7 livros marcantes de Jorge Luis Borges
Conhecido pelo realismo fantástico, escritor argentino morreu há 32 anos. Em homenagem ao autor, selecionamos algumas das suas principais obras
Há 32 anos, morria Jorge Luis Borges, um dos principais nomes da literatura argentina. Nascido em Buenos Aires, em 1899, ele foi poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta. Borges conseguiu destaque internacional, em 1961, com o Prêmio Formentor Internacional, o qual dividiu com o dramaturgo Samuel Beckett. Seus trabalhos contribuem até hoje para o gênero da literatura fantástica.
O argentino aprendeu a ler em inglês antes que em castelhano, por influência de sua avó materna inglesa. Dos 13 aos 22 anos, ele morou na Europa, passando pela Suíça e Espanha, mas retornou a Buenos Aires, em 1921, e participou ativamente da vida cultural da cidade. Dois anos depois do retorno, o escritor publicou o primeiro livro de poemas Fervor de Buenos Aires. Aos 55 anos, Borges ficou cego, assim como seu pai. Ele morreu com câncer no fígado, em 14 de junho de 1986, em Genebra, na Suíça.
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Para homenagear o escritor, selecionamos sete de suas principais obras. Ranking inclui livros como Ficções, O Aleph e O livro de Areia. Confira a seleção completa! E boa leitura!
Ficções
Foi a partir de Ficções que Jorge Luis Borges ficou conhecido internacionalmente. A obra é marcada pela inesperada dimensão filosófica do tratamento e, principalmente, pelas características do realismo fantástico. O livro reúne contos que foram publicados originalmente pelas Ediciones Sur, ligadas à revista de mesmo nome criada pela escritora argentina Victoria Ocampo. Nos textos, o leitor se depara com um narrador inquisitivo que retrata suas perplexidades sobre o universo, o tempo, a eternidade e o infinito.
O livro dos seres imaginários
O livro dos seres imaginários é definido como “bestiário fantástico”. A obra reúne a descrição de 116 monstros que povoam as mitologias e as religiões no mundo. Citadas em ordem alfabética, como nas enciclopédias, as criaturas são obras da imaginação literária de autores como Flaubert, Kafka e Homero. Há ainda criações famosas da invenção humana, como os elfos, fadas e gnomos. Com a colaboração de Margarita Guerrero, Borges recria uma fauna fantástica e dá vida a relatos esquecidos. No livro, o autor também utiliza referências da etimologia para explicar animais exóticos, como o búfalo negro com cabeça de porco “catóblepa” (o que olha para baixo)..
O Aleph
Publicado em 1949, O Aleph é um dos principais livros de Borges e é considerado pela crítica literária como um dos pontos culminantes da ficção do autor. No epílogo, o escritor explica que “as peças deste livro correspondem ao gênero fantástico”. Na narrativa, ele manipula a “realidade” e, com isso, coisas da vida real deslizam para contextos incomuns e ganham significados extraordinários. Os motivos borgeanos recorrentes do tempo, do infinito, da imortalidade e da perplexidade metafísica não se perdem na abstração
O livro de areia
A nossa lista também não poderia deixar de fora a última coletânea de contos publicada por Borges. O livro de areia reúne 13 histórias diversas, nas quais o autor molda variações de temas recorrentes de sua trajetória de contista. Com mãos experientes de um artesão, Borges imprime nos textos a modelagem modesta e essencial que lhes garante a eficácia pelos meios mais concisos e, de quebra, o encanto indefinível de um objeto perfeito da natureza.
História universal da infâmia
Com humor, Borges adota um texto livre de experimentação e se permite ousadias de invenção no livro História universal da infâmia. É uma obra divertida e inteligente, que guarda surpresas para o leitor a cada frase. A maioria das histórias foi retirada de livros de outros autores. No entanto, o trabalho de reescrita é a novidade, complexa e de grande força expressiva.
Borges oral & sete noites
Com temas sobre o tempo e imortalidade, Borges oral & sete noites reúne duas coletâneas de conferências proferidas por Borges. A obra mostra a genialidade do autor argentino como orador. Na obra, é possível encontrar palavras escritas que brotaram da boca de um narrador cego, que falava como um sábio sibilino e irônico a auditórios do mundo todo. A princípio tímido e reservado, o escritor se tornou um narrador oral, como se quisesse dissolver-se na tradição épica dos narradores anônimos.
História da eternidade
Já o livro História da eternidade significa talvez a maior inflexão nos trabalhos de Borges. A obra, que reúne uma coletânea de ensaios, marca uma virada na carreira do escritor: ele abandona a mitologia dos arrabaldes portenhos e passa a se dedicar a assuntos mais universais. Em uma das notas finais, discreta e tímida em meio a preocupações retóricas, desponta uma narrativa disfarçada de resenha crítica: “A aproximação a Almotásim”, em que se dá a ver um de seus primeiros exercícios de prosa de ficção.
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