Livros para quem gostou do filme sobre Marighella
Veja também o que é real e ficção no longa dirigido por Wagner Moura
Após muitos adiamentos e polêmica, o filme Marighella foi o principal lançamento de 2021 do cinema nacional e levou mais de 100 mil pessoas aos cinemas. Dirigido por Wagner Moura e protagonizado por Seu Jorge, o longa narra a história de um grupo de guerrilheiros liderado por Carlos Marighella. Ele era considerado o “inimigo número 1 da ditadura militar”.
O que o filme Marighella retrata?
O filme é inspirado no livro Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo”, de Mario Magalhães, e relembra a história do movimento da luta armada contra a ditadura. O longa apresenta um recorte que vai até a morte de Marighella, no final dos anos 1960. Após o sucesso do filme nos cinemas, a história vai virar série na Globoplay ainda em 2022.
O que é real e ficção no filme Marighella?
Sempre que um filme baseado em fatos reais é lançado, vem a pergunta: mas o que é real e ficção na história? Para acabar com a sua curiosidade, trouxemos aqui dois pontos sobre o que é verdade ou não no filme Marighella. Aproveite também para conhecer livros relacionados ao assunto!
A relação entre Marighella e o filho
Ao longo do filme, acompanhamos o relacionamento entre Marighella e seu filho. Com o golpe militar, o guerrilheiro precisa ir à Bahia e ficar longe do menino, que no longa aparenta ter entre 10 e 12 anos. No entanto, na vida real, o filho já devia ter por volta de 16 anos. As fitas que Marighella grava no filme, para manter contato com o rapaz, também não existiram, foi apenas um recurso cinematográfico no roteiro.
O manifesto nas rádios
No filme, a Aliança Libertadora Nacional (ALN) driblou a censura e invadiu o sinal da Rádio Nacional para ler o manifesto de Marighella. No entanto, na vida real, não foi ele quem leu a carta, mas sim o estudante Gilberto Luciano Belloque.
Batismo de sangue, de Frei Betto
Frei Betto compartilha suas descobertas recentes sobre as circunstâncias da morte de Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) assassinado em 1969. Fica ainda mais forte a tese de que aquele crime fora planejado de modo a não apenas eliminar o maior inimigo do regime militar, mas também jogar a esquerda contra os frades dominicanos, enfraquecendo a oposição à ditadura. Do dia para a noite, os religiosos passaram de colaboradores da guerrilha a traidores, graças a uma farsa muito bem tecida pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops).
Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo, de Mário Magalhães
A vida de Carlos Marighella (1911-69) foi tão frenética quanto surpreendente. Militante comunista desde a juventude, deputado federal constituinte e fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura militar — a Ação Libertadora Nacional —, esse mulato de Salvador era também um profícuo poeta, homem irreverente e brincalhão. Nesta narrativa repleta de revelações, o jornalista Mário Magalhães investiga as várias facetas do biografado. Em ritmo de thriller, reconstitui com realismo desconcertante passagens pela prisão, resistência à tortura, operações de espionagem na Guerra Fria e assaltos da guerrilha a bancos, carros-fortes e trem-pagador.
Chamamento ao povo brasileiro, de Carlos Marighella
Reunião de ensaios, cartas, manifesto e poemas de Carlos Marighella, incluindo textos que só circularam clandestinamente, com nova edição após muitos anos fora de catálogo. Militante comunista desde a juventude, deputado federal constituinte e, depois de romper com o PCB, fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura militar – a Ação Libertadora Nacional, Marighella já foi considerado o “inimigo número um” do regime. A ALN chegou a participar de assaltos a bancos, carros-fortes e trem-pagador, e do famoso sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, ainda que seu líder não soubesse da operação.
Em nome dos pais, de Matheus Leitão
Desde pequeno, Matheus Leitão ouvia as expressões “perseguição”, “prisão” e “porão” sussurradas por seus pais, os jornalistas Marcelo Netto e Míriam Leitão. A assustadora palavra “tortura” apareceu bem mais tarde. Movido pela curiosidade de compreender o passado, o jovem perguntador passou a recolher retalhos de uma história dolorosa, que se iniciou em 1972, no Espírito Santo, quando os pais militavam no PCdoB. Delatados por um companheiro, foram presos e torturados. Na ocasião, Míriam estava grávida de Vladimir, o primeiro filho do casal. Matheus também seguiu a carreira de jornalista, dedicando-se a reportagens sobre direitos humanos e ditadura.
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