início do século XIX. A obra narra a história da guerreira Maria Moura, jovem corajosa que transforma-se na líder de um bando de homens armados.
Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo
Conceição Evaristo é uma das principais escritoras brasileiras contemporâneas. Ela nasceu em 29 de novembro de 1946, em uma favela da Zona Sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Desde cedo, Conceição aprendeu a equilibrar sua educação com a necessidade de trabalhar. Doutora pela UFF e Mestra pela PUC-Rio, graduou-se em Letras pela UFRJ. Um de seus principais livros é Ponciá Vicêncio. A obra descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos.
Meu livro de cordel, de Cora Coralina
Uma das principais autoras da literatura brasileira, Cora Coralina publicou seu primeiro livo em junho de 1965, aos 76 aos. Poeta e contista, ela nasceu em 20 de agosto de 1889, em Goiás. No livro Meu livro de cordel, a escritora trabalha a literatura de cordel, enquanto gênero literário, em 43 poemas. Cora homenageia os menestréis nordestinos, que para ela são “irmãos do Nordeste rude”. Apresenta a alma dos rios, das pedras, dos gestos exaustos das lavadeiras, a simplicidade da vida, do amor e da morte.
Quem tem medo do feminismo negro?, de Djamila Ribeiro
Nascida em 1º de agosto de 1980, em Santos, Djamila Ribeiro é formada em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e concluiu o mestrado em Filosofia Política na mesma instituição, onde continua atuando como pesquisadora. Seus trabalhos giram em torno de temas como raça, gênero e feminismo. Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados na revista Carta Capital, entre 2014 e 2017. A autora aborda ainda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil.
Felicidade clandestina, de Clarice Lispector
Como não amar Clarice Lispector? A escritora nasceu no dia 10 de dezembro de 1920, na Ucrânia, mas foi naturalizada brasileira. Sua obra, repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, é, ainda hoje, considerada uma das mais importantes do século XX. Felicidade clandestina foi publicado pela primeira vez em 1971. O livro reúne 25 contos que falam de infância, adolescência e família, mas relatam, acima de tudo, as angústias da alma.
O olho da rua, de Eliane Brum
Jornalista, escritora e documentarista, Eliane Brum nasceu em 23 de maio de 1966 em Ijuí, no Rio Grande do Sul. Durante 11 anos trabalhou no jornal Zero Hora como repórter e por dez anos na Revista Época como repórter especial. Vencedora de dezenas de prêmios jornalísticos, ela colabora a cada 15 dias com uma coluna no jornal El País e também contribui com o britânico The Guardian. Em O olho da rua, Eliane Brum reúne dez reportagens, sendo cinco urbanas, quatro na Amazônia e uma sobre a geografia íntima da autora.
Senhora dona do baile, de Zélia Gattai
Zélia Gattai nasceu, no dia 2 de julho de 1916, em São Paulo. Ela ficou casada por 56 anos com Jorge Amado e, aos 63 anos, começou a escrever suas memórias. Em Senhora dona do baile, a autora relata os anos de exílio na Europa, ao lado de seu marido. São anos tensos, que Zélia fisga com agilidade incomum. Publicado originalmente em 1984, o livro tem início em 1948, quando Zélia e o filho, João Jorge, então com quatro meses, embarcam rumo à Europa para se juntar a Jorge Amado, obrigado a fugir às pressas do Brasil depois de ter seu mandato de deputado federal cassado. Zélia adota, aqui, o papel que mais lhe agrada: o de discreta, mas meticulosa, observadora do real.
Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia
Nascida no Rio de Janeiro, em dezembro de 1977, a escritora Ana Paula Maia conquistou o Prêmio São Paulo de Literatura 2018 com o livro Assim na terra como embaixo da terra. A obra retrata a história de uma colônia penal isolada, um terreno com um histórico tenebroso de assassinato e tortura de escravos, construída para ser um modelo de detenção do qual nenhum preso fugiria, torna-se campo de extermínio. Espécie de capitão do mato/carcereiro, Melquíades é o algoz dos presos, caçando e matando-os como animais, apenas por satisfação pessoal.
Quarto de despejo – Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus
A lista também não poderia deixar de incluir a escritora Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras e principais autoras negras do país. Com linguagem simples, Quarto de despejo retrata o duro cotidiano de uma favelada. Na obra, uma mulher negra, pobre e semianalfabeta conta o que viveu, sem artifícios ou fantasias. A leitura nos coloca em contato com cinco anos da vida da personagem, que representa a voz dos excluídos, marginalizados e estereotipados da nossa sociedade desigual.
A ilha perdida, de Maria José Dupré
A escritora Maria José Dupré ficou conhecida pela Coleção Vaga-Lume. No livro A ilha perdida, Eduardo e Henrique resolvem explorar uma misteriosa ilha e descobrir se as histórias que ouvem sobre o lugar são reais. Acabam se envolvendo em uma grande aventura em que um velho sábio ensina o respeito e o amor à natureza. Um clássico da literatura juvenil brasileira, agora com novo formato e ilustrações coloridas.
As meninas, de Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles também é uma das principais escritoras brasileiras. Ela nasceu, em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923, e publicou o seu primeiro livro ainda na adolescência. A obra As meninas é narrada em um pensionato de freiras paulistano, em 1973, onde três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e literárias. A drogada Ana Clara, linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso.
Qual seu livro você incluiria na lista? Comente e participe!
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adorei, muito bom!
Indico Gleice Matias Bacelar!!!
Livros impactantes com pessoas reais!!!
Vale a pena em um universo tão diversificado, literaturas que vem de encontro com o todo.