Sob o olhar de Sebastião Salgado
Premiado fotógrafo provoca uma reflexão sobre questões políticas, sociais e econômicas em suas imagens. Veja alguns de seus livros!
Um dos principais fotógrafos do mundo, Sebastião Salgado nasceu em 8 de fevereiro de 1944, na cidade de Aimorés, em Minas Gerais. Após graduar-se em Economia, fez mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e doutorado na Escola Nacional de Estatísticas Econômicas, na França, na mesma área. De volta ao Brasil, aos 29 anos, o profissional deixou os estudos estatísticos de lado e passou a usar a fotografia para retratar a sociedade.
Com imagens em preto e branco, Sebastião Salgado ficou conhecido por mostrar a realidade das pessoas marginalizadas, que são vítimas da pobreza, de doenças e da fome. Em 1973, voltou a Paris e começou a trabalhar com fotojornalismo para agências, como Sygma e Magnum, e a contribuir com diversas organizações humanitárias, como a ONG Médicos Sem Fronteiras e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair.”
Premiações
Ao longo da carreira, o fotógrafo já foi reconhecido por diversos órgãos internacionais e recebeu dezenas de prêmios. Entre as premiações estão o World Press Photo, o da Unesco (na categoria cultural) e o 40º Jabuti de Literatura (na categoria reportagem). Em 1994, Sebastião Salgado fundou a própria agência de notícias, denominada de As Imagência da Amazônia. O profissional é casado e tem dois filhos – um deles, Juliano Salgado, dirigiu o documentário O sal da Terra, em 2015, o qual conta o trabalho do pai.
Que tal conhecer melhor o trabalho de Sebastião Salgado? Para homenageá-lo, selecionamos sete dos seus principais livros, como Êxodos e Da minha terra à Terra. Veja a lista completa!
Da minha terra à Terra
Nesta autobiografia, Sebastião narra com riqueza de detalhes desde sua saída do interior de Minas Gerais até os grandes projetos que são famosos por todo o mundo. A narrativa é profunda, cheia de curiosidades sobre as jornadas desse homem, jornadas cheias de simplicidade ao trabalhar com fotografia, sua grande paixão.
O fim da pólio
No começo de 2001, Sebastião Salgado deu início a uma série de fotos que iriam documentar os esforços de milhões de voluntários e de duas entidades internacionais para erradicar do planeta uma doença que vitimava então cerca de 20 milhões de pessoas: a poliomielite. Além das fotos, O fim da pólio tem prefácio do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e traz ainda uma cronologia do combate à doença.
Outras Américas
Outras Américas, que registra os povos indígenas da América Latina, é o resultado de um trabalho que foi iniciado em 1977 e exigiu sete anos para ser concluído. Para realizá-lo, Sebastião Salgado percorreu desde o litoral do Nordeste brasileiro às montanhas do Chile e daí à Bolívia, ao Peru, ao Equador, à Guatemala, ao México.
Êxodos
Durante seis anos, Sebastião documentou a história da migração humana em 35 países. Deslocada em plena marcha, em grandes campos de refugiados e em favelas lotadas, o fotógrafo dá testemunho do êxodo de diferentes povos. Este trabalho é antes de tudo uma chamada à ação para além da compaixão.
Perfume de sonho
Com suas fotografias, Sebastião convida-nos a ler o aroma do café e a olhar para o fundo da xícara, não para vislumbrar nosso futuro, mas para ver uma longa fila de homens e mulheres que sobem por estreitos caminhos até acima das nuvens, ou que abrem caminho em selvas escuras e úmidas no lombo de mulas até chegar ao cafezal. Mulheres e homens de diferentes raças e cor da pele, que nos templos de armazenamento parecem entregar-se a uma religião desconhecida.
Genesis
Genesis reúne imagens do fotógrafo Sebastião Salgado, que apresentam os paraísos terrestres e seus agrupamentos humanos que vivem como nos tempos primordiais. Fruto do projeto homônimo, inspirado no livro bíblico, a edição, com capa dura e mais de 500 páginas, retrata montanhas, desertos e oceanos, animais e pessoas.
Terra
Sebastião Salgado volta sua lente militante às feridas abertas da terra brasileira, em uma homenagem comovente à gente que nela vive, e por ela morre. Nessas fotos, a luminosidade bicromática reflete paisagens humanas onde pode faltar tudo, a começar pelo espaço mínimo para assentar a vida.
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