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Os temas sociais na literatura de Marlon James

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Nascido em 24 de novembro de 1970, ele foi o primeiro escritor jamaicano a vencer o Man Booker Prize

O escritor Marlon James ganhou mais visibilidade no Brasil após participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2017. Filho de uma detetive e de um advogado, o autor nasceu em 24 de novembro de 1970, em Kingston. Aos 21 anos, formou-se em Linguagem e Literatura e, em seguida, saiu da Jamaica para escapar da violência homofóbica e da situação financeira precária do país.

James foi o primeiro autor jamaicano a conquistar o Man Booker Prize, uma das principais premiações da literatura mundial, com o livro Breve histórias de sete assassinatos. Em suas histórias, o escritor retrata temas sociais, principalmente sobre racismo e colonialismo no seu país-natal. Em entrevista ao Estante Blog, em 2017, ele falou sobre a importância de falar sobre esses assuntos.

“A gente não chega em um ponto onde já está tudo consertado e não precisamos mais nos preocupar. O processo contra a exclusão e o racismo é uma jornada, não uma meta final. É como nos Estados Unidos. Muitas coisas são feitas, mas precisamos estar sempre atentos e vigilantes”, afirmou.

Sucesso no Brasil

Breve histórias de sete assassinatos foi o primeiro livro de James lançado no Brasil. A história se passa no dia 3 de dezembro de 1976, às vésperas das eleições na Jamaica. Na ocasião, sete homens não identificados, armados com metralhadoras, invadiram a casa do cantor Bob Marley e deixaram o artista, a mulher e o empresário feridos.

Apesar de ter como contexto real, esta é uma obra de ficção que explora um período instável no país. James mostra ainda como alguns personagens andaram pelas ruas de Kingston nos anos 1970, dominaram o submundo das drogas na década seguinte e retornaram à Jamaica, já totalmente reformada, em 1990.

Os fãs podem comemorar: a editora Intrínseca divulgou que vai publicar a trilogia The dark star, inspirada na mitologia africana e que mescla ficção e fantasia. Primeiro livro da saga, que ainda não tem data de lançamento no Brasil, Black Leopard, Red Wolf conta a história de um mercenário contratado para encontrar uma criança desaparecida há três anos.

Para cumprir a missão, o protagonista deixa de trabalhar sozinho e começa a procurar a criança em um grupo, que tem personagens incomum e segredos próprios. Já os outros dois livros da série, que também não tiveram os títulos traduzidos para o português, são Moon Witch, night devil e The boy and the dark star.

Você também pode gostar dos livros abaixo:


O quarto de Giovanni, de James Baldwin

Lançado em 1956, o segundo romance de James Baldwin é uma obra-prima da literatura americana. Com pinceladas autobiográficas, o livro trata de uma relação bissexual ao acompanhar David, um jovem americano em Paris à espera de sua namorada, Hella, que por sua vez está na Espanha. Enquanto ela pondera se deve ou não se casar com David, ele conhece Giovanni, um garçom italiano por quem se apaixona.


Para educar crianças feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie

Da aparência à parentalidade, do casamento à sexualidade e até mesmo à escolha dos brinquedos na infância, a autora explora temas fundamentais e incita as mulheres a desprenderem-se dos velhos mitos. É um manifesto sobre o feminismo que não é apenas para mulheres. O feminismo não pressupõe a exclusão dos homens, mas sim a igualdade de direitos. Com humor, inteligência e compaixão, Chimamanda Ngozi Adichie reflete sobre o que significa ser mulher nos dias de hoje, numa obra que promete ser revolucionária.


The underground railroad: Os caminhos para a liberdade, de Colson Whitehead

Neste livro, Colson Whitehead conta a história de Cora, uma jovem escrava em uma plantação de algodão na Georgia. A vida é infernal para todos os escravos, mas especialmente terrível para Cora. Quando um recém-chegado da Virgínia, Caesar, revela uma rota de fuga chamada, a ferrovia subterrânea, ambos decidem escapar de seus algozes. Mas nada sai como planejado. Cora e Caesar sabem que estão sendo caçados: a qualquer momento podem ser levados de volta a uma existência terrível sem liberdade.


Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo

O elo fundido com técnica literária irrepreensível e grande força de sentimentos apresentado em Insubmissas lágrimas de mulheres se revela um retrato de solidariedade e afeição feminina, por tocar no que é essencial, no que move, no que aproxima e une mulheres e, em espacial, mulheres negras. Os afetos, reflexões e deslocamentos que os contos nos causam, são frutos que só a boa literatura, a que salva, pode nos trazer.


Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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