FLEV: Conheça os livros indicados por Chico Felitti
Escritor e jornalista participou de live sobre “Como os livros-reportagem preservam a história?” e seu livro mais recente, A casa
O 1º Festival Literário da Estante Virtual (FLEV) está a todo vapor no nosso Instagram. Na quinta-feira (13), o jornalista e escritor Chico Felitti participou da live “Como os livros-reportagem preservam a história?” e também sobre seu livro, A casa, lançado em abril de 2020. A obra narra a história do médium João Teixeira de Faria, que se autodenominava como João de Deus, preso em 2018 por estupro e assédio sexual.
João Faria atraía multidões até a Casa Dom Inácio de Loyola, que buscavam curas espirituais e físicas para diferentes problemas, desde cataratas até câncer. Entre seus fiéis estavam também políticos e artistas. No entanto, no fim de 2018, uma série de denúncias de estupro vieram à tona e João Faria foi preso.
No bate-papo, Felitti falou sobre a apuração do livro, que iniciou após um pedido da editora Todavia, e também sobre a dificuldade de conversar com as pessoas na cidade de Abadiânia, onde ficava a Casa. “Eu não sabia nada sobre o universo místico de Abadiânia e nem conhecia nada sobre João de Deus, além do ícone que estava presente na televisão nos anos 1980”, explica o jornalista, autor também do livro Ricardo e Vânia.A
Durante a conversa, Chico falou ainda sobre seu processo criativo com jornalista e escritor, e indicou livros que o inspiram. Entre eles, há Todo dia a mesma noite e Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex. Veja a lista completa de indicações e boa leitura!
Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex
Neste livro-reportagem, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia.
Todo dia a mesma noite, de Daniela Arbex
Todo dia a mesma noite traz uma reportagem definitiva sobre a tragédia que abateu a cidade de Santa Maria em 2013. A obra relembra e homenageia os 242 mortos no incêndio da Boate Kiss. Neste livro, a jornalista Daniela Arbex reconstitui de maneira sensível e inédita os eventos da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Foram necessárias centenas de horas dos depoimentos de sobreviventes, familiares, equipes de resgate e profissionais.
Três mulheres, de Lisa Taddeo
Esta é a história de três mulheres. Lina só queria ser desejada. Como ela foi parar em um casamento com dois filhos e um marido que não a tocava? Maggie só queria ser compreendida. Como ela foi parar em um relacionamento com seu professor de colégio e depois no tribunal ? Sloane só queria ser admirada. Como ela se tornou um objeto sexual dos homens, inclusive de seu marido, que gostava de vê-la transar com outros homens e mulheres?
Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela se depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.
O peso do pássaro morto, de Aline Bei
A vida de uma mulher, dos 8 aos 52, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve, violento e poético. É assim O peso do pássaro morto, romance de estreia de Aline Bei, onde acompanhamos uma mulher que, com todas as forças, tenta não coincidir apenas com a dor de que é feita.
A grande luta, de Adriano Wilkson
Na melhor tradição do novo jornalismo, Adriano Wilkson constrói uma história vibrante e dramática, cheia de personagens de carne e osso (e músculos) inesquecíveis, em que o ringue onde as batalhas se desenrolam se torna uma alegoria dos percalços que a vida impõe a milhões de brasileiros. Acácio Pequeno precisa evaporar de seu corpo cerca de três litros de água para ter acesso à luta mais importante de sua carreira. Após uma madrugada insana, no meio de uma dieta quase suicida e sem beber uma gota de água, ele se aproxima perigosamente da morte, mas consegue alcançar o peso regulamentar – vinte quilos abaixo de seu normal — e vencer. A grande luta acompanha um ano na vida de Acácio, dividido entre o sonho de uma carreira como lutador profissional e a realidade de um emprego comum, entre a glória nos torneios e as obrigações de todo pai de família.
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