Cinco livros em homenagem à editora Cosac Naify
Depois de 20 anos, a editora anunciou o fim de suas atividades A semana começou mal para o mercado literário brasileiro. Charles Cosac, fundador da Cosac Naify anunciou ontem (30/11) que a editora está encerrando suas atividades. Com mais de 1.600 obras em seu catálogo, a casa especializou-se na publicação de livros com alta qualidade e com projeto gráfico exclusivo, que incluiu autores como Pasolini, Tolstói, Claude Lévi-Strauss, Valter Hugo Mãe e o artista plástico Tunga. O fim da Cosac Naify é uma notícia que entristece a todos na Estante Virtual. Em homenagem a esse lindo trabalho de preservação e divulgação da cultura, separamos alguns dos títulos que marcaram os 20 anos desta editora que fez história e deixará saudade. Tempo de espalhar pedras, de Estevão Azevedo [caption id="attachment_20282" align="alignnone" width="233"] Veja o livro[/caption] Livro vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2015. Devoto de qualquer entidade que confirme sua predestinação, Silvério crê que irá encontrar a grande pedra, mesmo quando até as pequenas rarearam. Rodrigo, um dos filhos de Diogo, sente um desejo irresistível por Ximena, filha do maior desafeto de seu pai. Outro filho de Diogo, Joca, diz ter matado nos gerais o famigerado Rosário, e mantém uma amizade com um homem de vida pródiga e sem lastro que a justifique. Sancho, que largou o garimpo para servir ao coronel, vive amancebado com a índia que dorme em seu terreno e que só emite palavras incompreensíveis. Nas muitas serras ao redor do vilarejo, quando já não há solo que não tenha sido maculado por explosões e picaretas, os homens têm a fatal percepção: as únicas superfícies ainda intocadas e que podem esconder pedras preciosas são aquelas em que suas próprias casas estão erguidas. É nessa moldura que as diversas tramas do romance de Estevão Azevedo estão inseridas: a do vilarejo paulatinamente destruído por homens que, tomados pelo desespero e pela cobiça, buscam sob vielas e praças, sob salas, quartos, cozinhas e quintais suas últimas esperanças de sobrevivência ou fortuna. Antropologia estrutural, de Claude Lévi-Strauss [caption id="attachment_20283" align="alignnone" width="237"] Veja o livro[/caption] Coletânea de dezoito textos fundamentais do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, publicados entre 1958 e 1973, sua fase de pleno reconhecimento. O volume inclui uma reflexão sobre a formação do pensamento antropológico, concedendo lugar proeminente ao filósofo Jean-Jacques Rousseau. Aborda temas clássicos da antropologia como organização social e mitologia e ritual, refletindo sobre a relação entre modelos analíticos e realidade empírica. A viagem vertical, de Enrique Vila-Matas [caption id="attachment_20284" align="alignnone" width="231"] Veja o livro[/caption] Estreia brasileira de um dos principais escritores espanhóis da atualidade, e, também, um dos mais originais. Dono ao mesmo tempo de uma poderosa capacidade fabuladora e de um trabalho reflexivo sobre a natureza do romance, Enrique Vila-Matas consegue atingir tanto um público de amplo espectro quanto inquietar a crítica especializada. Passado em Barcelona, a viagem vertical começa por um momento crucial da existência do protagonista Federico Mayol, um nacionalista catalão que construiu a partir do nada um grande império econômico no ramo de seguros. O livro recebeu o mais importante prêmio espanhol de literatura, o Rómulo Gallegos de Melhor Romance em Língua Espanhola e o Prêmio Cidade de Barcelona, Melhor Livro Estrangeiro (França) e o Prêmio Médicis. O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe [caption id="attachment_20285" align="alignnone" width="233"] Veja o livro[/caption] Elaborado a partir dos questionamentos do escritor sobre a paternidade, o livro conta história de Crisóstomo, um pescador que, ao chegar aos 40 anos, sente-se triste por não ter tido um filho. Um dia, ele conhece Camilo, um jovem órfão à procura de trabalho e o acolhe. A eles, juntar-se-á Isaura, uma mulher desencantada com a vida, que encontra nesta nova família uma possibilidade de ser feliz. Valter Hugo Mãe usa as relações familiares, seus conflitos e afetos, para discorrer sobre temas como a solidão, a felicidade e o amor que, “sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar”. Mary Poppins, de P.L. Travers [caption id="attachment_20286" align="alignnone" width="208"] Veja o livro[/caption] Uma das histórias mais amadas por crianças e adultos do mundo todo, Mary Poppins ganhou uma belíssima edição da Cosac & Naify, com ilustrações do estilista Ronaldo Fraga, tradução de Joca Reiners Terron e posfácio da professora de literatura inglesa da USP Sandra Vasconcellos. Depois de desenhadas por Fraga como verdadeiros croquis de moda, os desenhos foram bordados à mão em tecido e fotografados em estúdio. Qual o livro da Cosac Naify você mais gostou? Deixe seu comentário e participe da conversa. ]]>
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