7 livros inesquecíveis de Fernando Pessoa
Selecionamos algumas obras marcantes para homenagear os 130 anos de nascimento do poeta. Ficou curioso? Veja a nossa lista completa!
Um dos principais poetas do mundo, o português Fernando Pessoa é um autor atemporal e conquista leitores ao longo dos séculos. Nascido em 13 de junho de 1888, em Lisboa, ele foi educado na África do Sul e adotou o inglês como segundo idioma. Pessoa morreu na mesma cidade onde nasceu, aos 47 anos, por causa de uma cirrose hepática. O tradutor e ensaísta ficou conhecido pela criação de 72 heterônimos. As personalidades assinavam seus livros e, para cada uma delas, o escritor criava diferentes características e movimentos literários presentes nos próprios textos.
Quais são os heterônimos de Fernando Pessoa?
Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis. Segundo biografia criada pelo próprio poeta, Álvaro de Campos nasceu na cidade de Tavira, em Portugal, no dia 15 de outubro de 1890. Com personalidade literária mais elaborada, ele é considerado como um alter ego de Pessoa. A escrita deste heterônimo pode ser dividida em três diferentes fases: decantista, caracterizada pela visão pessimista do mundo; futurista, que mostra o fascínio pelo progresso industrial, e intimista, que retrata angústias e incompreensões.
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Já Alberto Caeiro é o poeta do campo, o guardador de rebanhos. Nascido em Lisboa, ele viveu a vida no campo e recebeu os cuidados de uma tia-avó idosa, após a morte precoce de seus pais. Por definição de Pessoa, este heterônimo escreve “por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever”. Caeiro acreditava que era possível viver sem dor e sentir sem pensar.
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”
Médico monárquico, Ricardo Reis se expressava por meio de elementos bucólicos, estóicos e epicuristas. Ele se mudou para o Brasil em protesto pela proclamação da República em Portugal. Em 1984, o escritor português José Saramago escreveu o livro O ano da morte de Ricardo Reis para dar continuidade a essa personalidade. Na obra, o autor coloca Pessoa em diálogo com a sua própria criatura. Para homenagear os 130 anos do nascimento de Pessoa, selecionamos sete obras inesquecíveis do poeta. Confira a lista completa!
Mensagem
Publicado em 1934, um ano antes da morte de Fernando Pessoa, Mensagem reúne 44 poemas retrata o glorioso passado de Portugal de forma apologética. A obra tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e decadência da época. O livro enaltece ainda o estilo do poeta português Luís de Camões e o valor simbólico dos heróis do passado. Mensagem recebeu o Prêmio Antero de Quental, na categoria de poema e prosa solta no mesmo ano em que foi publicado.
Ficções de interlúdio
Ficções do interlúdio é uma espécie de antologia pessoal. A obra reúne poemas que Fernando Pessoa publicou em vida, entre 1914 e 1935, e que pretendia transformar em livro. Os heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro aparecem em poemas como “Autopsicografia”, “Ode marítima” e “Tabacaria”.
Livro do desassossego
Livro do desassossego é um dos principais livros de Fernando Pessoa. Na obra, o narrador principal é o “semi-heteronômio” Bernardo Soares. O ajudante de guarda-livros escreve sua “autobiografia sem fatos”, sem noção de tempo definida e encadeamento narrativo claro. Foi nesta obra que Fernando Pessoa mais se aproximou do gênero romance. Como em um diário, os temas são marcados por um tom de intimidade. No texto, o poeta criou um mundo e fez fluir todas as suas perspectivas.
Poemas completos de Alberto Caeiro
Em Poemas completos de Alberto Caeiro, os versos são simples e escritos em tom de parábolas. Tudo se constrói em torno da natureza contemplada. O processo criativo deste heterônimo de Fernando Pessoa é espontâneo e de completa naturalidade. Os poemas são sua própria biografia.
Poemas de Álvaro de Campos
Fernando Pessoa definia Álvaro de Campos como “o mais histericamente histérico de mim”. Ele era engenheiro, usava monóculo e escrevia o nome quando sentia um súbito impulso de escrever. Campos é o heterônimo da modernidade, da euforia, da irreverência total a tudo e a todos, cultuador da liberdade. De sua lavra são os célebres versos de “Opiário”, “Ode trinfual”, “Lisbon revisited” e “Tabacaria”. Este último é considerado um dos mais belos poemas da língua portuguesa.
O eu profundo e os outros eus
Antologia criada pelo crítico Afrânio Coutinho, O eu profundo e os outros eus é fundamental para quem ainda não conhece a obra de Fernando Pessoa e também para as pessoas que pretendem iniciar uma inesgotável viagem pelo universo do poeta. O livro revela a estrutura essencial da obra do escritor, em seu nome e nos de seus famosos heterônimos.
O banqueiro anarquista
Fernando Pessoa definia O banqueiro anarquista como uma espécie de “sátira dialética” ou “conto do raciocínio”. A obra é construída com diálogos platônicos e a narrativa de desenvolve entre um personagem anônimo e um ex-operário, que se tornou banqueiro. Durante a história, o banqueiro narra o seu processo de formação e procura demonstrar, por meio da lógica, o motivo de ele ser anarquista tanto na teoria quanto na prática. Publicado em 1922, o livro continua atual e universal.
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Tenho vergonha de não conhecer toda a obra de Fernando Pessoa. O admiro a décadas, sempre deixando a leitura pra depois . O depois é agora! (Tiana.olima@gmail.com)
Ganda cena o mano
o fernando pessoa e um grande ***************** que no so da trabalho na escola
Fernando Pessoa é infindável, haja o espólio deixado por ele, com mais de 27 mil páginas a serem organizadas. Algumas obras podem ajudar-nos a conhecê-lo melhor, como Para Compreender Fernando Pessoa, de Amélia Pinto Pais e O Esoterismo de Fernando Pessoa, de Dalila L. Pereira da Costa.
Oi pessoal,
Senti falta do que considero a bíblia pessoana, Fernando Pessoa Obra Poética em um volume. AGUILAR Ed 1965.
ABS,