10 livros para ficar por dentro da Bienal de São Paulo
Maior evento literário da América Latina, Bienal do Livro abre seus portões essa semana
A 25ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo começa amanhã (3) e, neste ano, os organizadores prometem uma agenda baseada na diversidade de temas, gêneros e público-alvo. O evento está marcado para acontecer até o dia 12 de agosto e vai oferecer cerca de 1.500 horas de programação para os visitantes que forem ao Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista.
Entre os mais de 10 espaços culturais dispostos pelo local, autores brasileiros, internacionais e outros convidados vão abordar assuntos como cultura pop, gastronomia, fé e ciência, mercado de trabalho, filosofia na educação infantil e a relação entre literatura e audiovisual. Além disso, a Bienal também abrirá espaço para a cultura nordestina com o Espaço Cordel e Repente.
Questões sociais serão debatidas no Salão das Ideias, com a presença, inclusive, de especialistas da UNESCO e outras instituições de educação e cultura. O grupo pretende pretende avaliar os habitos de leitura dos brasileiros e novos dados sobre o afalbetismo levantados a partir do Indicador de Alfabetismo Funcional de 2018 e da pesquisa Retratos da Leitura, realizada pelo Instituto Pró-Livro.
Já nesta quinta, o CDO da Livraria Cultura e da Estante Virtual, Sérgio Ciglione, participa do InterLivro, um evento da Bienal que discute a indústria literária do Brasil. Às 14h, ele se reúne com Anselmo Bortolin, da Meta Brasil e Eduardo Oliveira, da F1 Soluções, para conversar sobre o tema “Vendas Online: Ameaça ou Oportunidade?”.
A programação completa da Bienal 2018 e outras informações sobre entrada estão disponíveis no site da feira, mas para já deixar você no clima do que vai bombar por lá, separamos livros de alguns dos escritores mais esperados do evento! Confira abaixo.
O Inferno Somos Nós, de Monja Coen e Leandro Karnal
Monja Coen é presença confirmada em duas conversas na edição deste ano. Conhecida por sua atividade como missionária budista, é autora de diversos livros sobre espiritualidade, sendo seu lançamento mais recente o livro O Inferno Somos Nós, em parceria com Leandro Karnal. Na obra, a dupla discorre sobre o que alimenta a violência que vemos na sociedade atual e por quais caminhos é possível seguir para que se chegue em uma cultura de paz.
O Menino Maluquinho, de Ziraldo
Clássico infantil, O Menino Maluquinho conta a história de um garoto bastante bagunceiro, mas também muito alegre e amoroso, que, entre uma confusão e outra, inventa brincadeiras e se diverte com os amigos. Para o evento de São Paulo, Ziraldo se junta, no sábado, a Mauricio de Sousa em um bate-papo que também marca o lançamento do livro Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica, uma reunião das maiores obras dos dois autores.
Na Minha Pele, de Lázaro Ramos
Também no sábado é o dia do ator Lázaro Ramos na Bienal. Ele adentra mais ainda no mundo da literatura com Na Minha Pele, livro em que reflete sobre questões raciais, étnicas, de gênero, entre outras. Apesar de não ser um texto biográfico, a obra também relata acontecimentos reais da vida do escritor, que expõe ao longo das páginas seu desejo de estar em uma sociedade que aprecia a diversidade em vez de temê-la.
Qual É A Tua Obra?, de Mario Sérgio Cortella
Em um de seus primeiros livros, Mario Sérgio Cortella, que participa da Bienal nos dois finais de semana, aborda as inquietações do mundo corporativo, esclarecendo conceitos e pré-conceitos sobre o assunto; entre eles, a ideia de trabalho enquanto castigo e a imagem do líder. Apesar de ter sido sucedido por outros grandes sucessos, Qual É A Tua Obra? continua sendo um dos títulos mais importantes de Cortella, que hoje é um dos pensadores mais celebrados do país.
Me Poupe!, de Nathalia Arcuri
Conhecida no YouTube pelo seu canal de finanças, Nathalia Arcuri é participa do evento no dia 6 (segunda-feira). Ela conta em seu primeiro livro sua trajetória na saga de poupar dinheiro, que começou ainda criança, aos 7 anos. Entre dicas, relatos de situações complicadas e incertezas normais a qualquer pessoa, a escritora reúne os 10 passos que considera definitivos para se ter sucesso na arte da economia.
A Mulher na Janela, de A. J. Finn
Logo em seu romance de estreia, A. J. Finn alcançou sucesso de vendas, foi bem recebido pela crítica e agora aguarda o lançamento de sua história nas telas do cinema. Um dos autores mais aguardados do primeiro final de semana da Bienal deste ano, Finn narra em A Mulher na Janela a vida de Anna Fox, uma mulher solitária e reclusa que se vê obcecada em vigiar os novos vizinhos, até que acaba testemunhando algo assustador.
Encruzilhada, de Marcelo D’Salete
Marcelo D’Salete é o mais novo vencedor do Prêmio Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos, e participa de um bate-papo sobre o ofício do quadrinista na Praça da Palavra da feira literária. Em sua HQ Encruzilhada, o brasileiro natural de São Paulo retrata cinco histórias que se passam dentro do cenário periférico da cidade grande, entre becos, vielas e condomínios. Os personagens vivenciam dramas comuns às pessoas, que causam impacto não pelos acontecimentos em si, mas pelo estilo gráfico que conduz a história.
Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro
Para falar de algumas questões presentes em seu novo livro, a filósofa Djamila Ribeiro comperece a uma mesa no Salão das Ideias. Dividido entre um ensaio autobiográfico e uma seleção de artigos publicados originalmente na revista CartaCapital, Quem Tem Medo do Feminismo Negro? analisa alguns pontos comuns às mulheres negras. A autora aborda desde o processo de silenciamento que decorre da discriminação racial ao orgulho de reconhecer e exaltar as próprias origens, passando ainda por temas como cotas raciais, intolerância religiosa, o início do movimento feminista negro, entre outros.
Trinta e Poucos, de Antonio Prata
Antonio Prata é um dos convidados da Bienal 2018 para uma conversa sobre a crônica enquanto gênero literário neste sábado (4). Para Trinta e Poucos, livro de 2016, o escritor reuniu alguns de seus melhores textos, que o consagraram como um dos principais cronistas da atualidade no Brasil. Assuntos triviais, como uma noite de sono ruim, se desenvolvem em narrativas ricas e cheias de sentido e lirismo.
Todo Dia a Mesma Noite, de Daniela Arbex
Uma das jornalistas mais importantes do país, Daniela Arbex apresenta em seu terceiro livro uma grande reportagem sobre a tragédia da Boate Kiss, que abalou o Brasil em 2013. A reconstituição de quase 250 páginas foi fundamentada em depoimentos inéditos de sobreviventes, familiares das vítimas, profissionais de saúde e equipes de resgate. Apesar de denso, Todo Dia a Mesma Noite se mostra uma importante leitura para manter viva a memória dos jovens de Santa Maria e será debatido no primeiro final de semana do Salão das Ideias da Bienal.
Se interessou por alguma leitura ou vai à Bienal de São Paulo? Conta para a gente nos comentários!
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