[Entrevista] “Os jovens leitores estão abertos a novas histórias”, diz a escritora Iris Figueiredo
Em entrevista ao Estante Blog, a autora de Céu sem estrelas falou sobre sua produção literária e o gênero young adult. Confira!
O gênero young adult conquista cada vez mais leitores no Brasil e no mundo. Com isso, ao longo dos anos, mais autores têm sido revelados no mercado literário. Um dos destaques é a escritora Iris Figueiredo, de 26 anos, que lançou seu quarto livro, Céu sem estrelas (Companhia das Letras), em 2018. Sensível, este romance fala sobre autoestima, saúde mental e família.
A obra conta a história da personagem Cecília, que acabou de completar 18 anos e vive um turbilhão em sua vida. Depois de perder seu primeiro emprego e de ter uma briga terrível com a mãe, a jovem decide ir passar uns tempos na casa da melhor amiga, Iasmin. A partir deste momento, ela se aproxima do irmão mais velho da amiga e os dois começam uma relação.
Além de Céu sem estrelas, Iris é autora dos títulos Confissões on-line 1, Confissões on-line 2 e Dividindo mel. Em entrevista ao Estante Blog, a autora contou sobre sua produção literária e o público young adult. Confira a nossa entrevista completa!
Quais foram suas inspirações para Céu sem estrelas?
A primeira vez que eu tive a ideia de Céu sem estrelas foi em 2011, antes da publicação do meu primeiro livro. Passei uns 5 anos escrevendo, publiquei outros dois livros nesse intervalo. Depois que lancei esses dois, consegui concluir a escrita de Céu sem Estrelas. A ideia da obra surgiu quando eu estava revelando fotos na universidade. Veio na minha cabeça a história de um casal que precisava fazer um trabalho de faculdade junto, mas era algo complicado. A partir desta mensagem, que acabou virando algo bem pequeno no livro, comecei a querer tentar entender quem eram aquelas duas pessoas e o que as incomodava tanto.
Por que a escolha do gênero young adult?
Não acho que young adult tenha sido uma escolha consciente, mas é um gênero que leio bastante. Não gosto muito de pensar o que vai acontecer com o livro enquanto eu estou escrevendo. Deixo pra fazer isso na segunda parte, quando estou revisando o texto. Quero contar uma história que seja real para mim. Gosto muito de escrever para jovens, porque eles, principalmente os adolescentes, têm uma abertura muito maior com os conflitos. Eles se deixam sentir aquilo.
Gosto do retorno que os livros me dão, desse diálogo direto com os leitores. É importante pra mim como escritora.”
Como você vê o mercado de young adult no Brasil? Qual a importância desse tipo de literatura para quem está saindo da adolescência e entrando na fase adulta?
Acho que existe aquela ideia de que jovem não lê, mas quando vemos as bienais do livro, percebemos que é uma ideia equivocada. Os jovens leitores são abertos a novas histórias, principalmente aquelas que eles se identifiquem, que falem com eles de igual pra igual, que sejam um reflexo natural. Esses leitores estão muito dispostos a ouvir, a aprender. É uma fase de muitas tentativas, essencial pra formação de leitores.
Esse público (young adult) gosta de interagir com os escritores e é fiel. São leitores que leem uns aos outros.”
O young adult está crescendo no Brasil. Antes, os leitores não tinham muitas histórias para eles. O mercado cresce à medida que os escritores compreendem isso, que eles estão ali contando histórias que valem mais do que se vai ser ou não sucesso.
Você já está escrevendo outro livro? Se sim, pode contar um pouco mais sobre o assunto?
Eu comecei a escrever o livro da Iasmin, que é irmã do Bernardo em Céu sem estrelas. É o que a gente chama de spin-off, que é uma história em um mesmo universo, mas é individual. Você pode ler ou não na ordem, porque não faz diferença. Fala sobre relacionamentos abusivos. Estou bem no início da escrita, então não tenho muita coisa para adiantar. Eu tenho outros projetos, inclusive de não-ficção, mas ainda estão sendo marinados. Ainda estou preparando para ver o que vai acontecer com cada um.
Você também pode gostar desses livros abaixo:
Quando escolheram por mim, de Laura Miller
Esta obra conta a história de Rory Vaughn, uma jovem de 16 anos com um futuro promissor. Ela acabou de ser aceita em uma exigente escola preparatória, mas tudo está prestes a mudar. Rory começa a se envolver com North, um charmoso garoto morador das redondezas que insiste em não obedecer ao Lux, um aplicativo de celular. Logo, a menina passa a não seguir mais os conselhos do aplicativo e a ouvir a temida voz interior que foi ensinada a ignorar.
A culpa é das estrelas, de John Green
Hazel Grace tem 16 anos e o câncer da sua tireoide evoluiu para uma metástase no pulmão, o que a obriga a andar sempre com um cilindro de oxigênio para poder respirar. Augustus Waters é um ex-jogador de basquete que perdeu uma perna para o osteosarcoma. Os dois se conhecem durantes as reuniões de um grupo de apoio a jovens com câncer e é inevitável se apaixonarem.
Para todos os garotos que já amei, de Jenny Han
A obra de Jenny Han retrata a rotina de Lara Jean, que guarda cinco cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Nas mensagens, escritas para cada garoto que amou, a personagem diz coisas que nunca havia falado para alguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas são misteriosamente enviadas aos destinatários.
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