Você conhece a poetisa Maya Angelou?
No mesmo dia em que completamos 50 anos sem Martin Luther King, lembramos também o aniversário da ativista e escritora Maya Angelou.
O sucesso do tocante poema “Still I rise” ecoou pelo mundo afora em memória à Maya Angelou. Hoje, a escritora norte-americana foi homenageada pelo Doodle do Google na data em que completaria 90 anos. As palavras da ativista, que lutou ao lado de Martin Luther King e Malcom X, ganharam ainda mais força após a publicação da sua série de livros autobiográficos – com pouquíssimas obras traduzidas no Brasil. Como poetisa, mergulhou e desenvolveu perfeitamente o conceito que Conceição Evaristo chama de escrevivência.
Marguerite Johnson escolheu o pseudônimo Maya Angelou – “Maya” era seu apelido quando era criança e “Angelou” era o sobrenome de um dos seus maridos. Nascida no dia 4 de abril 1928, a poetisa nasceu em Missouri (EUA). Inspirada por suas memórias de dor e sofrimento, um dos livros mais consagrados da sua trajetória foi o “I Know Why the Caged Bird Sing”. Na obra, em que ela resgata lembranças de sua infância no sul do país, marcada pelo trauma de um estupro aos 8 anos pelo namorado de sua mãe. Após a repercussão do título literário, a escritora publicou outros títulos autobiográficos e todos centralizavam a temática da opressão das mulheres negras – transitando pelas discussões de gênero, raça, identidade e dilemas de mães solteiras.
Diretos humanos, literatura, jornalismo e cinema
Potente e assertiva com as palavras, a carreira artística de Maya Angelou não se restringiu somente à literatura. Ela escreveu o roteiro do filme sueco-americano “Georgia, Georgia”, em 1972, e peças para o teatro. A escritora teve participações significativas em musicais, programações televisivas e produziu e dirigiu álbuns. Além disso, fez coberturas e artigos jornalísticos – entre eles, alguns abordavam os processos de independência do Egito e de Gana, assim como a relação cultural entre a África e a América do Norte. Vale lembrar que Angelou também já foi bailarina, cozinheira, condutora de bondes e prostituta.
A ativista nos deixou no dia 28 de maio de 2014. Segundo a Universidade de Wake Forest, ela foi encontrada morta em sua casa na Carolina do Norte. Veja alguns ensinamentos e duas obras deixadas pela grande Maya Angelou!
“Sucesso é gostar de si mesma, gostar do que faz, e gostar da maneira como você faz o que faz”
Mamãe & Eu & Mamãe
A obra autobiográfica narra o relacionamento conturbado que Maya Angelou teve com sua mãe, a empresária Vivian “Lady” Baxter. Após passar uma longa temporada com sua vó materna, a adolescente decide retornar para sua sua casa, aos 13 anos. O livro mostra o caminho da reconciliação, do amor e da cura entre a mãe a filha. A leitura nos leva a refletir sobre o universo representativo das peculiaridades das mulheres negras, além de temáticas como casamento, família, maternidade, questões raciais nos Estados Unidos, entre outras.
“Aprendi que as pessoas vão esquecer o que você disse, esquecer o que você fez, mas elas nunca vão esquecer o que você as fez sentir”
“Seguir um caminho totalmente novo é difícil, mas não mais difícil do que permanecer em uma situação que não está de satisfazendo como mulher”
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola
Aqui, conhecemos de perto a trajetória da infância de Maya, uma menina negra e pobre no sul dos Estados Unidos, que como um ‘pássaro’ citado no título, luta com as amarras da dificuldade de aceitação e traumas decorrentes do racismo. Aqui, a autora narra os caminhos percorridos na infância – após ser abandonada pela mãe aos 3 anos -, o episódio de violência sexual e de múltiplas discriminações vivenciadas até os 17 anos em um contexto de forte segregação racial.
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E, de repente, percebemos que o amor exige tudo de nós, e sempre exigirá. Ainda assim, é só o amor que nos liberta”
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Você conhece os poemas de Maya Angelou?
De uma forma eu quero me fazer presente nesta luta e tento todos os dias quando me ponho de kúnlé ao meu orixa mas só na fé nada anda. Temos que por nossa cara à tapa e ñ permitir que este sestima lixo nos calem. Eu agradeço a vcs mulheres por nos permitir ouvir as suas vozes. Vinicios Costa
Oi, Vinicios. Que bom ler isso! Vamos continuar nos movimentando para que nenhuma luta seja apagada ou esquecida. Obrigada pela sua participação aqui!