Da vida real para a Avenida: Carnaval é época de protestar e recordar fatos
Selecionamos livros que explicam melhor alguns sambas-enredo de agremiações do Rio e de São Paulo. Confira a lista completa!
Chegou o Carnaval! É tempo de brincar nas ruas da cidade, de montar uma fantasia criativa, de abusar na purpurina, inovar na maquiagem e aproveitar o dias de feriado. Mas, para além da diversão nos blocos e nos desfiles das escolas de samba, o período carnavalesco também é época de protestar, de homenagear personalidades e de relembrar fatos históricos.
Nos cortejos, os foliões não economizam na criatividade e levam para as ruas críticas sociais por meio das fantasias. Na Avenida, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, não é diferente: em diversas ocasiões, os sambas-enredo fazem um panorama histórico brasileiro. Os desfiles são baseados ainda em histórias de livros, como foi o caso de Frankenstein, de Mary Shelley, no desfile da Beija-Flor, em 2018.
Nesta lista, selecionamos oito livros que explicam melhor alguns enredos de agremiações do Rio e de São Paulo. Confira a seleção completa e bom Carnaval!
Maria Bethânia guerreira guerrilha, de Reynaldo Jardim
Em 2016, a Mangueira levou para a Avenida um tema em homenagem à cantora Maria Bethânia e foi a vencedora do Grupo Especial carioca. Este livro trata-se de um poema, concebido pelo seu autor como uma polifonia coral acompanhada de tambores. Segundo ele, o livro é uma ode heroica, um poema polifônico, com um trabalho tipográfico de rara beleza.
Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz
Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL). Um de seus principais livros é Memorial de Maria Moura, que é ambientado no sertão do início do século XIX. A obra narra a história da guerreira Maria Moura, jovem corajosa que transforma-se na líder de um bando de homens armados. A autora será citada durante o enredo da União da Ilha neste ano.
O espetáculo da corrupção, de Walfrido Warde
Corrupção será um tema central do enredo da Águia de Ouro, em São Paulo, no Carnaval de 2019. Neste livro, o advogado Walfrido Warde radiografa os efeitos devastadores dos crimes de colarinho branco no Brasil e analisa os equívocos do sistema criado para enfrentar a roubalheira. Ele explica que não precisamos destruir o capitalismo brasileiro para combater a corrupção, não precisamos destruir as empresas para punir os empresários corruptos e tampouco precisamos destruir a política para prender os políticos corruptos.
Clara Nunes – Guerreira da utopia, de Vagner Fernandes
A sambista Clara Nunes é a homenageada do samba-enredo da Portela deste ano. Mulher à frente de seu tempo, determinada, corajosa, de personalidade forte, ela carregava um ímã no olhar. Transmitia verdade. Sua voz emocionava. Máquina de fazer dinheiro, dava Ibope e fez a mídia e a indústria do disco renderem-se a ela. Um livro que mostra a brasileira cantora, mulher e espiritualista, que cantava ponto em terreiro e comungava em igreja católica.
Frankenstein, de Mary Shelley
Eles o escorraçavam de todos os ambientes como se ele fosse um monstro. Ninguém queria saber de seus sentimentos, nem ligava para o fato de que talvez ele tivesse uma alma. Foi então que ele começou a matar. Vamos ser justos: ele era mesmo um monstro, mas tinha motivos para isso. E foram esses motivos que o tornaram o personagem mais importante da literatura de horror.
12 anos de escravidão, de Solomon Northup
A Mancha Verde vai levar para a Avenida um enredo sobre a escravidão. Então, nada melhor do que indicar o livro Doze anos de Escravidão, que narra a história real de Solomon Northup, negro americano nascido livre que, por conta de uma proposta de emprego, abandona a segurança do Norte e acaba sendo sequestrado e vendido como escravo. Durante os doze anos que se seguiram ele foi submetido a trabalhos forçados em diversas fazendas na Louisiana.
Star Wars: Herdeiro do império, de Timothy Zahn
Neste ano, a Império da Casa Verde relembrará sucessos de Hollywood. Um deles é Star Wars. Luke, Han e Leia enfrentam uma nova ameaça. Cinco anos após a destruição da Estrela da Morte, a ainda frágil República luta para restabelecer o controle político e curar as feridas deixadas pela guerra que assolou a galáxia. O Império, porém, parece não ter morrido com Darth Vader e o imperador. Habitando os confins da galáxia, o grão-almirante Thrawn, gênio militar por trás de diversas ações imperiais, ainda luta para reconquistar o poder perdido.
Ruth de Souza estrela negra, de Maria Angela de Jesus
Neste livro, Maria Angela de Jesus mostra como Ruth de Souza era citada pelo escritor Jorge Amado, que era seu fã e incentivador; como o premiado Alberto Cavalcanti tornou-se seu padrinho no cinema e como ela virou a nossa maior estrela negra. Uma atriz que sempre honrou seu nome e sua dignidade humana.
Qual livro você incluiria na lista?
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