12 livros para você ler em setembro
À procura de uma boa leitura para este mês? Selecionamos títulos clássicos e lançamentos para você conhecer. Confira!
Setembro está começando e nada melhor do que escolher as leituras para o mês. Em meio a tantos clássicos incríveis da literatura e lançamentos de 2020, às vezes é difícil escolher os próximos livros da lista, né? Por isso, selecionamos alguns títulos que vão conquistar você.
Entre os livros os recentes A casa, de Chico Felitti, e Os dois mundos de Isabel, de Daniela Arbex, os queridinhos dos leitores, como Vulgo Grace, de Margaret Atwood, e grandes clássicos, como O ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Veja a lista e boa leitura!
A casa, de Chico Felitti
João de Deus desfrutava das bênçãos do establishment. Frequentava festas de políticos, recebia artistas brasileiros e estrangeiros, via filas quilométricas se formarem em frente à casa onde atendia, na pequena cidade de Abadiânia, no interior de Goiás. No fim de 2018, veio a público uma onda de acusações de assédio sexual contra o líder espiritual. Dezenas de mulheres saíram da sombra para contar experiências de abuso e estupro. Em seguida surgiram as denúncias na Justiça. E então o castelo de cartas de João de Deus começou a desmoronar. Este livro mergulha nessa história, mostrando que ela é ainda mais assustadora.
Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago
Este é um dos principais livros da literatura mundial. Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única.
Um amor incômodo, de Elena Ferrante
Aos 45 anos, Delia retorna a sua cidade natal, Nápoles, na Itália, para enterrar a mãe, Amalia, encontrada morta numa praia em circunstâncias suspeitas: a humilde costureira, que se acostumou a esconder a beleza com peças simples e sem graça, usava nada além de um sutiã caro no momento da morte. Revelações perturbadoras a respeito dos últimos dias de Amalia impelem Delia a descobrir a verdade por trás do trágico acontecimento. Avançando pelas ruas caóticas e sufocantes de sua infância, a filha vai confrontar os três homens que figuraram de forma proeminente no passado de sua mãe.
Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro
O livro mais vendidos do Brasil e um dos mais vendidos da Estante Virtual não poderia ficar de fora da lista. Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em 11 capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.
Controle, de Natalia Borges Polesso
Conhecida por sua escrita ritmada, informal e envolvente, Natalia Borges Polesso apresenta, em Controle, uma narrativa impactante sobre relações homoafetivas entre mulheres, o poder do desafio e, acima de tudo, as escolhas que precisam ser feitas para que as pessoas se tornem quem elas querem ser. Mesclando citações de letras da banda New Order em seu texto, a autora escreve um romance geracional que permanecerá na mente do leitor. A protagonista, Nanda, é epilética. Descobriu o transtorno ainda na infância, depois de uma queda de bicicleta, e sua vida nunca mais foi a mesma. Cercada de cuidado pelos pais, com medo de crescer e sair da casca protetora fornecida por sua condição, ela evita ao máximo o contato humano exceto pela amiga, Joana. Mas compartilhar o que acontece na vida de outra pessoa não é como viver junto dela. Nanda se pergunta até quando conseguirá manter a rotina morna que leva.
Terra sonâmbula, de Mia Couto
Terra Sonâmbula é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa. Mia Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela fábula. Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965- 1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992. O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão.
Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie
Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, a escritora abraçou o termo e – em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “antiafricanas” e que odeiam homens e maquiagem – começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. Neste ensaio preciso e revelador, Chimamanda parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero.
Vulgo Grace, de Margaret Atwood
Como em uma elaborada peça de patchwork, o livro remonta a trajetória de Grace Marks, uma criada condenada à prisão perpétua por ter ajudado a assassinar o patrão, Thomas Kinnear, e a governanta da casa, Nancy Montgomery. Com a sutileza que lhe é peculiar, Margaret Atwood deixa subentendidos importantes aspectos da trajetória da protagonista para que o leitor forme sua própria opinião sobre o que teria motivado o crime. Respostas guardadas muito bem até o fim do romance e que dão corpo a toda essa misteriosa colcha de retalhos.
