Vamos exercitar a escrita criativa?
Veja as dicas do autor americano Paul Auster, além de cursos e livros que vão ajudar a aprimorar a sua escrita
Quem nunca sonhou em publicar um livro? No entanto, a maioria das pessoas sofre do mesmo problema: como começar a escrever. Apesar de não haver uma fórmula mágica, alguns autores renomados costumam compartilhar suas experiências literárias para ajudar os novos escritores. No início deste mês, em entrevista ao jornal El espanhol, o americano Paul Auster deu algumas dicas.
Ele afirma que “cada livro tem uma música própria” e, com isso, não há um estilo único. A história deve ser adaptada da melhor forma de acordo com cada obra. Para desenvolver um bom personagem, um escritor não pode “ficar obcecado com a ideia de identidade”. “Em uma boa parte da nossa vida, vivemos no centro. Mas há momentos em que flutuamos aos extremos e atravessamos esse espaço dependendo das circunstâncias. Isso também deve ocorrer com os personagens”, explica.
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O tão conhecido confinamento dos escritores também foi citado por Auster. Ele reforça que é um momento importante para quem quer escrever. “Você pensa no ambiente e no mecanismo que usa para explorar o mundo interno e externo. É dessa forma que a imaginação floresce, principalmente sob as condições rígidas da escrita”, completa. O autor de Noite do óraculo, Invisível e Homem no escuro revela ainda sua máxima: “Tudo vem de dentro e sai. Nunca o contrário. A forma não precede o conteúdo. O material em si encontrará sua própria forma conforme você trabalha”.
Cursos de escrita
Em paralelo às dicas de Paul Auster, cursos também podem ser um auxílio fundamental aos novos escritores. Um deles é o Ciclo Profissão: Escritor, na Estação das Letras, no dia 1º de setembro, que propõe um panorama do trabalho do escritor profissional do início ao fim do processo. Entre os convidados estão a gerente comercial da Estante Virtual, Ana Claudia, e os escritores Ruy Castro, Heloisa Seixas e Glau Kemp. As inscrições já estão abertas no site.
Outra opção é adquirir cursos gratuitos, como o “Hábito de escrever – Aprenda a criar”, do Rusga. Com duração de menos de 20 minutos, esse curso online é ideal para quem vive na correria do dia a dia. Os vídeos ajudam a construir o hábito de escrever diariamente e oferecem três dicas para manter o foco nessa longa jornada.
Já o Ninho de Escritores é uma comunidade online para os amantes da literatura. No fórum, os internautas encontram propostas de exercícios semanais, trocam experiências com outras pessoas e obtêm referências de textos e vídeos para aprimorar ainda mais a escrita. O Ninho Online se define como “uma comunidade virtual pautada pela não-violência, pelo acolhimento da diversidade e experimentação”.
Quem quiser ir além da escrita literária pode fazer o curso de Redação Oficial, oferecido pela Prime Cursos. As aulas são direcionadas para concurseiros e universitários, como estudantes dos cursos de Direito, Letras e Administração. Os alunos vão aprender os recursos para elaboração de textos claros e concisos, como identificar palavras que dificultam o entendimento em um texto e a estrutura de documentos oficiais.
Vale destacar ainda o curso de Roteirista de TV e Cinema, da WR Educacional, que tem o objetivo de ensinar as técnicas utilizadas na área e a montar cenários e personagens. Os participantes estudam em casa por meio de apostilas e depois fazem uma prova de múltipla-escolha para testar seus conhecimentos.
Após ler as dicas de Paul Auster e conhecer cursos gratuitos, que tal ler obras sobre escrita? Veja a lista completa!
A arte de escrever bem, de Dad Squarisi e Arlete Salvador
O livro A arte de escrever bem é destinado a jornalistas e outros profissionais que trabalham com o texto. Quem, nos dias de hoje, não precisa mandar mensagens por e-mail, escrever relatórios, fazer vestibular ou produzir uma matéria jornalística? Bem humorados, os autores mostram como é possível redigir de modo adequado e elegante.
