Euclides da Cunha será homenageado na Flip 2019
Escritor é um dos principais nomes da literatura. Uma das convidadas do evento será a crítica literária Walnice Nogueira
Um dos principais nomes da literatura clássica brasileira, Euclides da Cunha será homenageado na 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2019). Neste ano, o maior evento de literatura do país ocorrerá entre os dias 10 e 14 de julho. Nascido em 20 de janeiro de 1886, no Rio de Janeiro, o autor chegou a trabalhar como jornalista e transformou suas experiências na Guerra dos Canudos, sua principal cobertura, em um dos mais importantes clássicos, Os sertões.
O escritor tornou-se conhecido por sua atitude rebelde e inconformista diante das desigualdades entre os homens e os povos. As obras de Euclides da Cunha são marcadas por denúncias contra as injustiças da elite e as desigualdades sociais no país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Em 21 de setembro de 1903, foi nomeado para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos.”
Homenagem na Flip 2019
Euclides da Cunha será homenageado durante toda a programação oficial da Flip 2019, que ainda não foi divulgada. Uma das convidadas é a crítica literária e cultural Walnice Nogueira Galvão, a maior especialista nas obras do autor. Dos seus 40 livros publicados, 12 são dedicados ao escritor, como a edição crítica de Os sertões.
Em entrevista ao Estante Blog, Walnice lembrou que seu interesse pelo trabalho de Euclides da Cunha começou ainda no período da ditadura militar. “Queria fazer um estudo sobre as fontes que ele utilizou em Os sertões. Estudei na Biblioteca Nacional, no Real Gabinete Português de Leitura e na Biblioteca de Salvador. Mergulhei em um material de riqueza extraordinária”, diz.
Para escrever a edição crítica de Os sertões, Walnice levou quase dez estudando artigos, relatórios e jornais da época. A especialista destaca que o clássico de Euclides da Cunha é atemporal, uma denúncia contra a injustiça social. “Mostra como os pobres são tratados no Brasil. Hoje, podemos relacionar com qualquer fato, como a tragédia em Brumadinho e a militarização das favelas”, completa a pesquisadora, que comemorou a homenagem ao autor na Flip 2019.
Veja a nossa lista e conheça melhor as obras de Euclides da Cunha!
Contrastes e confrontos, de Euclides da Cunha
A primeira edição de Contrastes e confrontos reuniu, em 1907, artigos de Euclides da Cunha publicados originalmente na imprensa. Esses textos compõem um retrato dos primeiros anos da República, no qual Cunha expõe sua visão a respeito de figuras históricas e de questões sociais que acompanham o país até hoje, como o descaso com as secas do Extremo Norte brasileiro. A obra é uma coletânea de artigos vibrantes.
À margem da história, de Euclides da Cunha
Desbravador, consciência rebelde em conflito entre ciência e arte, entre pesquisa e denúncia, Euclides da Cunha trouxe para o primeiro plano, para o centro de sua obra, o homem do interior do Brasil. Seu interesse pela Amazônia leva-o a ser nomeado chefe da missão exploradora do Alto Purus, o que lhe ofereceu material para À Margem da História (1909), publicado postumamente. O volume é a reunião de artigos publicados em revistas e jornais da época.
O episódio de Canudos, de Euclides da Cunha
No campo da poesia, além de outros poemas esparsos, Euclides da Cunha produziu Ondas, escrito na juventude, e que ainda não havia sido publicado em volume autônomo. Esta edição foi organizada e anotada pelo sociólogo e escritor Adelino Brandão, também estudioso da obra do autor.
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