Dia Nacional do Livro: Leitores sugerem obras brasileiras inesquecíveis
Data marca a fundação da Biblioteca Nacional. Para comemorar este 29 de outubro, que tal escolher a próxima leitura? Confira a nossa lista!
Você sabia que o Dia Nacional do Livro marca a data de fundação da Biblioteca Nacional? Localizado no Centro do Rio de Janeiro, o local foi criado pela Família Real Portuguesa, em 29 de outubro de 1810, para abrigar mais de 60 mil objetos. Com a chegada de D. João VI e sua corte, o acervo havia sido guardado inicialmente nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, também no Rio. Entre os itens estão livros, moedas, medalhas, mapas e manuscritos.
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Atualmente, a Biblioteca Nacional é a maior da América Latina e está entre as dez maiores do mundo. Além de marcar a fundação do local, a data reforça ainda a importância dos livros na nossa sociedade. As obras são capazes de criar empatia dos leitores com as narrativas, registrar fatos históricos e ainda promover o senso crítico.
Para destacar a importância do Dia Nacional do Livro, pedimos aos nossos leitores que indicassem obras brasileiras inesquecíveis nas redes sociais. A lista inclui títulos clássicos, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Vidas secas, de Graciliano Ramos, e contemporâneos, como Olhos d’água, de Conceição Evaristo, e Dias perfeitos, de Raphael Montes. Confira!
Dom Casmurro, de Machado de Assis
É impossível falar de livros nacionais inesquecíveis sem citar Dom Casmurro, de Machado de Assis. Com a personagem Capitu, a menina de “olhos oblíquos e dissimulados”, de “olhos de ressaca”, o autor nos deixou um mistério que até hoje é indecifrado. O livro apresenta o relato de Bentinho, que acredita ter sido traído por Capitu e por seu melhor amigo.
Olhos d’água, de Conceição Evaristo
Este é um dos principais livros contemporâneos do país. Em Olhos d’água, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta.
Éramos seis, de Maria José Dupré
Éramos seis, de Maria José Dupré, faz parte da Coleção Vaga-Lume, que marcou gerações de leitores. O livro conta a história de Dona Lola e sua família. Ela é uma bondosa e batalhadora mulher que faz de tudo pela felicidade do marido, Júlio, e dos quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Maria Isabel. A vida de Dona Lola é narrada desde a infância das crianças, quando Júlio trabalha para pagar as prestações da casa onde moram, passando pela chegada dos filhos à fase adulta e de Dona Lola à velhice.
Dias perfeitos, de Raphael Montes
Sombrio e claustrofóbico, Dias perfeitos é uma história de um amor obsessivo e paranóico. O protagonista do livro é Téo, um jovem e solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Em um churrasco, Téo conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Clarice está escrevendo um road movie de nome “Dias perfeitos”. Téo fica viciado em Clarice: quer desvendar aquela menina diferente de todas que conheceu.
Vidas secas, de Graciliano Ramos
Lançado inicialmente em 1938, Vidas secas é o romance em que Graciliano Ramos alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa. O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
O encontro marcado, de Fernando Sabino
O encontro marcado é um dos principais livros de Fernando Sabino. Neste livro, o autor conta a história do jovem escritor Eduardo Marciano, que está a procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. Quase absorvido por uma brilhante boêmia intelectual, seu drama interior evolui subterraneamente, expondo os equívocos fundamentais que vinham frustrando sua existência e sufocando sua vocação.
A hora da estrela, de Clarice Lispector
Um dos principais clássicos da literatura brasileira, A hora da estrela conta a história de Macabéa, uma menina que vive sem saber para quê. Depois de perder a tia, viaja para o Rio de Janeiro, aluga um quarto, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus, que logo a trai com uma colega de trabalho. É a autora contando uma história e, ao mesmo tempo, revelando ao leitor seu processo de criação e sua angústia diante da vida e da morte.
Gabriela cravo e canela, de Jorge Amado
O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela, um dos mais sedutores personagens femininos criados por Jorge Amado, tem como pano de fundo, em meados dos anos 1920, a luta pela modernização de Ilhéus, em desenvolvimento graças às exportações do cacau. Com sua sensualidade inocente, Gabriela não apenas conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses.
O céu dos suicidas, de Ricardo Lísias
Em O céu dos suicidas, o escritor Ricardo Lísias confirma estar entre os principais escritores da literatura contemporânea no Brasil. Neste romance, com fundo autobiográfico, o autor relata o suicídio de André, um amigo de longa data. O personagem principal é um colecionador, que não coleciona nada há anos, mas presta serviços de consultoria a colecionadores. Enquanto ele relata sua história, a intercala com a de André.
1822, de Laurentino Gomes
Com ilustrações de fatos e personagens da época da independência, 1822 foi publicado após três anos de pesquisas. A obra de Laurentino Gomes cobre um período de 14 anos, entre 1821, data do retorno da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, e 1834, ano da morte do imperador D. Pedro I. O livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação independente em 1822.
Seminário dos ratos, de Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles lança mão de toda a sua maestria narrativa para explorar regiões recônditas da psique e do comportamento humanos. Em várias das suas 14 histórias, a autora se aventura pelo fantástico como modo privilegiado de acesso ao real. Mas o fantástico de Lygia recusa as facilidades do chamado realismo mágico, apresentando-se a cada vez de maneira diversa e surpreendente.
Qual livro você incluiria na lista? Comente e participe! 🙂