10 autoras para ler em 2020
À procura de uma boa leitura? Fizemos uma seleção de mulheres incríveis que você deve conhecer neste ano. Confira a lista!
Ao longo dos anos, o meio literário revelou inúmeras escritoras incríveis no Brasil e no mundo. Para ajudar na sua lista de leituras para 2020, selecionamos autoras, consagradas e também as estreantes, que você precisa conhecer nos próximos 12 meses. Confira a nossa seleção!
Conceição Evaristo
Um dos principais nomes da literatura brasileira, Conceição Evaristo nasceu em 29 de novembro de 1946, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Seus livros são conhecidos pela “escrevivência”, uma junção dos verbos escrever, viver e se ver. Trata-se de “escrever a escrita” do cotidiano das mulheres negras na sociedade. Nas histórias, a escritora retrata a violência, as tristezas, as conquistas e as dores dessas pessoas.
Conceição é mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ao longo da carreira, Olhos d’água é um dos seus livros de destaque da autora.
Na obra, ela ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres.
Ottessa Moshfegh
Nascida em 1981, em Boston, nos Estados Unidos, a escritora Ottessa Moshfegh é uma das principais revelações da literatura mundial nos últimos anos. Com seu primeiro romance, Eileen, a autora foi finalista do prêmio Man Booker Prize, uma das premiações mais badaladas da literatura.
O segundo romance da autora, Meu ano de descanso e relaxamento, chegou ao Brasil em 2019, pela editora Todavia. Jovem, bonita e rica, a narradora deste livro sente um enorme vazio no peito. Durante um ano, ela passa a maior parte dormindo, após tomar uma combinação de remédios prescritos por uma psiquiatra.
Sylvia Plath
A escritora Sylvia Plath nasceu em 27 de outubro de 1932, nos Estados Unidos. Um dos principais nomes da literatura norte-americana, foi poeta, contista e romancista. Estudou em Smith College e, no mesmo período, foi editora convidada da revista Mademoiselle, em Nova York. No entanto, Sylvia teve altos e baixos durante a vida, principalmente por sofrer de depressão.
Desde os 11 anos, Sylvia tinha o hábito de escrever diários. Na década de 1950, a escritora relatou suas experiências na universidade e esses depoimentos foram editados 30 anos depois, pela Frances McCullough. Em 2019, a editora Companhia das Letras lançou o livro Mary Ventura e o nono reino, que era inédito até então. Escrita em 1952, quando a escritora tinha 20 anos, a obra é uma fábula simbólica e obscura, que retrata os dilemas do início da vida adulta. A narrativa passa-se em uma viagem de trem misteriosa até o Nono Reino
Toni Morrison
Primeira mulher negra a conquistar o Prêmio Nobel de Literatura, a escritora Toni Morrison deixou um extenso legado para o meio literário mundial. Nascida em 18 de fevereiro de 1931, em Ohio, nos Estados Unidos, ela estreou como romancista apenas na década de 1970, com a publicação do livro O olho mais azul.
Lançado em 2019 no Brasil, A origem dos outros é baseado nos discursos que Toni fez na universidade de Harvard. A obra é uma busca de respostas para questões históricas, políticas e literárias sobre o racismo e a radicalização da identidade. Se o racismo é aprendido com exemplos cotidianos, a literatura mostra-se uma arma fundamental para combater o problema.
Martha Batalha
A escritora Martha Batalha nasceu em Recife, em 1973, mas cresceu no Rio de Janeiro. Trabalhou como repórter e, em 2008, mudou-se para Nova York, onde formou-se no mestrado em Publishing. Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e semifinalista do Oceanos em 2019, A vida invisível de Eurídice Gusmão foi adaptado para os cinemas no ano passado.
No contexto dos anos 1940, no Rio de Janeiro, o livro conta a história de Guida Gusmão, uma menina que desaparece da casa dos pais sem deixar notícias. No período, a sua irmã, Eurídice Gusmão, torna-se uma dona de casa, mas nenhuma das duas parece feliz com suas escolhas. Enquanto acompanhamos as desventuras de Guida e Eurídice, somos apresentados a uma gama de figuras fascinantes, como Zélia, a vizinha fofoqueira, e seu pai Álvaro, às voltas com o mau-olhado de um poderoso feiticeiro.
Svetlana Aleksiévitch
Vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2015, a escritora Svetlana Aleksiévitch nasceu na Ucrânia, em 1948. A jornalista é conhecida por publicar livros a partir da sua observação da realidade. No ano passado, Vozes de Tchernóbil ficou em alta por causa da série Chernobyl, da HBO, que também se baseou em fatos descritos no livro.
Svetlana conta como as autoridades soviéticas esconderam a gravidade do acidente nuclear para a população. Com mais de 500 entrevistas, a autora dá voz às vítimas sobreviventes, desde os profissionais que trabalharam durante o acidente, como bombeiros e médicos, até os cidadãos comuns e representantes do governo.
Igiaba Scego
Uma das convidadas da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2018), a escritora italiana Igiaba Scego nasceu em 20 de março de 1974. Graduada em Línguas Estrangeiras, ela cursou doutorado em Pedagogia, na Universidade de Roma Tre.
O romance Adua leva o nome de uma homenagem à primeira vitória africana contra o imperialismo europeu. Com sonho de ser atriz, a personagem procura italianos que fazem todo tipo de tráfico nos anos 1970, na cidade de Magalo. A relação com a figura ausente e opressiva do pai é um dos eixos principais deste livro que expõe dores terríveis como a da mutilação genital das mulheres somalis.
Aparecida Vilaça
Doutora em Antropologia Social, a escritora carioca Aparecida Vilaça escreveu diversos livros acadêmicos sobre a tribo Wari’ e, em 2019, lançou Paletó e eu: Memórias do meu pai indígena. Nesta obra, ela faz um relato pessoal sobre sua relação com a tribo e, principalmente, com o carismático pai indígena, Paletó.
Grada Kilomba
Nascida em 1968, a escritora portuguesa Grada Kilomba esteve presente na Flip 2019. Além de autora, ela é psicóloga e uma artista interdisciplinar, que foca os estudos em assuntos como racismo, pós-colonialismo, memória, gênero e trauma.
Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada como outra.
Clarice Lispector
Queridinha dos amantes da literatura no Brasil, a escritora Clarice Lispector não poderia ficar de fora da lista em um período tão especial: o ano de seu centenário. Uma das escritoras mais importantes do século 20, ela nasceu em 20 de dezembro de 1920, na Ucrânia, mas naturalizou-se brasileira.
A hora da estrela, um de seus principais livros, conta a história de Macabéa, uma menina que vive sem saber para quê. Depois de perder a tia, viaja para o Rio de Janeiro, aluga um quarto, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus – que logo a trai com uma colega de trabalho.
Você já leu algum livro dessas autoras? 🙂
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Amei a idéia! Otimas. autoras
Parabéns pela maravilhosa seleção!!! Já li vários livros das autoras… Da Conceição tenho 3 autografados… Fã de carteirinha😍