Estante Entrevista: livros sugeridos por Mell Ferraz e Tamy Ghannam
Criadoras de conteúdo falaram sobre literatura e redes sociais e sugeriram livros na nossa última live de 2021. Fique por dentro da conversa!
Na sexta-feira (17), as criadoras de conteúdo literário Mell Ferraz e Tamy Ghannam participaram da última edição do Estante Entrevista em 2021. Durante a conversa, que aconteceu em nosso perfil no Instagram com o tema “O poder das redes sociais na literatura”, Mell e Tamy debateram sobre a relação e os possíveis de diálogos existentes entre a Internet e os livros. Além disso, as duas falaram a respeito do impacto do ambiente virtual no hábito da leitura.
Nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores. É o que mostra a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro e em parceria com o Itaú Cultural e publicada em 2020. De acordo com o levantamento, uma das causas para a redução do número de leitores no país está diretamente associado a um aumento no uso de redes sociais. Mas será que a Internet pode incentivar as pessoas a lerem mais?
“Vamos ocupar a Internet com literatura e tentar chegar o mais longe possível”.
Tamy Ghannam, criadora da plataforma de conteúdos literários Literatamy, destaca a importância das políticas públicas no incentivo ao hábito da leitura. Para ela, os programas estatais de fomento aos livros e à leitura são a ferramenta mais poderosa na resolução deste problema. Mas, de acordo com Tamy, na ausência de tais medidas, a Internet pode ser utilizada como um mecanismo de difusão literária.
“Eu gosto de pensar e usar a Internet a nosso favor. Essa conversa que a gente está tendo agora, por exemplo, traz o debate para o lugar onde as pessoas estão – inclusive, a população mais jovem. Então, vamos ocupar a Internet com literatura e tentar chegar o mais longe possível”, explicou.
O equilíbrio entre o consumo de livros e redes sociais é um caminho possível e eficaz para quem deseja ler mais. Para Mell Ferraz, criadora do blog Literature-se, organizar o tempo incluindo tanto momentos do dia destinados às leituras como períodos voltados ao uso das redes pode ser um bom caminho para os leitores que pretendem se aproximar da leitura.
“Nós podemos até colocar metas para a gente, né? Dividir os dias e pensar em quantas páginas eu preciso ler por dia. Eu vou conversando com o meu tempo e desafiando o tempo que eu tenho. É uma coisa que não tem muita mágica. É você ver o tempo que você tem e ir conversando com ele e com o que você quer ler”, concluiu.
Antes da live chegar ao fim, Mell e Tamy sugeriram leituras imperdíveis para quem planeja desenvolver ainda mais o hábito da leitura no próximo ano. Confira as sugestões e fique por dentro da live!
A História do Senhor Sommer, Patrick Suskind
No tempo em que eu ainda trepava às árvores, vivia na nossa aldeia um homem a quem chamavam senhor Sommer. Ninguém sabia qual era o seu nome de batismo e também ninguém sabia se ele tinha ou não uma profissão. Mas embora pouco se soubesse sobre este senhor, toda a gente o conhecia, pois andava permanentemente de um lado para o outro. Podia nevar ou aproximar-se um furacão, o senhor Sommer peregrinava como uma alma penada, atravessando a paisagem.
As aventuras da China Iron, Gabriela Cabezón Cámara
As Aventuras de China Iron conta o renascer de uma mulher mestiça que escapa do marido acompanhada da cadela Estreya. Juntas, Iron e Estreya encontram Liz, uma inglesa com quem cruzarão a pampa argentina rumo ao delta do rio Paraná.
As mulheres de Tijucopapo, Marilene Felinto
As mulheres de Tijucopapo acompanha a viagem de retorno de Rísia à terra onde sua mãe nasceu, a lendária Tijucopapo. No trajeto, ela relembra a sua infância no Recife e a adolescência em São Paulo.
Os Supridores, José Falero
Em um supermercado na região central de Porto Alegre trabalham Pedro e Marques. Aos poucos, a dupla veste a carapuça de Dom Quixote e Sancho Pança amotinados. Moradores de “vila” (a favela no Sul), eles invertem o jogo mesmo que as consequências sejam graves. Os dois conhecem pessoas que traficam na periferia onde moram e, por isso, insistem em se manter na legalidade. Mas, diante de uma “seca” de maconha devido ao desinteresse dos traficantes em comercializá-la, e já cansados da exploração do trabalho, os dois amigos decidem entrar para o tráfico. É a única opção para melhorar de vida e também uma recusa à desumanização do trabalho assalariado.
O Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto
No clássico de Lima Barreto conhecemos a história do major Policarpo Quaresma. Ele, que é um nacionalista extremado visto como “patriota”, quer defender sua nação a todo custo. O patriotismo aferrado leva o protagonista a se envolver em projetos, que surgem nas três partes do livro.
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