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7 livros para quem gosta de fotografar

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Confira sete livros para desenvolver não só o olhar e o estilo fotográfico, mas também para refletir sobre o ato de fotografar.

Vivemos uma experiência radical de visualidade. Diariamente, somos tão bombardeados e influenciados por imagens e fotos instagramáveis, que não só ficamos dependentes, como também esquecemos de refletir sobre o poder, a beleza e força das imagens.

Para os amantes da fotografia, mais do que fazer belas imagens ou entretenimento, o ato de fotografar é, como pontuou o fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.   

Fotografar é  um reconhecimento simultâneo, numa fração de segundo, do significado do acontecimento, bem como da precisa organização das formas que dá ao acontecimento sua exata expressão.

Henri Cartier-Bresson

Sendo assim, a câmera fotográfica, os celulares e as técnicas de fotografia são instrumentos para organizar as imagens já captadas ou almejadas pelo olhar. A experiência do olhar é anterior ao clique e precisa ser valorizada, já que “interpreta” ou deseja interpretar/registrar o mundo.

Segundo Susan Sontag, “o que na realidade está separado, as imagens unem”. Uma foto, então, pode trazer uma informação, revelar uma experiência, evocar uma memória pessoal ou coletiva. Fotografia amadora, profissional, artística, documental. Todas têm potencial como registro e nos dão a oportunidade de eternizar momentos. 

A fotografia pode anotar potencialmente tudo no mundo, de todos os ângulos possíveis.

Susan Sontag

Então para aqueles que amam fotografia e a sua história, selecionei sete livros incríveis para desenvolver não só o olhar e o estilo fotográfico, mas também para refletir sobre o ato de fotografar. Confira a lista e boa leitura!

Sobre fotografia, Susan Sontag

Sobre fotografia, ganhador do National Book Critic Circle Award de 1977, é um livro que fez história no âmbito dos estudos da imagem. Publicado originalmente no Brasil em 1983, reúne seis ensaios escritos na década de 70, em que a romancista, cineasta e filósofa Susan Sontag analisa a fotografia como fenômeno de civilização desde o aparecimento do daguerreótipo, no século XIX. O resultado é uma história social da visão, demonstrando seu lugar central na cultura contemporânea. Sontag extrapola os domínios da técnica da fotografia, enfoque que desliga a prática fotográfica do quadro social que a inventa e a consome. Abrangentes e reflexivas, as análises dialogam com a filosofia, a sociologia, a estética e a arte pictórica. 

Diante da dor dos outros, Susan Sontag

Imagens do sofrimento são apresentadas diariamente pelos meios de comunicação. Graças à televisão e ao computador, imagens de desgraça se tornaram uma espécie de lugar-comum. Mas como a representação da crueldade nos influencia? O que provocam em nós exatamente? Estamos insensibilizados pelo bombardeio de imagens? Neste livro, Sontag faz uma reflexão sobre as relações entre notícia, arte e compreensão na representação dos horrores da guerra, da dor e da catástrofe. Discutindo os argumentos sobre como essas imagens podem inspirar discórdia, fomentar a violência ou criar apatia, a autora evoca a longa história da representação da dor dos outros. Num texto preciso e provocador, Sontag levanta questões cruciais para a compreensão da vida contemporânea. 


A câmara clara, Roland Barthes

Publicado pela primeira vez em 1980, A câmara clara inovou a abordagem da linguagem fotográfica e se tornou uma das maiores referências no assunto até hoje. O clássico de Roland Barthes não é um tratado sobre a fotografia como arte, nem uma história sobre o tema. Como em muitos de seus trabalhos, o escritor francês rejeita os caminhos mais percorridos e se lança à tarefa de decifrar o signo expressivo, o objeto artístico, a “obra” entendida como mecanismo produtor de sentido.



Tudo sobre fotografia, Juliet Hacking

Este livro vibrante convida você a embarcar numa viagem inesquecível pelas fotografias mais icônicas da história – imagens inovadoras que se tornaram um divisor de águas na maneira como enxergamos e percebemos o mundo a nossa volta. Organizado em ordem cronológica e escrito por uma experiente equipe de críticos especializados, esta edição traça um panorama da evolução fotográfica, com seus estilos e movimentos mais importantes. Destaca os fotógrafos que melhor representam cada gênero, oferecendo uma análise profunda de suas obras; traz a cronologia dos principais acontecimentos, ajudando a compreender o contexto sociocultural em que as fotos foram produzidas; apresenta a história da fotografia de maneira acessível, numa diagramação que facilita a leitura e com mais de mil ilustrações; e explica o que é a fotografia etnográfica, o registro documental, a fotografia de vanguarda, a publicitária, a erótica e o nu, entre outros estilos.


Cartier-Bresson: o olhar do século , Pierre Assouline 

O autor se propõe a traçar o perfil do fotógrafo Henri Cartier-Bresson, construído após cinco anos de constantes conversas. Fotos como a de Albert Camus equilibrando um cigarro, Jean-Paul Sartre, na Pont des Arts, os funerais de Churchill e Gandhi, os retratos de Coco Chanel, William Faulkner e Samuel Beckett, a Guerra Civil Espanhola, a libertação de Paris, a Alemanha em ruínas são exemplos da obra de Henri Cartier-Bresson.


Sebastião Salgado :Coleção Photo Poche , Sebastião Salgado 

Sebastião Salgado foi o primeiro fotógrafo brasileiro a integrar a coleção Photo Poche. Nascido em 1944, em Aimorés, Minas Gerais, estudou economia, mas logo se interessou pela fotografia e seu potencial expressivo e político. Trabalhadores e crianças em situação de risco, êxodos e rituais fúnebres são imagens que se tornaram símbolos de seu modo único de retratar e denunciar os limites da condição humana. Com uma estética precisa e uma solidariedade incondicional aos sujeitos que registra, sua produção fez dele um fotógrafo premiado em todo o mundo.


Man Ray – Coleção Photo Poche, Man Ray

Man Ray (1890-1976) é conhecido como o grande fotógrafo do surrealismo. Iniciado na pintura desde jovem, passou a usar a câmera fotográfica para produzir imagens artísticas. Suas “raiografias”, definidas por Jean Cocteau como “quadros pintados com a luz”, foram inovações perturbadoras no contexto de uma visão moderna da fotografia como documento da realidade. Essa técnica tomou-se para ele um modo de expressão com o qual explorou composições abstratas e o campo do fantástico. Fez ainda retratos memoráveis de seus contemporâneos, como Marcel Duchamp, Henri Matisse e André Breton.


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