Jornais não perecíveis
Para aqueles que gostam de se manter informados sobre todos os acontecimentos do dia, a data não poderia passar em branco. Nesta sexta-feira, 10 de setembro, comemoramos a fundação do primeiro jornal impresso no Brasil – o Gazeta do Rio de Janeiro. De cunho oficial, ele era redigido pela própria Corte Portuguesa quando, em 1808, desembarcou no país. Há um ditado corrente entre os profissionais da imprensa de que o jornal é o produto mais perecível do mundo – com validade de apenas um dia. Para um grupo de leitores, contudo, as publicações antigas têm valor inestimável, já que eles fazem questão de ter em mãos a notícia original! E, com freqüência, tornam-se colecionadores e público fiel de sebos que vendem os periódicos antigos. Sandro Praça dono do primeiro sebo de Vitória, no Espírito Santo, o Sebo Livraria Café Praça, tem à venda diversas edições do jornal O Pasquim, lançado no fim da década de 60 – e a coleção completa da revista Cinemin – que fazia críticas cinematográficas na década de 80. O livreiro conta que historiadores, professores universitários, estudantes e apaixonados por histórias são seus principais clientes. E, apesar de a era digital proporcionar inúmeras facilidades aos que estão em busca de informações antigas, Sandro acredita que sempre vai haver a procura pelo jornal impresso: “no futuro, veremos que nada substituirá o papel”. Mas é preciso cuidado para que ele se conserve por gerações. “Para vender jornal, é preciso ter atenção redobrada porque o papel sofre uma erosão grande e estraga rápido”, ressalta. Desde que se lembra, os jornais também fazem parte da vida de Reginaldo dos Santos. Ele trabalhou por anos no banco de dados da Folha de São Paulo e lá, percebeu que muitos leitores compravam edições antigas da publicação porque haviam sido personagens de matérias ou estavam lutando na justiça por alguma causa documentada no períodico. Foi então que Reginaldo teve a ideia de abrir um negócio próprio. Ele fez uma assinatura do jornal e montou o Sebo Outono Azul. Hoje, comercializa também O Estado de São Paulo, Agora e Notícias Populares. As edições mais antigas que Reginaldo tem são de 1998 e 1999 e o preço varia entre R$15 e R$25. Julio York, dono da Livraria Cadmo, tem mais de mil jornais em um acervo cheio de edições de periódicos como O Pasquim, O Movimento e Opinião. De acordo com o livreiro e professor de Filosofia, as edições mais antigas são da década de 70 e têm um valor histórico muito grande para pesquisadores e colecionadores. Como a clientela é segmentada, ele garante que os leitores são fiéis mas exigentes: “é preciso guardar os jornais embalados para a melhor conservação. Tendo o produto em boa qualidade, o cliente volta a comprar”. Se você também é um colecionador de jornais antigos, compartilhe sua paixão com a gente. Comente este post, contando que relíquias do jornalismo estão guardadas com você?]]>
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Antigo
Muito interessante.