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Conheça literatura de cordel, novo Patrimônio Cultural do Brasil

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Título foi reconhecido pelo Iphan. Por isso, preparamos uma lista com as principais obras deste gênero que encanta os brasileiros

Vida longa ao cordel! O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Caracterizado pela narrativa poética e rimas, esse gênero literário tornou-se uma vertente popular muito forte no Nordeste e no Norte a partir do século XVI, como na Bahia, em Pernambuco, Ceará, Maranhão, Alagoas e Sergipe. Ao longo do tempo, os cordéis conquistaram ainda outros estados do país, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Uma das principais características da literatura de cordel é retratar o imaginário coletivo e social sobre qualquer tipo de acontecimento. Antigamente, as obras eram comercializadas em formato de folhetos e pendurados em cordas ou barbantes. Alguns cordéis também são ilustrados com xilogravuras, uma arte de fazer gravuras em relevo sobre a madeira.

Além do título concedido pelo Iphan, a literatura de cordel costuma receber diversas homenagens no país. Em 1988, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel foi fundada no Rio de Janeiro para relembrar os principais escritores do gênero literário. Já a Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC) foi criada, em 2005, com o objetivo de valorizar os cordelistas veteranos e iniciantes.

Para homenagear o reconhecimento de Patrimônio Cultural do Brasil, selecionamos algumas das principais obras de cordel. A lista inclui obras recentes, como as duas da cordelista Jarid Arraes, Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis As lendas de Dandara. Confira!


Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, de Jarid Arraes

Este é um dos principais livros de cordel contemporâneos. Desde 2012, a autora Jarid Arraes dedica-se a desvendar a vida das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. Em Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, a escritora usa uma linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. Com ilustrações, o livro reúne histórias de grandes mulheres como Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia e Maria Firmina dos Reis.Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, de Jarid Arraes


A pedra do meio-dia ou Artur e Isadora, de Braulio Tavares

Braulio Tavares é um dos principais autores da literatura de cordel. Neste livro, ele narra a história de Artur, um andarilho valente que em sua caminhada salva a bela Isadora das garras de uma onça. Isadora precisa encontrar a Pedra do Meio-Dia para salvar seu reino enfeitiçado por um gigante. A narrativa é toda em forma de cordel e ao final da leitura, o autor explica as origens e características do gênero.A pedra do meio-dia ou Artur e Isadora


Minhas rimas de cordel, de César Obeid

Em Minhas rimas de cordel, o autor César Obeid apresenta uma série de versos que brincam com provérbios. Há ainda estrofes baseadas em crenças populares, nas quais o medo de passar embaixo da escada ou quebrar um espelho podem transformar-se em poesia. No fim da obra, Obeid inclui também a história de uma idosa fofoqueira, recriada pelo escritor da tradição oral. Minhas rimas de cordel, de César Obeid


Peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, de Firmino Teixeira do Amaral

Este é um dos cordéis que você encontra na Estante Virtual. Peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, de Firmino Teixeira do Amaral, conta a história da relação de Zé Pretinho, um cantador do sertão, com o cego Aderaldo. “Cego, você não tem medo/Da fama do Zé Pretinho?/Eu lhe disse: – Não, senhor,/Mas da verdade eu não zombo!”, dizem alguns versos do cordel. 
Peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum


As lendas de Dandara, de Jarid Arraes

Lançado em 2016, As lendas de Dandara é o livro de estreia da cordelista Jarid Arraes. A obra envolve uma narrativa em forma de relato fantástico da história de Dandara dos Palmares, a líder do Quilombo de Palmares, antes dos anos 1600. Localizado em Pernambuco, o quilombo reunia mais de 20 mil ex-escravos libertos dos canaviais.

As lendas de Dandara, de Jarid Arraes


Cordel, de Patativa do Assaré

Cordel, de Patativa do Assaré, nada mais é do que uma carta de amor em formato de cordel do autor ao sertão nordestino e seus costumes. No livro, um dos principais da literatura de cordel, o escritor expressa seus sentimentos e seu orgulho pela região e sua cultura.Cordel, de Patativa do Assaré


Cordéis que educam e transformam, de Costa Senna

Em Cordéis que educam e transformam, Costa Senna aborda temas como ética, educação e cidadania. Esses assuntos fazem parte da agenda nacional, seja nos meios de comunicação ou nas escolas. No entanto, as temáticas surgem em discussões que soam inacessíveis por serem conduzidas sem o devido cuidado. Por isso, a poeta coloca o dedo nas feridas da humanidade e discute esses temas com simplicidade.Cordéis que educam e transformam, de Costa Senna


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Gabriela Mattos
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Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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