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10 autores para comemorar o Dia Internacional da Língua Portuguesa

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Selecionamos alguns dos principais escritores do Brasil e de outros países de Língua Portuguesa. Boa leitura!

Você sabia que 5 de maio é o Dia Internacional da Língua Portuguesa? A data mundial foi criada em 2009, em Cabo Verde, e é celebrada em todos os países que tem o português como a língua nativa: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Cabo Verde. O principal objetivo é destacar a importância da Língua Portuguesa no mundo.

Além de 5 de maio, há outras datas nacionais que celebram o idioma. Aqui no Brasil, por exemplo, a comemoração ocorre em todo dia 5 de novembro, que remete ao nascimento do escritor Rui Barbosa. Enquanto isso, em Portugal, a homenagem ocorre em 10 de junho, mesma data de falecimento do poeta Luís de Camões.

Para comemorar, fizemos uma lista com dez dos principais autores da Língua Portuguesa. A seleção inclui clássicos, como Machado de Assis, e contemporâneos, como Mia Couto e Conceição Evaristo. Veja a lista completa e boa leitura!


O homem duplicado, de José Saramago

O professor de história Tertuliano Máximo Afonso descobre, certo dia, que é um homem duplicado. Ao assistir a um vídeo, ele se reconhece em outro corpo, idêntico ao dele próprio: um dos atores do filme é seu sósia. Os desdobramentos dessa história são imprevisíveis. Mas o romance de José Saramago, esclareça-se logo, não tem nada a ver com clonagem ou outras experiências de laboratório. O que está em jogo é a perda da identidade numa sociedade que cultiva a individualidade e, paradoxalmente, estabelece padrões estreitos de conduta e de aparência.


Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Este livro é fundamental para conhecer a escrita de Conceição Evaristo. A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.


Dois irmãos, de Milton Hatoum

Este livro que traz um drama familiar de notável densidade, também ambientado em Manaus. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos – Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil no início do século – e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Na mesma casa moram Domingas, a empregada da família, e seu filho, um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser filho da empregada. É este menino que, 30 anos depois dos acontecimentos, vai contar o que testemunhou calado.


O último voo do flamingo, de Mia Couto

A partir de um acontecimento fantástico e hilariante, o moçambicano Mia Couto elabora uma narrativa fabular, que combina oralidade e erudição, poesia e política, magia e ciência, em um romance onde a África arcaica e a modernidade do mundo Ocidental se misturam.


Assim na Terra como embaixo da Terra, de Ana Paula Maia

Uma colônia penal isolada – um terreno com um histórico tenebroso de assassinato e tortura de escravos –, construída para ser um modelo de detenção do qual preso nenhum fugiria, torna-se campo de extermínio. Espécie de capitão do mato/carcereiro, Melquíades é o algoz dos presos, caçando e matando-os como animais, apenas por satisfação pessoal. Os presos, cada qual com sua história, estão sempre planejando a própria fuga, sem saber se vão acabar mortos pelos guardas ou pelo que os espera do lado de fora da Colônia. 


Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Maior escritor brasileiro, Machado de Assis também não poderia ficar fora da lista. Memórias póstumas de Brás Cubas conta a história daquele que é considerado o maior hipócrita da literatura brasileira: Brás Cubas, personagem tipicamente burguês, sem objetivos e bastante contraditório que resolve escrever sua história depois de morto, tornando-se o primeiro autor defunto da humanidade. A narrativa é marcada pela desordem cronológica, o excesso de transgressões e reflexões – que muitas vezes suspendem a narrativa por muitos capítulos – e a aparente falta de conexão entre os pensamentos do narrador e o que é contado.


O clube dos jardineiros de fumaça, de Carol Bensimon

Em um cenário formado por coníferas milenares, estradas sinuosas e falésias, a região californiana do Triângulo da Esmeralda concentra a maior produção de maconha dos Estados Unidos. É lá que o jovem professor brasileiro Arthur busca recomeçar a vida, depois dos acontecimentos que o levaram a deixar Porto Alegre. Aos poucos, ele se insere na dinâmica local e passa a fazer parte de uma história que começa com a contracultura dos anos 1960 e se estende até o presente. À vida de Arthur e daqueles com quem estabelece vínculos — o atormentado Dusk, a solitária Sylvia, a indecisa Tamara — mistura-se a de personagens reais que participaram do embate que levou à descriminalização do uso da maconha, fazendo deste um poderoso romance panorâmico.

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Galveias, de José Luis Peixoto

O português José Luís Peixoto revisita a aldeia de sua infância e faz uma reflexão sobre a identidade lusitana. A partir de suas memórias de infância, o autor constrói neste romance o universo de um lugarejo quase parado no tempo, que subitamente se vê diante de um imenso mistério. Com grandes histórias e um elenco de personagens admiráveis, ele traça um retrato da vida rural portuguesa no início dos anos 1980, que vivia então um embate entre a tradição e a inevitável chegada da modernidade, em um momento economicamente difícil para o país.


A casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro

Este livro conta a história de CLB, uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro, que jamais se furtou a viver – com todo o prazer e sem respingos de culpa – as infinitas possibilidades do sexo. Seriam as memórias desta senhora devassa e libertina um relato verídico? Ou tudo não passa de uma brincadeira do autor? Nunca saberemos. Importa é que ninguém conseguirá ficar indiferente à franqueza rara deste relato e a seu humor corrosivo. Com a maestria que o consagrou como um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, João Ubaldo Ribeiro nos brinda com esse depoimento “socio-histórico-lítero-pornô”. Um romance impudico e provocador.


Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende

Isabel das Santas Virgens, presa no convento do Recolhimento da Conceição, escreve à rainha Maria I, conhecida como a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por muitos como também lunática, conta os destemperos cometidos pelos homens da Coroa contra mulheres, escravizados e todos os que se encontravam mais vulneráveis. Por meio dos tormentos passados por ela e por sua senhora Blandina, nossa narradora expõe o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar. Com uma pesquisa histórica ímpar e usando o vocabulário próprio do setecentos mesclado a uma linguagem moderna, Maria Valéria Rezende recria com maestria a história de duas mulheres em um período conturbado do passado brasileiro.


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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