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10 autores para você entender o racismo

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Selecionamos alguns dos principais livros sobre o assunto. Confira a lista completa e escolha sua próxima leitura!

O racismo é um problema estrutural que atinge a sociedade ao longo dos anos. Entre os séculos 16 e 18, surge a visão do eurocentrismo, na qual os europeus seriam “mais aptos” a prosperar e eram considerados superiores aos povos indígenas e negros. Hoje, racismo é crime. No Brasil, por exemplo, a Lei 7716 do Código Penal tipifica como crime qualquer discriminação ou preconceito, como de cor, raça e religião.

No entanto, ainda há muitas situações racistas no dia a dia, inclusive em instituições públicas e privadas. Nas últimas semanas, debates e protestos contra o racismo ganharam mais força no Brasil e no mundo, após a morte do rapaz George Floyd, nos Estados Unidos.

Para que o racismo não se perpetue, é essencial se aprofundar e se conscientizar sobre o assunto. Por isso, selecionamos alguns autores fundamentais que você deveria conhecer. Entre os livros escolhidos na lista estão O pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro, que alcançou o primeiro lugar dos mais vendidos do país em junho, e Memórias da plantação, de Grada Kilomba, que participou de debates na Flip 2019.

Veja a seleção de livros completa e boa leitura!


Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro

Este livro reúne 11 lições breves para entender as origens do racismo e como combatê-lo. Neste pequeno manual, a filósofa Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. A autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito.


O genocídio do negro brasileiro, de Abdias Nascimento

O conceito de “democracia racial” foi (e ainda é) um mantra do orgulho nacional. Daqueles que recusam a realidade. Uma das maiores referências na defesa dos direitos dos negros no Brasil, mesmo após sua morte, Abdias Nascimento sobrepõe testemunhos pessoais, reflexões, comentários e críticas, opondo o discurso oficial sobre a condição social e cultural do negro brasileiro à realidade, fazendo a desconstrução do que se convencionou chamar de “democracia racial”.


O reformatório Nickel, de Colson Whitehead

Conforme o movimento pelos direitos civis alcança os negros de Frenchtown, na segregada Tallahassee, Elwood Curtis leva as palavras de Martin Luther King em seu coração: ele é “tão bom quanto qualquer outro”. Abandonado pelos pais, mas mantido na linha pela avó, Elwood está prestes a se matricular na faculdade para negros da região. Porém, para um garoto negro no Sul dos Estados Unidos no início dos anos 1960, um erro inocente é suficiente para destruir seu futuro. Ele é sentenciado a um reformatório chamado Nickel, que oficialmente diz promover “desenvolvimento físico, intelectual e moral” para que seus internos se tornem “homens honrosos e honestos”. Na realidade, o reformatório Nickel é uma grotesca câmara de horrores onde os sádicos funcionários batem e abusam sexualmente dos estudantes, onde oficiais corruptos roubam comida e suprimentos e onde qualquer menino que se rebele corre o risco de desaparecer.


Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil, de Sueli Carneiro

Entre 1999 e 2010, a ativista e feminista negra Sueli Carneiro produziu inúmeros artigos publicados na imprensa brasileira. Este livro reúne, pela primeira vez, os melhores textos desse período. Em cada linha, a autora convida o leitor a refletir criticamente sobre a sociedade brasileira, explicitando de forma contundente com o o racismo e o sexismo têm estruturado – de modo vergonhosamente desigual – as relações sociais e políticas do país.


Memórias da plantação, de Grada Kilomba

Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, o livro tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional.


Olhares negros – Raça e representação, de Bell Hooks

Nesta coletânea, a autora interroga narrativas e discute a respeito de formas alternativas de observar a negritude, a subjetividade das pessoas negras e a branquitude. Ela foca no espectador — em especial, no modo como a experiência da negritude e das pessoas negras surge na literatura, na música, na televisão e, sobretudo, no cinema —, e seu objetivo é criar uma intervenção radical na forma como nós falamos de raça e representação.


A origem dos outros, de Toni Morrison

Toni Morrison reflete sobre questões raciais, políticas públicas de imigração e outros temas contemporâneos em ensaios pungentes e profundos. Baseado nos discursos que a outra proferiu na universidade de Harvard, A origem dos outros é uma busca de respostas para questões históricas, políticas e literárias sobre o racismo e a radicalização da identidade. Se o racismo é aprendido com exemplos cotidianos, a literatura mostra-se uma arma fundamental para combater o problema. Pensando nisso, a autora analisa autores desde Harriet Beecher Stowe até Ernest Hemingway e William Faulkner para entender melhor o papel da narrativa no estabelecimento dos padrões de pensamento racial.


Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves

No final do século XIX, Kehinde, uma africana idosa, cega e à beira da morte, viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Neste romance, os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens, criando a saga emocionante e verossímil da história de Kehinde.


O perigo de uma história única, de Chimamanda Ngozi Adiche

O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto. É propondo essa ideia, de diversificarmos as fontes do conhecimento e sermos cautelosos ao ouvir somente uma versão da história, que Chimamanda Ngozi Adichie constrói a palestra que foi adaptada para livro.


O ódio que você semeia, de Angie Thomas

Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro contra o racismo em tempos tão cruéis e extremos. Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial. Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto. Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas, Starr precisa descobrir a sua voz.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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