Animação retrata o cotidiano de quem vivia sob o regime Talibã
Os olhos de Cabul estreia, nesta quinta-feira (28), no Cinema Virtual. Site é uma alternativa para quem quer ver lançamentos de filmes em casa
Por causa do isolamento social, os cinemas foram fechados em todas as cidades. Mas há uma boa notícia para os amantes do mundo cinematográfico: o Cinema Virtual vai reunir diversos lançamentos de filmes em um mesmo site. Assim como nos cinemas físicos, os internautas podem escolher em qual sala de cinema quer assistir ao longa e comprar o ingresso, que custa R$ 24,90. Os filmes ficam disponíveis por 72 horas e podem ser transmitidos em até três telas.
Um dos primeiros lançamentos do Cinema Virtual é a animação Os olhos de Cabul, dos diretores Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévelle. Inspirado no livro As andorinhas de Cabul, da escritora Yasmina Khadra, o filme estreia nesta quinta-feira (28), e mostra a realidade de quem vivia sob o regime do Talibã, grupo radical islâmico, no Afeganistão, em 2000.
A animação conta a história do casal jovem Zunaira e Mohsen, que precisam lidar com toda a violência e miséria diária no país. Pintora liberal na arte, Zunaira perde sua liberdade ao ter que se enquadrar nas regras do regime, assim como todas as mulheres do país. Já Mohsen, é um professor que precisou deixar o cargo depois da destruição da Universidade de Cabul.
Em paralelo, Os olhos de Cabul narra o dia a dia do casal Atiq e Mussarat, que conseguiu se adaptar ao sistema do Talibã como forma de sobrevivência. Atiq trabalha como carcereiro das mulheres condenadas à execução, enquanto sua mulher está com uma doença terminal e luta para manter-se viva e cumprir o papel de submissa ao lado do marido.
Em 2019, a animação conquistou o Audience Awards, além de vencer na categoria de Melhor Filme, no Festival Freistad, na Áustria. No Brasil, o filme foi transmitido na 43ª Mostra Internacional de Cinema, no último Festival do Rio.
Que tal conhecer outros livros que tratam sobre assuntos relacionados à temática de Os olhos de Cabul? Veja a lista e boa leitura!
O caçador de pipas, de Khaled Hosseini
O romance narra a tocante história da amizade entre Amir e Hassan, dois meninos que vivem no Afeganistão da década de 1970. Durante um campeonato de pipas, Amir perde a chance de defender Hassan, num episódio que marca a vida dos dois amigos para sempre. Vinte anos mais tarde, quando Amir está estabelecido nos Estados Unidos, após ter abandonado um Afeganistão tomado pelos soviéticos, ele retorna a seu país de origem e é obrigado a acertar as contas com o passado.
Persépolis, de Marjane Satrapi
Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita — apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
101 dias em Bagdá, de Asne Seierstad
Neste livro, a autora relata o que viu e viveu em Bagdá entre os meses de janeiro e abril de 2003. Usando sua experiência como correspondente, Seierstad faz uma crônica do cotidiano na Guerra do Iraque, mostrando como vivem os iraquianos, como reagem durante os bombardeios, suas opiniões sobre o regime deposto de Saddam Hussein, as expectativas em relação ao futuro e a censura à imprensa estrangeira.
Eu sou Malala, de Malala Yousafzai
Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que privilegia filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.
O rosto atrás do véu, de Donna Gehrke-White
Muito já foi dito a respeito das muslimah – a denominação em árabe para mulheres muçulmanas – em países do Oriente Médio. Mas pouco se sabia sobre as seguidoras do islamismo nos Estados Unidos até surgir esse livro. A autora constatou que, apesar da grande hostilidade surgida após os atentados de 11 de Setembro, as três milhões de muslimah na América não deixaram de persistir nessa fé. Enfrentando vaias e risos, continuaram a usar suas vestimentas típicas, a frequentar as mesquitas e a praticar seus rituais. Elas são de várias classes sociais; médicas, advogadas, donas de casa e até uma estilista que faz sucesso com sua criação fashion para esse universo. Em comum, a coragem e a busca de equilíbrio entre os valores espirituais dessa doutrina e as exigências do mundo moderno.
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