Como contar um conto, de Gabriel García Márquez
Essa é uma das raridades que você só encontra na Estante Virtual. Em Como contar um conto, o leitor acompanha o trabalho do escritor colombiano Gabriel García Márquez com um pequeno grupo de roteiristas. Nessa oficina de roteiro, um curso que o consagrado autor ministrava todos os anos, os alunos levavam histórias, que eram desenvolvidas em grupo, com a supervisão e um participação do autor de Cem Anos de Solidão.
Para falar e escrever melhor o português, de Adriano da Gama Kury
Didático e bem-humorado, Para falar e escrever melhor o português ajuda o leitor a fazer uma boa redação e a falar de forma correta. Adriano Kury procura sistematizar a acentuação, a regência e a concordância, “sem esquecer a cabulosa crase”. Escrito de maneira simples e descontraída, esse manual auxilia a desvendar os mistérios da língua portuguesa de forma prazerosa.
Sobre a escrita – A arte em memórias, de Stephen King
Sobre a escrita foi eleito como um dos 100 melhores livros de não ficção de todos os tempos pela Time Magazine. A obra é uma verdadeira aula sobre a arte das letras e não deixa de lado as memórias e experiências de Stephen King, o mestre do terror. O livro irradia energia e emoção no assunto predileto de King: literatura. A leitura perfeita para fãs, escritores e qualquer um que goste de uma história bem-contada.
Comunicação em prosa moderna, de Othon M. Garcia
Neste livro, Othon Moacyr Garcia apresenta as sutilezas da moderna terminologia semântica e discute problemas linguísticos e lógicos com os quais se defrontam todos aqueles que se dedicam à escrita. Com vasta experiência, o autor ensina o leitor a escrever com clareza e objetividade, além de pensar de forma coerente, aguçando seu senso crítico. Em Comunicação em prosa moderna, há 80 páginas de exercícios que permitirão ao leitor testar os conhecimentos e aprimorar seu estilo.
Cartas a um jovem escritor, de Mario Vargas Llosa
Para escrever um bom texto e saltar do status de amador para o profissional não existe nenhuma fórmula mágica, a não ser uma bastante simples – mas que muitos complicam: ler. A leitura é um estímulo valioso e, quando aliada à prática, pode gerar resultados surpreendentes. Assim é o caminho por onde Mario Vargas Llosa guiará o leitor e aprendiz de escritor. Cartas a um jovem escritor é uma inesgotável fonte de consulta para todos os apaixonados pelas palavras.
Ofício de escrever, de Frei Betto
Em Ofício de escrever, Frei Betto discute sobre seus hábitos, macetes e técnicas, e oferece dicar fundamentais para professores, estudantes e escritores iniciantes. O autor examina os processos criativos e a técnica de outros escritores, como William Shakespeare, Miguel de Cervantes, Tomasi di Lamepdusa, Antoine de Saint-Exupéry, T.S. Eliot e os mineiros Bartolomeu Campos de Queirós e Adélia Prado.
A arte de escrever, de Arthur Schopenhauer
A lista não poderia deixar de fora um clássico, como A arte de escrever, de Arthur Schopenhauer. Neste livro, o leitor vai encontrar cinco ensaios literários do filósofo. Nos textos, ele denuncia um dos mais recorrentes subterfúgios de escritores e pensadores, que é alterar o texto para fazê-lo aparentar ter uma linguagem rebuscada e mais conteúdo. Schopenhauer reflete ainda sobre os benefícios e os limites da leitura, e aborda magistralmente a linguagem e as palavras, tecendo considerações acerca de como os homens utilizam e valorizam a própria língua.
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Tenho alguns desses livros que me são muito úteis, já que trabalho com escrita criativa. Quero adquirir ainda outros títulos sugeridos por vocês. Alguma sugestão sobre o gênero autoficcao? Obrigada!