Conheça os 10 melhores livros do ano
Quer ficar por dentro do melhor da literatura mundial em 2021? Conheça os dez livros que marcaram os últimos meses. Boas leituras!
O ano está acabando e, por aqui, nós entramos no ritmo das retrospectivas. Nos últimos meses foram lançados importantes livros, representantes dos mais diversos países, contextos e gêneros literários. Aliás, falando em países, o Brasil deu um show em 2021, presenteando o público brasileiro com um volume considerável de novas obras literárias de grande relevância. “A Palavra Que Resta”, de Stênio Gardel, Pequena Coreografia do Adeus, Aline Bei e “Copo Vazio”, de Natalia Timerman.
Mas esses são só alguns dos lançamentos incríveis deste ano. Para deixar você por dentro do melhor da literatura mundial em 2021, nós preparamos uma seleção com os dez livros que mais marcaram os últimos meses. Confira a lista dos livros do ano e aproveita as leituras!
A Palavra Que Resta, Stênio Gardel
Aos 71 anos, Raimundo decide aprender a ler e a escrever. Nascido e criado na roça, ele não frequentou a escola, pois precisou ajudar o pai desde cedo na lida diária. Mas há muito tempo deixou a família e a vida no sertão para trás. Daquela época, Raimundo guarda apenas a carta que recebeu de Cícero, há mais de cinquenta anos, quando o amor escondido entre os dois foi descoberto. Cícero partiu sem deixar pistas, a não ser aquela carta que Raimundo não sabia ler ― ao menos até agora.
A Planta do Mundo, Stefano Mancuso
Em A Planta do Mundo, Stefano Mancuso reúne narrativas saborosas sobre curiosidades históricas que de um modo ou de outro envolvem plantas. O livro fala sobre as árvores da liberdade plantadas na Revolução Francesa, as cidades sem plantas, os troncos de árvore especiais para fazer violinos Stradivarius, as sementes enviadas à Lua e até mesmo do caso em que um perito botânico ofereceu provas para desvendar um crime. Mancuso nos prova que as plantas estão em toda parte para quem está aberto a percebê-las.
Cartas a uma negra, Françoise Ega
Françoise Ega trabalhava em casas de família em Marselha, na França. Um de seus pequenos prazeres era ler a revista Paris Match e foi nela que conheceu Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de despejo. Françoise se identificou com Carolina e passou a escrever “cartas” jamais entregue à autora brasileira. Nelas, a mulher relatava seu cotidiano de trabalho e exploração na França, as dificuldades, a injustiça nas relações sociais, a posição subalterna a que eram relegadas tantas mulheres como ela, de pele negra e originárias de uma colônia francesa no Caribe. Cartas a uma negra apresenta um conjunto de cartas, datadas entre 1962 e 1964, que apresentam histórias por vezes chocantes de trabalhadoras sem acesso a saúde, férias ou mesmo a uma moradia minimamente confortável.
Copo Vazio, Natalia Timerman
Mirela é uma mulher inteligente e bem-sucedida e acaba mergulhada em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro. Há algo de ancestral, talvez atemporal, no sofrimento de Mirela, que ecoa a dor de todas essas mulheres. Mas há também elementos contemporâneos: a forma de vida nas grandes cidades e as redes sociais são questões que acentuam os dilemas. Mirela tem emprego, apartamento, família e amigos, porém parece ser bastante solitária. Quando conhece Pedro, ela se preenche de energia e entusiasmo, e fica obcecada não só por ele, mas por essa versão de si mesma. O que fazer quando ele desaparece de repente, sem explicações?
Correntes, Olga Tokarczuk
Em Correntes, Olga Tokarczuk investiga as possibilidades do gênero romanesco para falar sobre o corpo, o mundo e as estratégias com as quais tentamos mapeá-los. Inquieto como sua autora, o livro não para. Seja de ônibus, avião, trem ou barco, o texto acompanha Olga em saltos de país em país, de tempos a tempos, de história a história, criando um panorama do nomadismo moderno.
Doramar ou a Odisseia – Histórias, Itamar Vieira Junior
Em seu novo livro, Doramar ou a Odisseia – Histórias, Itamar Vieira Junior apresenta um conjunto de narrativas que fincam raízes no presente ressaltam a multiplicidade cultural formadora do país. Os contos apresentam personagens que desafiam os limites e dão luz a discussões sobre o nosso passado escravocrata, exaltando também a cultura afro-brasileira, a ancestralidade indígena, a marginalidade e a loucura.
O Lugar, Annie Ernaux
Inédito no Brasil, O Lugar é o livro que lançou Annie Ernaux à fama e estabelece as bases para o projeto literário que Ernaux levaria adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autossociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, em uma mistura entre história pessoal e sociologia que décadas serviria de inspiração declarada a expoentes da auto ficção mundial e grandes nomes da literatura francesa como Édouard Louis e Didier Eribon.
Notas sobre o luto, Chimamanda Ngozi Adichie
No livro escrito após a morte de seu pai em junho de 2020, Chimamanda Ngozi Adichie compartilha o seu relato sobre a imensurável dor da perda, com as lembranças e resiliência trazidas por ela. Ciente de que era uma entre as milhões de pessoas que estavam sofrendo naquele momento, a autora se debruçou sobre as dimensões familiares e culturais do luto, mas também sobre a solidão e a raiva inerentes a esse processo.
Pequena Coreografia do Adeus, Aline Bei
Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares. Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis.
Vista chinesa, Tatiana Salem Levy
Em 2014, o Brasil e, especialmente, o Rio de Janeiro estão em euforia. A Copa do Mundo prestes a acontecer, Olimpíadas de 2016 à vista. Júlia é sócia de um escritório de arquitetura que está planejando alguns projetos na futura Vila Olímpica. No dia de uma dessas reuniões com a prefeitura, ela sai para correr no Alto da Boa Vista e, a certa altura, alguém encosta um revólver na sua cabeça e a leva para dentro da mata, onde é estuprada. Deixada largada no meio da floresta, ela se arrasta para casa, onde uma amiga lhe presta os primeiros socorros. A dor, sensação de imundície e “culpa” são descritos, assim como os percalços junto à polícia para tentar encontrar o criminoso em um lugar onde basta ser pobre para parecer suspeito.
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