FLEV: Confira os livros indicados por Natalia Borges Polesso
Escritora premiada participou da live “LGBTQIA+ na literatura” durante o 1º Festival Literário da Estante Virtual nesta quarta-feira (19)
Você sabia que 19 de agosto é o Dia Nacional do Orgulho Lésbico? A data relembra a primeira manifestação de mulheres lésbicas, em 1983, contra a discriminação que sofreram no Ferro’s Bar, em São Paulo. Para marcar este dia, convidamos a escritora Natalia Borges Polesso para a mesa “LGBTQIA+ na literatura” no 1º Festival Literário da Estante Virtual (FLEV), no Instagram, nesta quarta-feira (19).A
Doutora em Teoria da Literatura, Natalia conquistou o Prêmio Jabuti 2016 com o livro Amora, na categoria de Melhor Conto. Durante a conversa, ela analisou como é o mercado literário para mulheres lésbicas hoje, explicou sobre sua tese de pós-doutorado, denominada Geografias lésbicas, e indicou livros de escritoras que a inspiraram e também autoras lésbicas contemporâneas.
Conheça os livros de Natalia Borges Polesso e as obras indicadas pela escritora. Boa leitura!
Amora, de Natalia Borges Polesso
Seria pouco dizer que os contos de Amora versam sobre relações homossexuais entre mulheres. Também estão aqui o maravilhamento, o estupor e o medo das descobertas. O encontro consigo mesmo, sobretudo quando ele ocorre fora dos padrões, pode trazer desafios ou tornar impossível seguir sem transformação. É necessário avançar, explorar o desconhecido, desestabilizar as estruturas para chegar, enfim, ao sossego de quem vive com honestidade.
Controle, de Natalia Borges Polesso
Conhecida por sua escrita ritmada, informal e envolvente, Natalia Borges Polesso apresenta, em Controle, uma narrativa impactante sobre relações homoafetivas entre mulheres, o poder do desafio e, acima de tudo, as escolhas que precisam ser feitas para que as pessoas se tornem quem elas querem ser. Mesclando citações de letras da banda New Order em seu texto, a autora escreve um romance geracional que permanecerá na mente do leitor. A protagonista, Nanda, é epilética. Descobriu o transtorno ainda na infância, depois de uma queda de bicicleta, e sua vida nunca mais foi a mesma. Cercada de cuidado pelos pais, com medo de crescer e sair da casca protetora fornecida por sua condição, ela evita ao máximo o contato humano exceto pela amiga, Joana. Mas compartilhar o que acontece na vida de outra pessoa não é como viver junto dela. Nanda se pergunta até quando conseguirá manter a rotina morna que leva.
Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas
Em seu segundo livro, a gaúcha Angélica Freitas reúne 35 poemas marcados por uma visão crítica extremamente original, animada por um humor que deixa o leitor em suspenso entre a seriedade e o riso. Os versos precisos revelam o domínio da poeta sobre a linguagem. Um útero é do tamanho de um punho tem a mulher como centro temático: procurando definir que figura feminina é essa que nossa cultura trata de desenhar e que se desconstrói incessantemente, a autora questiona de um lado o mundo, de outro a própria identidade.
A teus pés, de Ana Cristina Cesar
A obra revela o olhar de uma escritora que se colocou na vanguarda de seu tempo e marcou definitivamente a moderna poesia brasileira. Textos curtos, poemas fragmentados, cartas, páginas de diário criam um jogo com o qual a poeta brinca e celebra a vida. Ana Cristina Cesar quebra regras, ousa além da frase, mistura sombra e luz, não hesita em se apropriar da fragmentação do mundo para, em seguida, recriar a seu modo imagens que sensibilizam o leitor.
Flor de gume, de Monique Malcher
Com sua prosa poética intensa, uma passagem de carro pelas ruas e pelas águas do Pará, traz à tona as dores de meninas, mães e avós. Três líderes de mulheres fortes, em 37 contos da autora paraense Monique Malcher.
Poética, de Ana Cristina Cesar
A obra lírica da musa da poesia marginal, reunida pela primeira vez em volume único. Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se um dos mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das “leis do grupo”. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino – pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época.
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