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João Gilberto e o destaque da Bossa Nova na música mundial

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Compositor morreu, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Selecionamos alguns livros para você conhecer melhor a trajetória do cantor

Um dos principais compositores do Brasil, João Gilberto morreu, aos 88 anos, no último dia 7, no Rio de Janeiro. O cantor é considerado o pai da Bossa Nova, gênero musical que revolucionou a música brasileira com uma nova batida no violão e por misturar influências do jazz no samba. Lançado em 1958, o disco Chega de saudade é aclamado pela crítica até hoje: em 2005, foi considerado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como uma das grandes obras musicais da humanidade.

Quem foi João Gilberto?

João Gilberto nasceu em 10 de junho de 1931, em Juazeiro, na Bahia, e viveu nas margens do Rio São Francisco até os 11 anos. Mudou-se para o Sergipe, onde tocava em uma banda da escola. Quatro anos depois, voltou à cidade-natal e começou a ter mais contato com a música, principalmente as dos cantores Orlando Silva e Dorival Caymmi.

Na adolescência, ganhou o primeiro violão do pai e formou um conjunto vocal chamado Enamorados do Ritmo. João também integrou o grupo Garotos da Lua, em 1950, e gravou dois discos com a banda. Ainda na juventude, gravou um disco solo pela gravadora Copacabana, mas o LP não teve sucesso.

O auge de João Gilberto foi no fim da década de 1950, quando apresentou a nova batida de violão. Convidado pelo compositor Roberto Menescal, o cantor apresentou a canção Bim-bom em uma grande festa e, logo em seguida, participou de uma pequena turnê pelo Rio de Janeiro, além de tocar no apartamento de grandes cantores da época, como Nara Leão.

Bim bom bim bim bom bim bim / É só isso o meu baião / E não tem mais nada não / O meu coração pediu assim só.”

A Bossa Nova ficou conhecida mundialmente a partir de 1962, após um show de João Gilberto e outros artistas renomados, como Tom Jobim, no Carnegie Hall, em Nova York. Até hoje, o gênero musical influencia diferentes gerações nda música brasileira, como Gilberto Gil, Chico Buarque, Francis Hime, Jorge Ben e Caetano Veloso.

Há anos, João Gilberto viva recluso em casa, sem dar entrevistas à imprensa, e sofria uma forte crise financeira. Que tal conhecer melhor a trajetória do compositor? Veja a nossa seleção de livros e boa leitura!


Chega de saudade, de Ruy Castro

Chega de saudade reconstitui a vida boêmia e cultural carioca dos tempos da Bossa Nova – boate por boate, tiete por tiete, história por história. Ruy Castro ouviu dezenas de seus participantes, como compositores, cantores, instrumentistas, além dos amigos e inimigos deles. O resultado é uma narrativa que se lê como um romance, cheia de paixões e traições, amores e desamores, lances cômicos e trágicos, protagonizados por nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Newton Mendonça.


A visita de João Gilberto aos Novos Baianos, de Sérgio Rodrigues

Sérgio Rodrigues brinca com coisa séria. Depois de presenciar um encontro mitológico no céu da MPB, o leitor vai para a cama com Machado de Assis e acompanha um desfile de histórias cheias de graça, prosa afiada, erudição literária e cultura pop. Nos contos, o prazer de contar histórias sobre histórias é o antídoto à alardeada perda de potência da literatura em nosso tempo. Assim, a história do mundo pode caber em treze tweets, tornamo-nos cúmplices de uma farsa erótica ambientada na Vila Rica dos inconfidentes e espiamos pela fechadura a intimidade de um famoso personagem machadiano. No conto que abre e nomeia o livro, fantasia pop inspirada no encontro real entre o gênio da bossa nova e os jovens hippies liderados por Moraes Moreira, vislumbra-se uma síntese da contribuição original que a arte brasileira pode dar ao mundo.


Rio Bossa Nova – um roteiro lítero-musical, de Ruy Castro

Este livro é um mapa completo do melhor do Rio feito por quem mais entende do riscado. Depois de Chega de saudade, o escritor Ruy Castro mostra onde ver, ouvir, curtir e relembrar o mais importante e duradouro movimento cultural gerado no Rio de Janeiro. A obra é um guia visual e afetivo para o leitor se deliciar com texto e imagens, passeando pela cidade sem sair de casa.


Eis aqui os bossa nova, de Zuza Homem de Mello

O livro traz a biografia oral do movimento Bossa Nova, do crítico e historiador Zuza Homem de Mello. Testemunha ocular e auditiva de todos os passos decisivos que nossa música popular deu nas últimas seis décadas, Zuza escreveu a primeira versão desta obra em 1976. Estava tudo lá: da gênese do movimento à entrada em cena de Caetano Veloso & cia. Passados 32 anos, ele remontou todos os depoimentos recolhidos entre 1967 e 1971, acrescentou detalhes esclarecedores e enriqueceu a obra com novas reminiscências.


Momento bossa nova, de José Estevam Gava

Por meio da análise da lendária revista O Cruzeiro, fundada em 1928 e ativa até 1975, fonte de imagens, informação e diversão numa época pré-televisiva, o autor conta esta ‘nova’ história da bossa nova, brevíssima época, talvez a única em que pudemos ser absolutamente modernos.


Essa tal de Bossa Nova, de Bruna Fonte e Roberto Menescal

Essa tal de Bossa Nova reúne histórias da música brasileira contadas por Roberto Menescal, um dos criadores da Bossa Nova. O livro é divido em dois momentos, o primeiro dedicado às histórias da Bossa Nova, e o segundo às histórias da MPB vividas por Menescal no período em que foi diretor Artístico da PolyGram. As histórias de Menescal trazem os primeiros encontros entre aqueles que viriam a ser os protagonistas de um dos mais importantes movimentos da música mundial, os bastidores do histórico show no Carnegie Hall e o impacto daquela noite nas vidas dos envolvidos com o movimento.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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