10 livros infantis para educar crianças antirracistas
Nós precisamos falar sobre racismo com as crianças! Confira a seleção com dez livros infantis fundamentais na conversa com os pequenos
Se na vida adulta o racismo é o causador de diferentes tipos de violências contra pessoas não brancas, ainda na infância ele já apresenta os primeiros indícios de seu potencial destrutivo. De acordo com uma série de estudos produzidos pelo Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard, a vivência cotidiana do racismo estrutural afeta diretamente o aprendizado, o comportamento, a saúde física e mental das crianças.
Por isso, não há dúvidas de que o racismo é sim um assunto a ser discutido na infância. E, embora o Brasil seja um país de maioria não branca, como comprovam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são só as crianças negras e pardas que devem aprender sobre esse problema. Afinal, dentro de uma estrutura racista, elas são vítimas.
O fundamental, na verdade, é que, desde cedo, jovens não negros sejam educados a partir de reflexões que considerem o combate total do racismo nas suas diferentes dimensões e proponham uma mudança estrutural na sociedade brasileira.
Aqui, nós preparamos uma lista com dez obras literárias fundamentais no processo de educação de crianças antirracistas. Confira a seleção e aproveite a leitura na companhia dos pequenos!
A Cor de Coraline, Alexandre Rampazo
Coraline ouviu de Pedrinho a seguinte pergunta: “me empresta o lápis cor de pele?” Nesse momento, a menina começou a se questionar a respeito de qual seria a cor da pele. Depois de olhar todas as cores em sua pequena caixa de lápis, a menina concluiu que cada cor de pele é bonita, cada cor tem uma razão, cada cor pertence a uma pessoa e ao seu jeito de ser.
Amoras, Emicida
A partir da música Amoras, dedicada a sua filha, Emicida constrói o seu primeiro livro infantil. Com ilustrações de Aldo Fabrini, Amoras aborda a representatividade e fala sobrea importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos, de crianças a adultos.
Meu Crespo É Lindo, bell hooks
Publicado originalmente em 1999 em forma de poema rimado, Meu Crespo É Lindo apresenta às meninas brasileiras diferentes penteados e cortes de cabelo de forma positiva, alegre e elogiosa. Além de exaltar o cabelo afro, o livro de bell hooks enaltece a beleza dos fenótipos negros e serve de referência às mulheres negras, que se veem ali representadas e admiradas.
Mzungu, Meja Mwang
Kariuki é filho do cozinheiro de um colonizador branco que controla o povoado em que vivem, no Quênia, durante a guerra de independência contra a Inglaterra. O menino se torna amigo de Nigel, neto do colonizador, e passa a chamá-lo de Mzungu, “menino branco” em swahili. Contrariando as regras que separavam brancos e negros, eles descobrem que a amizade e o respeito independem da cor da pele e da origem social.
O Cabelo de Lelê, Valéria Belém
O Cabelo de Lelê conta a história de uma menina que, ao se olhar no espelho, parece não gostar muito de seus cabelos. Lelê vive a se perguntar de onde vieram todos aqueles cachinhos em sua cabeça. Mas a sua percepção sobre si mesma irá mudar quando ela descobrir detalhes sobre a sua história e a beleza da herança africana em um livro.
O Mundo no Black Power de Tayó, Kiusam de Oliveira
Tayó é uma menina negra que tem orgulho de seu cabelo e de seu penteado black power, enfeitando-o das mais diversas formas. Cheia de autoestima, a menina é capaz de enfrentar as agressões dos colegas da escola, que dizem que seu cabelo é “ruim”. Mas como pode ser ruim um cabelo “fofo, lindo e cheiroso”? “Vocês estão com dor de cotovelo porque não podem carregar o mundo nos cabelos”, é o que Tayó responde a eles.
O Pequeno Príncipe Preto, Rodrigo França
Derivado de uma peça infantil que circulou pelo país, Pequeno Príncipe Preto conta a história de um menino que viaja por diversos planetas, dividindo amor e empatia com quem encontra pelo caminho. Em sua trajetória, o garoto tem como sua grande companheira a árvore Baobá. O conto de Rodrigo França apresenta aos leitores uma narrativa que aborda a importância de valorizarmos quem nós somos, bem como de onde viemos, com muito carinho e afeto.
Sinto o que sinto, Lázaro Ramos
Em Sinto o que sinto, Dan sente muitas coisas ao mesmo tempo, mas nem sempre sabe lidar com elas. Ao longo da história, o menino enfrenta diferentes situações que, aos poucos, vão lhe ensinando a lidar com uma mistura bastante diversa de sentimentos. Além disso, antes de dormir, Dan ouve uma história muito especial de seu avô a respeito de seus ancestrais.
Tudo Bem Ser Diferente, Todd Parr
Em Tudo Bem Ser Diferente, o autor e ilustrador norte-americano Todd Parr aborda temáticas como a adoção, o preconceito racial e a deficiência física de maneira simples e divertida e ensina às crianças que as diferenças fazem parte da vida.
Sulwe, Lupita Nyong’o
Sulwe é mais escura que todos de sua família e todos de sua escola. A menina de nome que significa estrela queria mesmo era brilhar como outro astro: o sol, radiante feito a luz do meio-dia. Mas a verdade é que nada disso parecia ter importância para ela, que não tinha amigos e não vivia muito feliz. Porém, quando Sulwe menos esperar, uma jornada mágica no céu da noite vai abrir os seus olhos e fazer com que tudo mude.
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