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Prêmio Oceanos 2018 divulga lista de livros semifinalistas

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Ao todo, 60 obras concorrem a uma das principais premiações literárias em Língua Portuguesa. Conheça alguns dos indicados!

O Prêmio Oceanos, uma das principais competições literárias em Língua Portuguesa, divulgou a lista das 60 obras semifinalistas nesta terça-feira (14). A seleção inclui autores consagrados, como Sérgio Sant’Anna, que completou 50 anos de carreira neste ano, e também novos escritores, como Bernardo Ceccantini. Pela primeira vez, o prêmio, que é promovido em parceria com o Itaú Cultural, aceitou títulos em português de qualquer país.

Dois indicados estão concorrendo com mais de uma obra: João Anzanello Carrascoza, com Catálogo de perdas Menina escrevendo com pai (que faz parte da Trilogia do Adeus), e o moçambicano Luís Carlos Patraquim, com O Deus restanteMúsica extensa. Além de Patraquim, outros escritores internacionais que estão concorrendo são a romena Golgona Anghel, de Nadar na piscina dos pequenos, e o espanhol Alfonso Pexegueiro, de Serão os cisnes que voltam?.

Ao todo, o Oceanos recebeu 1.364 neste ano. Na edição 2018, a curadoria do prêmio é realizada pela portuguesa Isabel Lucas e pelos brasileiros Selma Caetano, Mirna Queiroz e Manuel da Costa Pinto. O primeiro júri, que escolheu essas obras, reuniu 73 escritores, poetas, professores, jornalistas e críticos. Destes, 53 eram do Brasil, 12 eram de Portugal, dois de Cabo Verde, três da Angola e três de Moçambique.

Na nova fase, os jurados são Ana Paula Tavares (Angola), Carola Saavedra (Brasil), Daniel Munduruku (Brasil), Flora Sussekind (Brasil), Julián Fuks (Brasil), Heitor Ferraz (Brasil), Helena Buescu (Portugal), Pedro Mexia (Portugal) e Maria João Cantinho (Portugal). Os dez finalistas serão anunciados em outubro. No clima da premiação, selecionamos nove obras semifinalistas do Oceanos. Conheça os títulos!


Anjo noturno, de Sérgio Sant’Anna

Em Anjo noturno – Narrativas, Sérgio Sant’anna explora um gênero híbrido em nove narrativas: contos, memórias e novelas. Os temas dos textos giram em torno de infância e velhice, morte e vida, paixão carnal e amor fraternal. A prosa de Sérgio Sant’Anna, que completou 50 anos de carreira neste ano, percorre com engenhosidade e maestria as memórias e seus próprios anseios.

Anjo noturno, de Sérgio Sant'Anna


Não está mais aqui quem falou, de Noemi Jaffe

Não está mais aqui quem falou reúne fragmentos variados em sua forma, estilo e temática, mas como não poderia deixar de ser, são o resultado da forma particular e sensível com que Noemi Jaffe observa o mundo. Em toda a narrativa, a escritora mobiliza um repertório rico e original no qual as fronteiras entre ficção e realidade se apagam sutilmente.

Não está mais aqui quem falou, de Noemi Jaffe


Menina escrevendo com pai (Trilogia do adeus), de João Anzanello Carrascoza

Os três romances fazem uma panorama que se estende por meio do tempo para falar das relações das famílias. No primeiro livro, Caderno de um ausente, o pai João escreve uma longa carta para a filha recém-nascida, Beatriz, para o caso de não estar presente no futuro dela. No segundo, Menina escrevendo com pai, que está concorrendo ao Prêmio Oceanos, é a filha quem responde e narra o relacionamento entre os dois. Já no último volume, A pele da terra, o irmão de Bia narra sua relação com o próprio filho.

Menina escrevendo com pai, de João Anzanello Carrascoza

 


A noite de espera, de Milton Hatoum

A noite de espera é o primeiro de três volumes de uma série que retrata um drama familiar que se entrelaça à história da ditadura militar. Nos anos 1960, Martim, um jovem paulista, muda-se para Brasília com o pai após a separação traumática deste e sua mãe. Na cidade recém-inaugurada, vira amigo de alguns adolescentes do qual fazem parte filhos de altos e médios funcionários da burocracia estata. Às descobertas culturais e amorosas de Martim contrapõe-se a dor da separação da mãe, de quem passa longos períodos sem notícias.

A noite de espera, de Milton Hatoum


A jaca do cemitério é mais doce, de Manoel Herzog

Em A jaca do cemitério é mais doce, Manoel Herzog transite entre presente, passado e futuro, passagens cômicas e jaqueiras que crescem nos lugares menos esperados. Filho único, Santiago cresceu na periferia e sofreu na adolescência por não conseguir se encaixar. Entre as saídas e seu trabalho massacrante na indústria, ele se apaixona por Natércia, que estudara com ele no colégio. A relação dos dois, apaixonada no início, doentia no final, é o fio condutor deste romance incomum.

A jaca do cemitério é mais doce, de Manoel Herzog


A sábia ingenuidade do Dr. João Pinto Grande, de Yuri Vieira

Pode ficar tranquilo, esse livro não é uma piada. Herói dos contos de Yuri Vieira, Pinto Grande é um advogado brasileiro, vítima de bullying e aprendeu a rir de si mesmo. Com uma prosa divertida, os sete contos deste livro abrem caminhos de humor e ironia para a redenção da arte narrativa brasileira.

A sábia ingenuidade do Dr. João Pinto Grande, de Yuri Vieira


Câmera lenta, de Marília Garcia

Em Câmera lenta, Marília Garcia continua sua pesquisa sobre o processo poético e se dedica a uma profunda análise sobre as hélices do avião e sobre a vontade de decifração. O poema é visto como um lugar para experimentar, exercitar o pensamento e testar procedimentos novos, sempre em aberto. Câmera lenta, de Marília Garcia


Na quina das paredes, de Bernardo Ceccantini

Esta é a obra de estreia de Bernardo Ceccantini na literatura. Em Na quina das paredes, o autor reúne 17 poemas que revelam uma dicção pessoal. A poesia do autor é “densamente cromática, repleta de ritmos, rica de aromas e reuniões em torno da mesa da cozinha. Mas toda essa energia vital nunca deixa de triangular com sementes trágicas, brisas amorosas e memórias inventadas”, segundo Augusto Massi. Ceccantini mistura elementos bucólicos e geração beat.

Na quina das paredes, de Bernardo Ceccantini


Os novos moradores, de Francisco Azevedo

O escritor Francisco Azevedo investe no caráter intrínseco das relações familiares. Os pilares da obra são os arquivos secretos, tramas que levam as pessoas, homem e mulher, pais e filhos, à opção pelo silêncio sob um mesmo teto. Os novos moradores trata da convivência e da compreensão do diverso por meio da escolha radical pelo diálogo e pela reflexão.

Os novos moradores, de Francisco Azevedo


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Gabriela Mattos

Gabriela Mattos

Gabriela é jornalista, editora do Estante Blog e foi repórter em um jornal carioca. Viciada em comprar livros, é apaixonada por literatura contemporânea e jornalismo literário.

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