10 livros para você ler em junho
De ficção a não ficção, selecionamos obras incríveis para você conhecer nos próximos dias. Boa leitura!
Sempre dá pra encaixar um livrinho novo no meio da lista de leituras do mês, né? Para junho ser repleto de muitas obras incríveis, selecionamos dez títulos inesquecíveis para todos os gostos, desde ficção até os de não ficção. Entre os livros estão Atos humanos, de Han Kang, Tramas de meninos, de João Anzanello Carrascoza, e Gótico mexicano, de Silvia Moreno-Garcia.
Confira a lista completa e escolha a sua próxima leitura!
Gótico mexicano, de Silvia Moreno-Garcia
Noemí Taboada é uma jovem independente e chique que mora na fervilhante Cidade do México. Entre as manhãs de estudo na faculdade e as noites glamourosas de festas e bailes, ela gosta de passear em seu carro conversível, ouvir música e sonhar com um futuro onde as mulheres possam fazer suas próprias escolhas ― e viver grandes aventuras. A rotina de Noemí muda drasticamente quando seu pai recebe uma carta de sua prima Catalina, recém-casada com um inglês. A carta é, na verdade, um pedido desesperado de socorro, pois Catalina acredita que corre perigo em High Place, a mansão isolada onde vive confinada com o marido e a família dele.
Tramas de meninos, de João Anzanello Carrascoza
Os 14 contos deste livro se constroem e se espraiam como finas tramas da experiência humana. Carrascoza mergulha no cerne das relações entre pai e filho, marido e mulher, irmãos, casais apaixonados ou em crise. Ele nos leva à beira do precipício, onde os fios são cortados com violência, mas também à redenção, onde famílias desagregadas se reorganizam e se fortalecem. Os contos de Carrascoza nos trazem experiências delicadas e marcantes, felizes e tristes, numa tessitura minuciosa sobre os anseios de cada um de nós.
O último gozo do mundo, de Bernardo Carvalho
A história de uma professora de sociologia que vê seu casamento desmoronar pouco antes do início de uma pandemia global. Uma distopia com ares de fábula e manifesto. Presa de um tempo em que “a leitura do mundo tornou-se descontínua e episódica”, a protagonista desta novela parte, com o filho pequeno, numa jornada para um retiro no interior profundo do Brasil. Lá, mora um homem que passa a prever o futuro depois de ter sobrevivido ao vírus ameaçador. Entre lembranças obliteradas, encontros e desencontros e vidas até então previsíveis modificadas radicalmente, um rastro de perplexidade e de perguntas sem respostas vai sendo deixado para trás, numa narrativa enigmática, eletrizante e que se torna mais e mais perturbadora.
Atos humanos, de Han Kang
Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade. Construindo um mosaico de vozes e pontos de vista daqueles que foram afetados, este livro é a demonstração dos poderosos recursos literários de Han Kang, uma das autoras mais importantes da cena contemporânea.
Trocas macabras, de Stephen King
Há uma nova loja na cidade. “Artigos indispensáveis”, diz a placa. Um nome curioso, que se torna tema de rumores e especulações entre os moradores de Castle Rock. Para cada cliente que entra na loja, Leland Gaunt tem algo perfeito ― um objeto há muito sonhado, desesperadamente desejado. O preço parece sempre razoável, mas vem acompanhado de pedidos estranhos. O que começa como brincadeiras e pegadinhas inocentes aos poucos sai do controle, transformando a cidade em palco de disputas caóticas e brutais. Mas, quando você encontra um artigo indispensável, como saber se o custo para obtê-lo é alto demais?
Enciclopédia negra, de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia M. Schwarcz
Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz passam em revista a história do Brasil, da colonização aos dias atuais, a fim de restabelecer o protagonismo negro. E o fazem alcançando o que há de singular, multifacetado e profundo na existência particular de mais de quinhentos e cinquenta personagens. São profissionais liberais; mães que lutaram pela alforria da família; ativistas e revolucionários; curandeiros e médicos; líderes religiosos que reinventaram outras Áfricas no Brasil, pessoas cujas feições foram apagadas pela história. Por isso, 36 artistas negros, negras e negres criaram retratos inspirados pelos verbetes desta enciclopédia, aqui reunidos em um belíssimo caderno de imagens.
Abuso, de Ana Paula Araújo
Após quatro anos de pesquisas, viagens pelo país e mais de 100 entrevistas com vítimas e familiares, criminosos, psiquiatras e diversos especialistas no assunto, a jornalista Ana Paula Araújo escreve Abuso – a cultura do estupro no Brasil com coragem e sem meias-verdades. A obra é uma reportagem que trata do medo e vergonha das vítimas, de como elas são julgadas e muitas vezes culpabilizadas pela sociedade e pelo poder público, das dificuldades para denunciar, dos caminhos para superar o trauma e seguir em frente e como atitudes tão entranhadas em nossa sociedade geraram uma verdadeira cultura do estupro em nosso país.
Marrom e amarelo, de Paulo Scott
Um romance impactante, sem paralelos na literatura contemporânea, sobre dois irmãos marcados pela discriminação racial no Brasil. Os irmãos Federico e Lourenço são muito diferentes. Federico, um ano mais velho, é grande, calado e carrega uma raiva latente. Lourenço é bonito, joga basquete e é “muito gente boa”. Federico é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. Filhos de pai preto, célebre diretor-geral do instituto de perícia do Rio Grande do Sul, eles crescem sob a pressão da discriminação racial. Lourenço tenta enfrentá-la com naturalidade, e Federico se torna um incansável ativista das questões raciais.
Sobre a Terra somos belos por um instante, de Ocean Vuong
O romance de estreia do poeta Ocean Vuong é um retrato devastador de uma família, um primeiro amor e o poder redentor da narrativa. Sobre a terra somos belos por um instante é uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler. Escrita quando o palestrante, Cachorrinho, está com quase 30 anos, a carta desenterra uma história de família que começou antes dele nascer e morar nos Estados Unidos – uma história cujo epicentro está enraizado no Vietnã – e serve como uma porta de entrada para partes de sua vida que sua mãe, que carrega cicatrizes da guerra, nunca teve conhecimento, com direito a uma revelação inesquecível.
Pequena coreografia do adeus, de Aline Bei
Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares. Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis.
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