9 músicas para viajar pelo universo de “Torto Arado”
É fã do romance de Itamar Vieira Junior? Então conheça nove músicas para mergulhar ainda mais no universo de Bibiana, Belonísia e companhia
Vencedor do Prêmio Oceanos 2020 e considerado o melhor romance do ano no Prêmio Jabuti 2020, Torto Arado tornou-se um dos livros mais importantes na literatura brasileira contemporânea e uma febre entre os leitores.
Escrito por Itamar Vieira Júnior, a obra conta a história de Bibiana e Belonísia, duas irmãs que vivem no sertão baiano. Um dia, elasencontram uma faca na mala guardada sob a cama de sua avó e então, acontece um acidente. Desse momento em diante, as vidas das duas estarão para sempre ligadas e uma será a voz da outra quando isso for necessário.
Em homenagem à “Torto Arado”, nós selecionamos nove músicas que vão fazer você mergulhar ainda mais no universo de Bibiana, Belonísia e companhia. Aproveite as canções e leituras!
Bravum de Elegbara, Fabiana Cozza
Canção de Moyseis Marques e Luiz Antonio Simas, Bravum de Elegbara foi gravada por Fabiana Cozza no ano passado. A canção saúda Exu, orixá também conhecido como Elegbara e que é considerado mensageiros dos orixás e senhor dos caminhos nas tradições afro-brasileiras.
Para ir além da canção…
Filosofias africanas: Uma introdução, Nei Lopes e Luiz Antonio Simas
Em Filosofias africanas,Nei Lopes e Luiz Antonio Simas tratam, de maneira didática, dos saberes ancestrais africanos e da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo.
Chorojô, Os Tincoãs
Gravada no álbum “Os Tincoãs” (1973), Chorojô é uma canção do grupo formado no Recôncavo Baiano no fim dos anos 1950. A faixa fala sobre o dia em que Mamãe Oxum chorou e a sua maré secou pela falta de amor.
Para ir além da canção…
O Mar que Banha a Ilha de Goré, Kiusam de Oliveira
Em O Mar que Banha a Ilha de Goré, percorremos o caminho inverso das viagens empreendidas pelos africanos escravizados a partir do século XVI. Guiados por Kika, os leitores vão conhecer uma terra rica e cheia de história e poderão encontrar o caminho para compreender a história afro-brasileira, incluindo o negro e sua trajetória traumática no imaginário da formação da cultura brasileira.
Deus Me Proteja, Chico César
Deus me Proteja é uma composição de Chico César, gravada em parceria com Dominguinhos no ano de 2008. Em uma espécie de oração a Deus, a canção exala positividade e ressalta a importância de se manter atento em um mundo marcado tanto pela “maldade de gente boa” como pela “bondade da pessoa ruim”.
Para ir além da canção…
Tudo Nela Brilha e Queima, Ryane Leão
O livro de estreia de Ryane Leão expõe as vivências da professora e poeta em um mundo que insiste em silenciar as vozes de mulheres negras. Em Tudo Nela Brilha e Queima, Ryane compartilha com os leitores as suas experiências com o amor, a rotina, a cidade, as transições, os recomeços, os tropeços, as partidas e as contrapartidas.
Obatalá, Metá Metá
Presente no álbum “Metá Metá” (2011), Obatalá é uma canção instrumental de arranjo versado no jazz e vocalizes comandados pela cantora, professora e vocalista do grupo paulistano, Juçara Marçal. Em seu título, a faixa leva o nome do mais velho dos orixás, considerado na mitologia iorubá como o criador dos humanos.
Para ir além da canção…
Um defeito de cor, Ana Maria Gonçalves
Um Defeito de Cor conta a história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Durante a travessia, ela narra detalhes sobre a sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão.
Ponto de Nanã, Mariene Castro
Escrita por Roque Ferreira, Ponto de Nanã foi um presente à cantora, compositora e atriz baiana Mariene de Castro. A música surge como homenagem à nação Yorubá, herança dos povos escravizados vindos da região da Nigéria ao o Brasil, e fala também sobre início, fim, vida e morte. Em entrevista, Mariene afirmou que a canção simboliza o encontro das duas senhoras: Oxum e Nanã.
Para ir além da canção…
Água de Barrela, Eliana Alves Cruz
Em Água de Barrela, conhecemos a história de mulheres negras como Damiana, que encontram no lavar, passar, enxaguar e quarar das roupas das patroas e sinhás brancas um modo de sobrevivência em quase trezentos anos de história, desde o Brasil na época da colônia até o início do século XX.
Sustenta a Pisada, Cátia de França
Na faixa Sustenta a Pisada, presente no disco “20 Palavras ao redor do Sol”, a cantora e compositora paraibana Cátia de França reforça a importância de se colocar de maneira verdadeira neste mundo, de sustentar as suas pisadas e seguir firme em sua trajetória.
Para ir além da canção…
Olhos D’Água, Conceição Evaristo
Lançado em 2014, “Olhos D’Água” reúne 15 contos que relatam a história de mulheres e homens negros que sofreram e sofrem os diferentes tipos de violência e depreciação na sociedade. Ao longo das, Conceição Evaristo fala sobre o cotidiano de pessoas que sofrem com a miséria e a exclusão social.
Uanga, Luedji Luana e Lande Onawale
Uanga foi escrita pelo poeta baiano Lande Onawale e gravada por Luedji Luna em seu álbum “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água”. A música é, na verdade, uma poesia; uma espécie de mantra feito para a entidade do amor.
Para ir além da canção…
Doramar ou a odisseia: Histórias, Itamar Vieira Junior
Em seu novo livro, Doramar ou a odisseia: Histórias, Itamar Vieira Junior apresenta um conjunto de narrativas que fincam raízes no presente ressaltam a multiplicidade cultural formadora do país. Os contos apresentam personagens que desafiam os limites e dão luz a discussões sobre o nosso passado escravocrata, exaltando também a cultura afro-brasileira, a ancestralidade indígena, a marginalidade e a loucura.
Yayá Massemba, Maria Bethânia
Composta por Roberto Mendes e Capinam, Yayá Massemba foi gravada por Maria Bethânia no disco “Brasileirinho” (2008). A canção fala sobre as duras viagens que os negros africanos escravizados faziam nos porões dos navios negreiros e exalta as tradições culturais e religiosas trazidas por esses povos às terras brasileiras – e fundamentais na constituição cultural do país.
Para ir além da canção…
Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, Jarid Arraes
Neste livro, a escritora Jarid Arraes apresenta uma coleção de cordéis que resgatam a memória de mulheres negras fundamentais na história do país. Essas heroínas pela liberdade e por direitos, reivindicaram seus espaços na política e nas artes e levantaram a voz contra a injustiça e a opressão. Carolina Maria de Jesus, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Dandara são algumas delas.
Zumbi, Jorge Ben Jor
Também conhecida como “África Brasil (Zumbi)”, Zumbi foi escrita pelo cantor e compositor Jorge Ben. A canção, que surge no álbum lendário “A Tábua de Esmeralda” (1974), trata-se de uma homenagem à Zumbi, líder do Quilombo de Palmares, e à sua luta pela libertação dos povos escravizados no país durante o século XVII.
Para ir além da canção…
Cumbe, Marcelo Dsalete
Cumbe é uma palavra de origem banto que quer dizer Sol, mas também é sinônimo de quilombo. A história em quadrinhos de Marcelo Dsalete acompanha a trajetória de negros escravizados que se articulam em uma luta de resistência contra a opressão escravagista.
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