O escândalo do século, de Gabriel García Márquez
O escândalo do século é a amostra mais representativa da tensão narrativa – entre jornalismo e literatura – que permeou toda a trajetória de Gabriel García Márquez como repórter. Cobrindo quatro décadas, esta deliciosa viagem através de meia centena de textos mostra como “o melhor ofício do mundo” está no coração da obra do Prêmio Nobel colombiano. Com seleção de textos de Cristóbal Pera e prólogo de Jon Lee Anderson, esta antologia contém textos indispensáveis, que vão desde as reportagens escritas em Roma sobre a morte de uma jovem italiana, acontecimento que possibilitou ao autor pintar um afresco incomparável das elites políticas e artísticas da Itália, até crônicas sobre o tráfico de mulheres de Paris para a América Latina ou apontamentos sobre Fidel Castro ou João Paulo II. A obra traz cinquenta textos de García Márquez, publicados em jornais e revistas entre 1950 e 1984.
A mansão Hollow, de Agatha Christie
A mansão Hollow é um dos principais livros da escritora Agatha Christie, que completaria 130 anos neste mês. Um inofensivo convite para almoçar na Mansão Hollow logo se transforma em mais um caso a ser desvendado por Hercule Poirot. A cena do crime parece um tanto artificial – o corpo de um homem agonizando na beira da piscina, sua mulher logo ao lado segurando um revólver, e ainda três testemunhas. Seria na verdade uma encenação, uma brincadeira de mau gosto para provocar o detetive?
Os dois mundos de Isabel, de Daniela Arbex
A primeira biografia da premiada jornalista Daniela Arbex narra a história da brasileira centenária que ergueu a voz para ajudar milhares de pessoas Nascida no interior de Minas Gerais, em 1924, Isabel Salomão de Campos é da primeira geração de brasileiros de uma família de imigrantes libaneses. Criada no sertão mineiro, em uma fazenda, a menina mostrou ser diferente desde pequena. Aos 9 anos, via e ouvia coisas que não conseguia explicar, benzia pessoas sem acesso a remédios e a cuidados médicos, e, aos 14, conseguiu sozinha a autorização do prefeito de sua cidade para criar uma escola para os filhos dos colonos. A professora seria ela própria. Quando descobriu que as tais “coisas” que via desde a infância eram espíritos se comunicando com ela, Isabel deu início a um longo processo de aprendizado no espiritismo, sendo a primeira mulher a erguer publicamente sua voz para falar deste mundo invisível.
A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe
Em A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe narra a história de António Jorge da Silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos, e depois de perder a mulher, é entregue a um asilo. Sozinho, mas sem sucumbir ao pessimismo, num mundo cuja metafísica parece ter sido subtraída, silva se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir sua vida. Ele que viveu sob o peso de Salazar, nos tempos em que as ditaduras regiam tudo, coloca o passado e suas ações em perspectiva, não sem notar que o pessimismo sobre o papel do país no mundo exacerbou-se ainda mais. Portugal se transformou numa máquina geradora de sentimento de inferioridade, uma máquina especializada em produzir entre os nascidos no país a vontade de deixá-lo.
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Eu tenho em José Saramago o meu escritor preferido. O livro citado Ensaio sobre a Cegueira é excelente. Por incrível que pareça, o filme conseguiu certa proximidade do livro, o que é difícil! Não é o melhor livro de Saramago. Eu li todos. Numa das vezes que fomos a Portugal, visitamos a casa onde ele morou com a sua Pilar. Emocionante ver os seus rabiscos e escritos à mão. Eu amo ler!
Adorei
Fico aterrorizada quando ouço alguém dizendo que prefere assistir ao filme com o mesmo título do livro, sem tê-lo lido antes. Como pode?