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“Marginal Alado”: Documentário retrata trajetória de Chorão

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Por meio de entrevistas com amigos e parentes, conhecemos a vida do vocalista da banda Charlie Brown Jr. Ele morreu em março de 2013

Lançado no início de abril, o documentário Chorão – Marginal Alado já é um dos principais destaques cinematográficos brasileiros de 2021. Com imagens de arquivos pessoais e diversas entrevistas com amigos e parentes, o filme relembra a trajetória do cantor Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão. O vocalista da banda Charlie Brown Jr. morreu de overdose, em 6 de março de 2013, aos 43 anos.

O documentário não omite a personalidade turbulenta de Chorão. Por meio de imagens de bastidores, o longa mostra que o vocalista considerava a banda como a vida dele. Era totalmente dedicado ao grupo. Ao mesmo tempo, o músico tinha dois lados: ao mesmo tempo em que era humanizado e gentil com as pessoas, também tinha uma personalidade difícil e agressiva em muitos momentos. O filme relembra, por exemplo, quando ele deu um soco no olho do cantor Marcelo Camelo, vocalista da banda Los Hermanos.

Entre os pontos de destaque estão a entrevista com o baixista da banda, Champignon, que foi encontrado morto meses depois da morte de Chorão. Durante a carreira, ele e o vocalista tiveram algumas brigas, muitas vezes causadas pelo temperamento de Chorão. Mas, ainda assim, não perderam a amizade e sempre se reconciliavam. Vale destacar que esta foi a última entrevista de Champignon antes de morrer.

Outro momento marcante é uma cena de arquivo pessoal de Chorão, em que ele conversa com uma fã depois de um show. Na cena, a jovem diz que gosta muito das músicas do Charlie Brown Jr., mas que não tinha dinheiro para comprar os CDs da banda. Chorão sugere que ela baixe as músicas: “Ame as pessoas e use as coisas”, reforçando esse seu lado gentil e humanizado.

Vencedor da 43º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, na categoria de Melhor Documentário Nacional, Chorão – Marginal alado está disponível nos cinemas e nas plataformas Google Play, Apple TV, Vivo Play, Now, Looke e Youtube. Aproveite também para conhecer o livro que retrata a trajetória de Chorão e outras obras relacionadas ao assunto!


Se não eu, quem vai fazer você feliz? – Minha história de amor com Chorão, de Graziela Gonçalves

Um dos maiores ícones do rock nacional, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, conquistou o Brasil sobretudo pela sua entrega na hora de compor e cantar. Essa mesma intensidade marcou a história de amor ímpar vivida com Graziela Gonçalves, que conta neste livro como o relacionamento de quase vinte anos dos dois a transformou para sempre. Ela conheceu o cantor antes de sua banda estourar e se tornar uma das mais populares do país. Com suas ideias e seu apoio, Grazi teve participação importante na construção do sucesso do Charlie Brown Jr. Foi a grande musa de Chorão, que escreveu inúmeras letras inspirado nela. Como companheira de Alexandre, passou com ele os melhores e os piores momentos, e o ajudou a enfrentar a dependência química.


Eu estava lá também, de Chorão

Este é um livro-biografia lançado em abril de 2017, que traz relatos fotográficos dos últimos anos da banda Charlie Brown Jr. Pensado em 2011, o livro foi um dos últimos projetos do Chorão, quando ainda estava vivo.


Proibida pra mim, de Gustavo Reiz

Tudo começa quando Pedro é obrigado a acompanhar os pais num evento social, justamente no dia em que seus amigos fariam um show de rock na boate em que frequentavam. No auge dos seus 17 anos de idade, acostumado a usar calças jeans rasgadas, camisas amarrotadas e seu velho All Star, o garoto teve que adotar o figurino engomadinho e aturar os adultos que se dirigiam a ele como se fossem jovens, com seus cumprimentos “modernos”, gírias idosas e um aperta-aperta de bochechas que transformava aquele evento numa verdadeira tortura. Enquanto isso, seus amigos postavam fotos do evento na boate, o que só aumentava a aflição do rapaz, que era o compositor das músicas da banda. Mas quando menos se espera é que coisas incríveis podem acontecer.


Sobrevivendo no inferno, de Racionais MCs

Na virada para os anos 1990, os Racionais MC’s emergiram como um dos mais importantes acontecimentos da cultura brasileira. Incensado pela crítica, o disco Sobrevivendo no inferno vendeu mais de um milhão e meio de cópias. Agora publicados em livro, precedidos por um texto de apresentação e intermeados por fotos clássicas e inéditas, os raps dos Racionais são a imagem mais bem-acabada de uma sociedade que se tornou humanamente inviável, e uma tentativa radical, esteticamente brilhante, de sobreviver a ela.


Só por hoje e para sempre, de Renato Russo

“Perdi vinte em vinte e nove amizades/ por conta de uma pedra em minhas mãos”, rezam os versos iniciais do álbum O descobrimento do Brasil, lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato Russo dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida. Os 29 dias que o músico passou ali internado o marcariam profundamente, tanto em sua trajetória pessoal quanto em sua produção artística, conforme revelam as várias letras subsequentes que, a exemplo de “Vinte e nove”, se referem a essa experiência radical de reclusão.


Você já assistiu ao documentário?


Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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