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Que tal mergulhar na literatura contemporânea?

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Selecionamos alguns autores que se destacaram nos últimos anos no meio literário. Confira a lista e boa leitura!

Ler os clássicos é bom para conhecer outros contextos históricos e valorizar os precursores da literatura. Mas os novos autores não podem ser deixados de lado. Explorar a literatura contemporânea, tanto do Brasil quanto do mundo, é uma forma de entender o presente, explorar histórias mais atuais e dar cada vez mais espaço aos escritores no meio literário.

Por isso, que tal conhecer autores contemporâneos nos últimos anos? Para ajudar você, selecionamos alguns escritores que se destacaram no Brasil e em outros países, como Tiago Ferro, que conquistou o Prêmio Jabuti 2019, na categoria Melhor Romance, e Leila Slimani, vencedora do Prêmio Goncourt 2016. Veja a lista e boa leitura!


O pai da menina morta, de Tiago Ferro

Livro vencedor do Prêmio Jabuti, O pai da menina morta tenta compreender devastação de um pai que perde sua filha. A menina morre subitamente aos oito anos. A obra discute diferentes temas, como sexualidade, confissão e memória.


Enterre seus mortos, de Ana Paula Maia

A escritora Ana Paula Maia conquistou duas vezes seguidas o Prêmio São Paulo. Na edição de 2019, ela venceu a premiação com Enterre seus mortos. Este livro é uma habilidosa mescla de novela policial, faroeste de horror e romance filosófico. Edgar Wilson é “um homem simples que executa tarefas”. Trabalha no órgão responsável por recolher animais mortos em estradas e levá-los para um depósito onde são triturados num grande moedor. Seu colega de profissão, Tomás, é um ex-padre excomungado pela Igreja Católica que distribui extrema unção aos moribundos vítimas de acidentes fatais que cruzam seu caminho. A rotina de Edgar é alterada quando ele se depara com o corpo de uma mulher enforcada dentro da mata.


Quiçá, de Luísa Geisler

Com o livro Quiçá, a escritora Luísa Geisler conquistou o Prêmio Sesc de Literatura, em 2012. A obra é protagonizada pelo jovem Arthur, parente do interior, anatematizado pela família, e Clarissa, a solitária prima de 11 anos, boa aluna e boa filha. O primo passa a ser, com o decorrer das semanas, o único olhar a definir e entender Clarissa, ante a discreta desconfiança dos pais da menina, ausentes do seu dia a dia. As cenas fragmentárias do romance revelam vidas descosidas umas das outras: nas relações a dois, nas relações familiares e nas amizades, tudo soa precário. Mesmo a ligação que une Arthur e Clarissa não se dá por inteiro, e alguns segredos desconfortáveis assomam como breves fantasmas ao longo do texto.


Canção de ninar, de Leila Slimani

Foi com este livro que a escritora franco-marroquina Leila Slimani venceu o Prêmio Goncourt, em 2016. Apesar da relutância do marido, Myriam, mãe de duas crianças pequenas, decide voltar a trabalhar em um escritório de advocacia. O casal inicia uma seleção rigorosa em busca da babá perfeita e fica encantado ao encontrar Louise: discreta, educada e dedicada, ela se dá bem com as crianças, mantém a casa sempre limpa e não reclama quando precisa ficar até tarde. Aos poucos, no entanto, a relação de dependência mútua entre a família e Louise dá origem a pequenas frustrações – até o dia em que ocorre uma tragédia. Com uma tensão crescente construída desde as primeiras linhas, Canção de ninar trata de questões que revelam a essência de nossos tempos.


O clube dos jardineiros de fumaça, de Carol Bensimon

A escritora Carol Bensimon conquistou o Prêmio Jabuti, na categoria de Melhor Romance, em 2018. O livro O clube dos jardineiros de fumaça tem um cenário formado por coníferas milenares, estradas sinuosas e falésias. A região californiana do Triângulo da Esmeralda concentra a maior produção de maconha dos Estados Unidos. É lá que o jovem professor brasileiro Arthur busca recomeçar a vida, depois dos acontecimentos que o levaram a deixar Porto Alegre. Aos poucos, ele se insere na dinâmica local e passa a fazer parte de uma história que começa com a contracultura dos anos 1960 e se estende até o presente.

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Os pescadores, de Chigozie Obioma

Finalista do Man Booker Prize, Chigozie Obioma é um dos principais destaques da literatura nigeriana contemporânea. Em Os pescadores, os irmãos Ikenna, Boja, Obembe e Benjamin vivem com seus pais na cidade de Akure, na Nigéria. Quando o Banco Central transfere o pai, James Agwu, para Yola, ele decide se mudar sozinho por considerar a região perigosa. Os meninos, acostumados à disciplina rígida, experimentam uma liberdade até então desconhecida. Desafiando os limites, eles vão pescar em um rio considerado amaldiçoado e essa travessura mudará completamente os rumos de suas vidas.


Memórias da infância em que eu morri, de Hugo Pascottini Pernet

O escritor Hugo Pascottini Pernet conquistou o 1º Prêmio Book Brasil, em 2020, com o livro Lembranças das drogas que me mataram. A obra ainda não está disponível na Estante Virtual, mas, enquanto isso, você pode conhecer o Memórias da infância em que eu morri, primeiro livro da trilogia Entre realidade e invenção. O romance é narrado em primeira pessoa pelo menino Hugo, de nove anos. Fã de esportes e da leitura de Fernando Pessoa, Hugo recebe o diagnóstico de uma doença grave, logo após ele, os pais e o irmão mais velho se mudarem para uma casa grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O diagnóstico não é bem recebido pelos pais, que passam a frequentar a Igreja com mais afinco e se apegam à religião durante o tratamento do menino. A mãe, principalmente, parece fechar-se em si mesma, isolando-se no quarto do segundo andar, trancada, o que deixa Hugo desnorteado, sem saber a quem recorrer para compreender melhor o que se passa consigo.


Uma mulher no escuro, de Raphael Montes

O escritor Raphael Montes é o principal nome da literatura policial contemporânea no Brasil. Seu livro mais recente, Uma mulher no escuro narra um crime brutal cometido há 20 anos, que teve apenas uma única sobrevivente. Em quem Victoria deve confiar? Ela tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar.


Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh

Um romance hilário e poderoso sobre o experimento de hibernação de uma jovem, sua amiga desastrada e uma das piores psiquiatras da história da literatura. Estamos no ano 2000, em Nova York, uma cidade cheia de possibilidades. E a narradora não tem motivo para queixas. Ela é jovem, bonita, trabalha numa galeria descolada, mora num belo apartamento e recebeu uma herança polpuda. Mas traz um enorme vazio no peito. E não apenas porque perdeu os pais ou por causa da relação destrutiva que desenvolveu com sua melhor amiga. O que pode estar tão errado? Durante um ano, ela passa a maior parte do tempo dormindo, embalada por uma combinação de remédios prescritos por uma psiquiatra inescrupulosa.


Qual autor você colocaria na lista?


Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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