8 autores negros para você conhecer em 2021
Lista inclui livros incríveis, desde clássicos até os contemporâneos, que todos deveriam ler. Confira a seleção e boa leitura!
Que tal começar o mês com boas leituras? Em 2020, os autores negros e obras com temática sobre racismo foram destaque nas listas de livros mais vendidos na Estante Virtual e no restante do mercado brasileiro. Por isso, selecionamos alguns escritores incríveis que todos deveriam conhecer, desde os clássicos até os contemporâneos.
Nossa lista inclui os lançamentos A autobiografia da minha mãe, de Jamaica Kincaid, e os premiados Garota, mulher e outras, de Bernardine Evaristo, e O avesso da pele, de Jeferson Tenório. Mas também não deixamos os grandes clássicos de fora, como Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou.
Confira a seleção completa e escolha a sua próxima leitura!
A autobiografia da minha mãe, de Jamaica Kincaid
Uma história de amor, medo, perda e formação de caráter, um relato da evolução de uma mulher negra caribenha escrito por uma das autoras mais habilidosas da literatura contemporânea. Poderoso, perturbador e emocionante, este romance de Jamaica Kincaid conta a história de Xuela Claudette Richardson, filha de mãe caribenha e pai meio escocês e meio africano, moradora da ilha de Dominica. Sua mãe morre no parto, e a garota precisa então encontrar seu lugar no mundo sem o auxílio materno. Kincaid conduz o leitor pela vida de Xuela com extrema habilidade literária: da casa de sua infância, onde ela podia ouvir o canto do mar, e da sala com telhado de zinco onde mora como estudante, até sua casa da velhice.
Garota, mulher, outras, de Bernadine Evaristo
As 12 personagens centrais deste romance a várias vozes levam vidas muito diferentes: desde Amma, uma dramaturga cujo trabalho artístico frequentemente explora a sua identidade lésbica negra, à sua amiga de infância, Shirley, professora, exausta de décadas de trabalho nas escolas subfinanciadas de Londres; a Carole, uma das ex-alunas de Shirley, agora uma bem-sucedida gestora de fundos de investimento, ou a mãe desta, Bummi, uma empregada doméstica que se preocupa com o renegar das raízes africanas por parte da filha. As suas histórias, a das suas famílias, amigos e amantes, compõem um retrato multifacetado e realista dos nossos dias, de uma sociedade multicultural que se confronta com a herança do seu passado e luta contra as contradições do presente.
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou
Racismo, abuso e libertação. A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por essas três palavras. A garota negra, criada no sul por sua avó paterna, carregou consigo um enorme fardo que foi aliviado apenas pela literatura e por tudo aquilo que ela pôde lhe trazer: conforto através das palavras. Dessa forma, Maya, como era carinhosamente chamada, escreve para exibir sua voz e libertar-se das grades que foram colocadas em sua vida. As lembranças dolorosas e as descobertas de Angelou estão contidas e eternizadas nas páginas desta obra densa e necessária, dando voz aos jovens que um dia foram, assim como ela, fadados a uma vida dura e cheia de preconceitos.
Notas de um filho nativo, de James Baldwin
A obra-prima de não ficção de um dos escritores mais brilhantes do século XX sobre raça e identidade. Publicada originalmente em 1955, esta reunião de ensaios escritos entre as décadas de 1940 e 1950 é a primeira obra de não ficção do escritor James Baldwin. O que mais impressiona nesses testemunhos — narrados com inteligência, sensibilidade e estilo extraordinário — é sua atualidade. Ao usar como matéria-prima sua própria experiência para refletir sobre o que representa ser um escritor negro e homossexual nos Estados Unidos, seu país de origem, e em Paris, cidade onde viveu por muitos anos, Baldwin oferece um poderoso e urgente depoimento sobre direitos civis.
Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro
Este foi um dos livros mais vendidos de 2020. A obra reúne 11 lições breves para entender as origens do racismo e como combatê-lo. O livro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos.
O avesso da pele, de Jeferson Tenório
Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira. É a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos. O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade.
Tudo nela brilha e queima, de Ryane Leão
O primeiro livro da escritora Ryane Leão expõe as vivências da professora e poeta em um mundo que insiste em silenciar as vozes de mulheres negras. A autora compartilha com os leitores as suas experiências com o amor, a rotina, a cidade, as transições, os recomeços, os tropeços, as partidas e as contrapartidas.
O reformatório Nickel, de Colson Whitehead
Conforme o movimento pelos direitos civis alcança os negros de Frenchtown, na segregada Tallahassee, Elwood Curtis leva as palavras de Martin Luther King em seu coração: ele é “tão bom quanto qualquer outro”. Abandonado pelos pais, mas mantido na linha pela avó, Elwood está prestes a se matricular na faculdade para negros da região. Porém, para um garoto negro no Sul dos Estados Unidos no início dos anos 1960, um erro inocente é suficiente para destruir seu futuro. Ele é sentenciado a um reformatório chamado Nickel, que oficialmente diz promover “desenvolvimento físico, intelectual e moral” para que seus internos se tornem “homens honrosos e honestos”. Na realidade, o reformatório Nickel é uma grotesca câmara de horrores onde os sádicos funcionários batem e abusam sexualmente dos estudantes, onde oficiais corruptos roubam comida e suprimentos e onde qualquer menino que se rebele corre o risco de desaparecer.
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