Conheça os livros da escritora Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro é a primeira mulher negra a ser eleita na Academia Paulista de Letras. Veja sua trajetória!
Djamila Ribeiro foi a primeira mulher negra a integrar a Academia Paulista de Letras. A nova imortal foi eleita por votação expressiva e ocupa a Cadeira 28, que pertenceu à Lygia Fagundes Telles. A cerimônia aconteceu no início de setembro e contou com a presença de nomes como Conceição Evaristo, Mauricio de Sousa, Maria Adelaide Amaral, Leandro Karnal, Leci Brandão e Ignácio de Loyola Brandão.
Nascida em Santos, São Paulo, no dia 1 de agosto de 1980, Djamila é filósofa, ativista social, professora, pesquisadora e escritora. Considerada uma das mais importantes vozes no pensamento e na luta antirracista e feminista no Brasil, começou sua vida acadêmica aos 28 anos, cursou a graduação em Filosofia, entre 2008 e 2012, e mestrado em Filosofia Política, entre 2013 e 2105, ambos os cursos pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Durante o mestrado, estudou as obras das filósofas Simone de Beauvoir e Judith Butler, demonstrando suas aproximações e distanciamentos, bem como os diferentes critérios de ação política.
Djamila Ribeiro: bibliografia e referências
Foi somente em 2017, aos 37 anos, que Djamila teve a oportunidade de publicar seu primeiro livro “Lugar de Fala” (2017). Em seguida, publicou “Quem tem Medo do Feminismo Negro?” (2018) e “Pequeno Manual Antirracista” (2019). Esse último foi vencedor do Prêmio Jabuti 2020, na categoria Ciências Humanas.
As obras de Djamila abordam temas como racismo, negritude, violência racial e de gênero, feminismo negro, cultura e branquitude. Temáticas essenciais e urgentes em nossa sociedade. Já entre os conceitos trabalhados na obra de Djamila, está o de “interseccionalidade”, com foco em raça, gênero e classe social, trazendo à tona, sobretudo, os vários sistemas de opressão que impactam a vida de pessoas negras.
Entre os autores lidos por Djamila, estão bell hooks, Chimamanda Ngozi Adichie, Carolina Maria de Jesus, Lima Barreto, Sueli Carneiro, Alice Walker, Angela Davis e Toni Morrison.
Para conhecer o pensamento de Djamila Ribeiro e refletir sobre a questão racial e o feminismo negro no Brasil, selecionei três livros da autora e dois livros da Coleção Feminismos Plurais , coordenada por Djamila. Confira a lista e boa leitura!
Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro
“Lugar de fala”, de Djamila Ribeiro, foi publicado pela primeira vez em 2017 e hoje integra a “Coleção Feminismos Plurais”, que tem como objetivo trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. No livro, Djamila desmistifica o conceito de “lugar de fala” e contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que, assim, seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.
Quem tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro
Em “Quem tem medo do feminismo negro?”, publicado em 2018, Djamila apresenta um ensaio autobiográfico inédito e reúne uma seleção de artigos publicados no blog da revista Carta Capital, no qual foi colunista entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível.
Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro
“Pequeno Manual Antirracista” foi vencedor do Prêmio Jabuti 2020, na categoria Ciências humanas. Nele, Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. A autora argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
Racismo Estrutural, de Silvio de Almeida
Neste livro, a partir do conceito de “Racismo Estrutural”, Silvio de Almeida, advogado, filósofo e professor universitário, apresenta dados estatísticos e discute como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.
Intolerância religiosa, de Sidnei Nogueira
Em Intolerância religiosa, livro finalista do Prêmio Jabuti 2021, na categoria Ciências Humanas, o babalorixá Sidnei Nogueira apresenta um histórico da intolerância religiosa no Brasil, lembrando também de momentos importantes da história da humanidade marcados pela dominação religiosa, como o Império Romano, Idade Média e Nazismo. A partir daí, discute a expressão “intolerância religiosa”, utilizada atualmente para descrever um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças, rituais e práticas religiosas consideradas não hegemônicas. Práticas que, somadas à falta de habilidade ou de vontade em reconhecer e respeitar diferentes crenças de terceiros, são consideradas crimes de ódio e ferem a liberdade e a dignidade humanas.
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Das 40 cadeiras apenas 12,5% são ocupadas por mulheres e 2,5% por negros!!