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Relembre as autoras que já foram homenageadas na Flip

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Dos 17 escritores homenageados na Flip, apenas três são mulheres. Maria Firmina dos Reis será a quarta autora homenageada no evento.

Entre os dias 23 e 27 de novembro, a cidade de Paraty,  localizada na região sul do Rio de Janeiro, receberá os amantes do livro e da literatura para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Após dois anos em formato online e sem homenageados, o maior evento literário do Brasil retoma as ruas e praças de Paraty e chega à 20ª edição.

Desde a sua primeira edição em 2003, a Flip reúne grandes nomes da literatura mundial e homenageia um escritor consagrado da literatura brasileira. No entanto, dos 17 escritores homenageados, apenas três são mulheres: Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar e Hilda Hilst.  

Em meio aos debates sobre representatividade feminina na literatura, feminismo e racismo, a Flip apresentou novos formatos de curadoria, trazendo profissionais que representam a diversidade de vozes e visões sobre a cultura brasileira. 

Neste ano, com o tema “Ver o Invisível”, a Flip homenageará a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, primeira romancista negra do país. Conheça a trajetória e os livros de Maria Firmina dos Reis e relembre as autoras que já foram homenageadas no evento.

Maria Firmina dos Reis, homenageada da Flip 2022

Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de outubro de 1825. O rosto da autora ainda é desconhecido, não foram encontrados nenhuma foto ou retrato. Há poucas informações sobre a escritora devido à invisibilização de sua trajetória. Segundo biógrafo Morais Filho,  Maria Firmina dos Reis, além de romancista, foi poeta, contista, professora e participou ativamente da imprensa maranhense entre 1859 e 1908.  É autora de “Cantos à beira-mar”,  “Gupeva”, “A escrava” e “Úrsula”. Esse último, publicado em 1859, é considerado o primeiro romance abolicionista de autoria feminina da língua portuguesa. A autora  faleceu em 1 de novembro de 1917.

Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Obra inaugural da literatura afro-brasileira, Úrsula é um dos primeiros romances de autoria feminina escritos no Brasil. Nele, Maria Firmina dos Reis constrói uma narrativa ultrarromântica para falar das mazelas sociais decorrentes da escravidão. No romance, acompanhamos a história de Tancredo e Úrsula: jovens, puros e altruístas. Com a vida marcada por perdas e decepções familiares, eles se apaixonam, mas se deparam com um empecilho para concretizar seu amor.


Hilda Hilst, homenageada da Flip 2018

A escritora Hilda Hilst foi a autora homenageada da Flip 2018. Hilda nasceu em Jaú, São Paulo, no dia 21 de abril de 1930. Escreveu poesia, ficção, teatro e crônica, tendo construído uma obra singular em língua portuguesa na segunda metade do século 20. Com linguagem transgressora, escreveu em torno de temas como o amor, o sexo e a morte. É autora de “A Obscena Senhora D”; “Tu Não Te Moves de Ti”; “Da Morte, Odes Mínimas”; “Cantares de Perda e Predileções”, entre outros.  A autora faleceu em Campinas, São Paulo, no dia 4 de fevereiro de 2004.

Da poesia, de Hilda Hilst

Neste livro, o leitor terá a oportunidade de conhecer a obra poética completa de Hilda Hilst, reunida em ordem cronológica. Foram acrescentados também versos e poemas inéditos. O volume conta com posfácio de Victor Heringer, carta de Caio Fernando Abreu e textos de Lygia Fagundes Telles. Com uma dicção multifacetada, Hilda escreveu cantigas, baladas, sonetos e poemas de verso livre. Entre as temáticas exploradas, estão: o amor erótico, a loucura, o misticismo e a morte.


Ana Cristina Cesar, homenageada da Flip 2016

A poeta Ana Cristina Cesar foi a autora homenageada da Flip 2016. Nasceu no  Rio de Janeiro no dia 2 de junho de 1952. Considerada um dos principais nomes da Poesia Marginal carioca, Ana C. criou uma escrita atravessada por elementos do cotidiano e aspectos de sua intimidade. Além da poesia, dedicou-se à crítica e à tradução literária, tendo traduzido Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield. É autora de “A teus pés”; “Cenas de abril”; “Correspondência completa”; “Luvas de pelica”, entre outros. Ana faleceu no dia 29 de outubro de 1983, aos 31 anos, ao cometer suicídio após longa convivência com a depressão.

Poética, de Ana Cristina Cesar

Neste livro, o leitor terá a oportunidade de conhecer a obra poética completa da musa da poesia marginal. “Cenas de abril”, “Correspondência completa”, “Luvas de pelica”, “A teus pés”, “Inéditos e dispersos” e “Antigos e soltos”: livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. A curadoria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Dos volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos, reunida pela primeira vez em volume único.


Clarice Lispector, homenageada da Flip 2005

A escritora Clarice Lispector foi a autora homenageada da Flip 2005. Considerada um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, Clarice Lispector nasceu em 1920, na Ucrânia. De família judia, chegou ao Brasil com os pais e mais duas irmãs em 1922, sendo posteriormente naturalizada brasileira. Atuou como escritora e jornalista. Escreveu contos, romances e crônicas. Sua prosa poética é intimista e psicológica, tocando, sobretudo, o universo filosófico e existencial. É autora de “Perto do Coração Selvagem”; “O Lustre”; “A Cidade Sitiada”; “Laços de Família”; “A Paixão Segundo G.H”, entre outros. Clarice morreu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro. 

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

“A Hora da Estrela”, último livro escrito por Clarice Lispector, é uma história sobre  desamparo, fragilidade e situação-limite. Nele, acompanhamos a triste história de Macabéa, uma nordestina órfã e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Macabéa cumpre seu destino sem reclamar, sem entender muito bem o que se passa à sua volta. Sem pensar no futuro,  nem sonhar com uma vida melhor. Até que um dia, conhece uma cartomante,  Carlota, uma ex-prostituta do Mangue, que revela a Macabéa toda a inutilidade de sua vida. Mas também lhe dá esperanças, prevendo a paixão por um estrangeiro rico, com quem ela iria se casar.

A_Hora_da_Estrela
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