Por dentro da trajetória de Raul Seixas
Biografia do escritor Jotabê Medeiros desvenda detalhes da vida de um dos principais cantores brasileiros
Um dos pioneiros do rock brasileiro, Raul Seixas deixou um extenso legado para o cenário musical do país. A carreira e a vida pessoal do cantor foram destrinchadas na biografia Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida, do escritor Jotabê Medeiros, lançada no início de novembro.
No livro, o autor responde a algumas perguntas essenciais para entender o artista: Como o garoto de classe média de Salvador, fã de Elvis Presley, tornou-se um dos ícones da cultura pop do Brasil? Como conquistou as gravadoras e o grande público?
Quem foi Raul Seixas?
Nascido em 28 de junho de 1945, em Salvador, na Bahia, Raul Seixas lançou 17 discos durante 26 anos de carreira. Uma das principais características das músicas do cantor é unir o baião ao rock, como em Let me sing, let me sing. No entanto, foi a partir do álbum Krig-ha, Bandolo!, em 1973, que o artista ganhou notoriedade nacional. O disco incluía o sucesso Metamorfose ambulante.
No ano seguinte, Raul lançou o álbum Gita, no qual começou a apresentar os ideais místicos que acreditava, principalmente com Sociedade alternativa. O cantor também se interessava por filosofia, psicologia, história e literatura. Em 2008, a revista Rolling Stone classificou Raul como um dos cem maiores artistas da música brasileira.
Raul Seixas e a ditadura militar
As canções de Raul Seixas conquistaram o país no período da ditadura militar. Por vezes, as suas músicas driblaram a censura imposta no Brasil naquele período, como Mosca na sopa, a qual dizia na letra: “E não adianta vir me dedetizar/ pois nem o DDT pode assim me exterminar/ porque cê mata uma e vem outra em meu lugar”. Já Ouro de tolo fazia uma referência à alienação predominante no período.
No período, ele e seu companheiro letrista, o escritor Paulo Coelho, foram levados ao DOPS, local de tortura na ditadura militar, em 1974. Este fato, inclusive, também é narrado na biografia escrita por Jotabê Medeiros. O livro abre a hipótese de Raul ter delatado Paulo Coelho, mas o fato não foi confirmado pelo escritor.
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