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Dos livros aos palcos: conheça 7 adaptações literárias para o teatro

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De monólogos a musicais, nós selecionamos sete produções teatrais que foram inspiradas em obras literárias. Confira a lista e bom espetáculo!

Uma das mais antigas manifestações culturais da humanidade, o teatro é historicamente utilizado por diversos povos, tanto na elaboração de rituais religiosos como para finalidades culturais. Desde a Antiguidade, os espetáculos abrem espaços para que artistas se expressem e interajam com o público, através de textos que refletem a respeito de questões primordiais na sociedade.

Como já diria o escritor irlandês Oscar Wilde, “a arte imita a vida, e a vida imita a arte”. Mas, além de se conectar com as discussões sobre as experiências no mundo, o teatro também costuma manter diálogos com a literatura. Por isso, não é difícil assistir a uma peça e depois descobrir que trata-se de uma adaptação de um romance ou um livro de crônicas. Será que o seu espetáculo favorito foi adaptado de uma obra literária? Aqui, nós preparamos uma lista com sete produções teatrais que foram baseadas em livros.


A Casa dos Budas Ditosos

Na adaptação que Domingos Oliveira fez do livro “A Casa dos Budas Ditosos”, Fernanda Torres interpreta uma baiana sexagenária que conta em detalhes as suas incontáveis experiências sexuais. Há 17 anos em cartaz, o monólogo já cumpriu diversas temporadas pelo país e chegou, inclusive, a realizar apresentações em Portugal.

A Casa dos Budas Ditosos, João Ubaldo Ribeiro

A Casa dos Budas Ditosos narra a trajetória de CLB, uma mulher baiana que vive no Rio, e, aos 68 anos, continua a viver as infinitas possibilidades do sexo com prazer e sem culpa. Na obra, João Ubaldo Ribeiro brinda o leitor com um depoimento “socio-histórico-lítero-pornô” em um relato dedicado às mulheres.


A Cor Púrpura – O Musical

Inspirada no premiado livro de Alice Walker, o musical foi escrito há mais de 35 anos pela dramaturga norte-americana Marsha Norman. No Brasil, o espetáculo foi montado em 2019 sob o comando do diretor Tadeu Aguiar. A Cor Púrpura – O Musical narra a história de Celie, mas também discute a relação de poder que historicamente os homens obtêm sobre as mulheres na sociedade.

A Cor Púrpura, Alice Walker

O romance de Alice Walker narra a trajetória de Celie, uma mulher negra que vive ao sul dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. Desde a infância, Celie sofre com abusos físicos e psicológicos por parte do padrasto e do marido. A Cor Púrpura, no entanto, se constrói a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor que a protagonista vive, sobretudo com a inesquecível Shug Avery.


Amar, Verbo Intransitivo

Inspirada no livro de Mário Andrade, o espetáculo de Luciana Carnieli e Dagoberto Feliz fala sobre o lugar da mulher na sociedade patriarcal unindo elementos da literatura, do teatro e do cinema. Amar, Verbo Intransitivo narra a controversa história vivida pela governanta Fräulein Elza e Carlos, primogênito herdeiro de uma família tradicional paulista nos anos 1920. 

Amar, Verbo Intransitivo, Mário Andrade

Publicado em 1920, Amar, Verbo Intransitivo conta a história de Elsa, uma governanta alemã que é contratada por um membro da burguesia industrial paulistana para atuar na iniciação sexual de seu filho adolescente. Mas, se por um lado, a mulher tenta se manter firme em sua função, de outro ela deseja voltar para a Alemanha e casar-se com o homem dos sonhos.


Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus

Baseada em “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, de Carolina Maria de Jesus, Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus conta parte do amplo legado dessa escritora brasileira, que se tornou um fenômeno editorial na década de 60 e vendeu mais de um milhão de livros em mais de 80 países. Outros livros de sua autoria como “Diário de Bitita” e Casa de Alvenaria também foram inseridos na peça e compõem a narrativa sobre a vida e obra de Carolina Maria de Jesus.

Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus

Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada é o diário de Carolina Maria de Jesus. Moradora da comunidade do Canindé, em São Paulo, e mãe de três filhos, Carolina registra a sua rotina como catadora de papel e revela aos leitores um sensível e contundente relato da dura realidade vivida na periferia da capital paulista.


Gota d’Água {PRETA}

Inspirada no musical “Gota d’Água”, Gota d’Água {PRETA} a releitura do diretor brasileiro Jé Oliveira atualiza a obra de Chico Buarque e Paulo Pontes. Com um elenco majoritariamente negro, o espetáculo discute questões sobre o contexto social e racial dos personagens e ressalta aspectos de religiões de matriz africana e a musicalidade negra.

Gota d’Água, Chico Buarque e Paulo Pontes

O livro de Chico Buarque e Paulo Pontes trata-se de uma adaptação do clássico Medeia, de Eurípedes, à realidade urbana brasileira. Em Gota d’Água, acompanhamos Joana, uma mulher madura e sofrida que se apaixona pelo sambista Jasão, famoso pela canção “Gota d’água”. Assim como na tragédia grega, Joana se casa com Jasão, mas depois é traída pelo marido, que se apaixona por Alma. E como na história de amor e vingança clássica, diante dessa situação, Joana provoca uma terrível tragédia. 


Misery

Inspirada no livro “Misery”, de Stephen King, o espetáculo estreou no ano de 1992, em Londres, e já circulou por cerca de dez países, incluindo uma temporada na Broadway, estrelada por Bruce Willis. No Brasil, Misery foi montada pela primeira vez em 2005, com o autor Luiz Gustavo como protagonista.

Misery, Stephen King

Misery narra a história de Paul Sheldon, um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers que escreveu, sempre protagonizados por Misery Chastain. Após sofrer um acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que se assume uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor, mas discorda do final do último livro. Desse modo, Annie prende o escritor em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças a ela, que só terá fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado.


Wicked

Baseado no romance “Wicked – A História não Contada das Bruxas de Oz”, o musical Wicked chegou à Broadway em 2003 e, com um elenco formado por atores e atrizes como Idina Menzel, Kristin Chenoweth e Joel Grey foi vencedor de três Tony Awards, seis Drama Desk Awards e um Grammy.
No Brasil, a produção teve a sua primeira apresentação em 2016.

Wicked – A História não Contada das Bruxas de Oz, Gregory Maguire

Em Wicked – A História não Contada das Bruxas de Oz, observamos o histórico embate entre Dorothy e a Bruxa Má do Oeste sob a perspectiva da misteriosa bruxa. O livro revela todos os detalhes da história da jovem de pele verde que cresce em meio a desafios e preconceitos, até se tornar uma bruxa infame, que desafia todas as noções sobre a natureza do bem e do mal.


Você já assistiu a alguma das peças da lista?


Yasmin Lisboa

Yasmin Lisboa

Yasmin é jornalista e estudante de Cinema. Cantora e colecionadora de discos e livros, é fascinada pela cultura popular brasileira.

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