Dia do Repórter: Conheça 5 livros-reportagens de jornalistas brasileiros
Para celebrar a data, selecionamos obras incríveis que você precisa ler ainda neste ano. Confira a lista e boa leitura!
Você sabia que o Dia do Repórter é comemorado todo dia 16 de fevereiro? A data homenageia todos os profissionais responsáveis por apurar e transmitir os acontecimentos do país e do mundo ao público. Os repórteres podem cobrir diferentes assuntos ao longo da carreira, como casos do dia a dia (as notícias hardnews), grandes eventos, política, economia e investigações policiais.
Esses profissionais também podem focar a carreira em grandes reportagens sobre determinado assunto. Com isso, eles conseguem trazer informações mais aprofundadas e detalhadas sobre o tema. Para comemorar o Dia do Repórter, selecionamos alguns livros-reportagem essenciais para quem quer conhecer os principais jornalistas do Brasil. Confira a lista e boa leitura!
Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex
Neste livro-reportagem fundamental, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental.
A casa, de Chico Felitti
João de Deus desfrutava das bênçãos do establishment. Frequentava festas de políticos, recebia artistas brasileiros e estrangeiros, via formarem filas quilométricas em frente à casa onde atendia, na pequena cidade de Abadiânia, no interior de Goiás. No fim de 2018, veio a público uma onda de acusações de assédio sexual contra o líder espiritual. Dezenas de mulheres saíram da sombra para contar experiências de abuso e estupro. Em seguida surgiram as denúncias na Justiça. E então o castelo de cartas de João de Deus começou a desmoronar. Este livro mergulha nessa história e mostra que ela é ainda mais assustadora.
A república das milícias, de Bruno Paes Manso
O que fazia o policial Fabrício Queiroz antes de se tornar conhecido em todo o país como aliado de primeira hora da família Bolsonaro? E o ex-sargento Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco? Os três foram protagonistas de uma forma violenta de gestão de território que tomou corpo nos últimos vinte anos e ganha neste livro um retrato por inteiro: as milícias. Eles são apresentados ao lado de policiais, traficantes, bicheiros, matadores, justiceiros, torturadores, deputados, vereadores, ativistas, militares, líderes comunitários, jornalistas e sobretudo vítimas de uma cena criminal tão revoltante quanto complexa. O livro se constrói a partir de depoimentos de protagonistas dessa batalha. São entrevistas que chocam pela franqueza e riqueza de detalhes, em que assassinatos se sucedem e as ligações entre policiais, o tráfico, o jogo do bicho e o poder público se mostram de forma inequívoca.
Abuso – A cultura do estupro no Brasil, de Ana Paula Araújo
Por que o estupro é um crime ainda tão comum no Brasil? Por que a vítima muitas vezes é tão – ou mais – julgada pela sociedade do que o próprio criminoso? Por que é tão difícil fazer uma denúncia? Após quatro anos de pesquisas, viagens pelo país e mais de 100 entrevistas com vítimas e familiares, criminosos, psiquiatras e diversos especialistas no assunto, a jornalista Ana Paula Araújo trata do medo e vergonha das vítimas, de como elas são julgadas e muitas vezes culpabilizadas pela sociedade e pelo poder público, das dificuldades para denunciar, dos caminhos para superar o trauma e seguir em frente e como atitudes tão entranhadas em nossa sociedade geraram uma verdadeira cultura do estupro em nosso país.
O olho da rua, de Eliane Brum
Esse livro traz dez reportagens – cinco delas urbanas, quatro na Amazônia e uma sobre a geografia íntima da autora. O percurso começa por um nascimento nos confins da Amazônia, pelas mãos de parteiras da floresta, e se encerra com uma morte em São Paulo, quando Eliane testemunha os últimos 115 dias de vida de uma merendeira de escola. Pelo caminho, o leitor descobre o Povo do Meio, um punhado de brasileiros desconhecidos do próprio Brasil. Enreda-se nos romances arrojados dos vira-latas da Brasilândia.
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