Albert Camus e a filosofia do absurdo
Escritor nasceu em 7 de novembro de 1913. Para homenageá-lo, fizemos uma lista com algumas de suas principais obras. Confira!
Um dos principais filósofos do século XX, Albert Camus nasceu em 7 de novembro de 1913, na Argélia, quando o país ainda era uma colônia francesa. De família pobre, ele teve uma infância diferente dos outros filósofos de seu tempo, pois viva em uma casa sem energia elétrica, água corrente, livros e jornais. O primeiro registro escrito de Camus foi apenas aos 22 anos, quando ele disse em seu diário: “Certo número de anos sem dinheiro basta para criar toda uma sensibilidade”.
Com muito esforço, graduou-se em Filosofia pela Universidade da Argélia, onde também concluiu o mestrado e o doutorado. Além de filósofo e escritor, ele atuou como jornalista na resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Por causa desse contexto histórico, há alguns temas predominantes em suas obras filosóficas e literárias, como a morte, o paradoxo, a pobreza e a guerra.
Filosofia do absurdo
Ao lado dos escritores Franz Kafka e Fiódor Dostoiévski, Camus adotou a estética do absurdo. Essa linha filosófica diz que há uma tendência humana de buscar significado à vida. No entanto, há um conflito quando isso ocorre, já que seria “humanamente impossível” de encontrá-lo.
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Apesar de ter sido criado no século XIX, o Absurdismo cresceu no ambiente propiciado pela Segunda Guerra Mundial, principalmente na França destruída. A principal influência de Camus foi o dinamarquês Soren Kierkegaard, que explicou o conceito de absurdo com a história bíblica de Abraão e Isaac.
O escritor morreu em 4 de janeiro de 1960, em Villeblevin, na França, durante um acidente de carro. Momentos antes de morrer, ele estava escrevendo o livro O primeiro homem, que permaneceu inacabado. Para homenagear Camus, selecionamos sete de suas principais obras. Confira a lista completa!
O estrangeiro
Esta é uma das principais obras de Albert Camus. Em O estrangeiro, o autor narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. O livro traz uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental.
A queda
A queda conta a história de um advogado francês que faz seu exame de consciência num bar de marinheiros, em Amsterdã. O narrador, autodenominado “juiz-penitente”, denuncia a própria natureza humana misturada a um penoso processo de autocrítica. Neste livro, Albert Camus revela o homem moderno que abandona seus valores e mergulha num vazio existencial.
O exílio e o reino
O exílio e o reino é uma coletânea de contos sobre a fraternidade humana e suas dificuldades. Tanto por sua diversidade quanto pelo caráter universal das indagações, é possivelmente a obra que melhor retrata as questões que acompanharam Albert Camus durante sua vida. Este livro traz seis contos ambientados em diferentes partes do mundo, nas quais são abordadas as mais variadas formas de exílio: o do próprio corpo, o gerado por conflitos entre os homens, o que se constitui na fé, entre outros.
O primeiro homem
Este livro estava sendo escrito por Albert Camus antes de ele morrer em um acidente de carro, em 1960. O primeiro homem é um romance inacabado, que retrata a Argélia e a infância do autor. A obra explora ainda temas constantes em sua obra, como o absurdo da morte, o artista nômade e o eterno estrangeiro.
A morte feliz
A morte feliz é o romance precursor da obra mais importante de Albert Camus, O estrangeiro. Neste livro, o protagonista, Patrice Mersault funciona como um ensaio para a composição do complexo Meursault, de O estrangeiro. O autor retrata, por meio da inquietação do personagem principal, a busca pela felicidade, assim como a aceitação, o entendimento e a consciência da morte. O autor acredita que, para se obter a felicidade, é necessário ser independente, livre, mas também ter dinheiro, já que a pobreza é a condição que impede a vida feliz.
Diário de viagem
Publicado em 1978, Diário de viagem reúne impressões de Albert Camus em suas viagens aos Estados Unidos, em 1946, e à América do Sul, em 1949. No Brasil, ele registra observações preciosas sobre vários aspectos da vida brasileira, comentando ainda seus encontros com Aníbal Machado, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Augusto Frederico Schmidt, Oswald de Andrade e Mário Pedrosa.
A peste
Este também é um dos principais livros de Albert Camus. Neste clássico, o escritor existencialista retrata uma cidade argelina tomada pela peste bubônica serve como metáfora dos horrores da Segunda Guerra Mundial.
Qual seu livro favorito de Albert Camus?
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Até hoje só li o estrangeiro e considero um dos melhores livros que conheço, inquietante, envolvente, inesquecível, enfim um clássico da modernidade!