Três doses de Leminski para começar bem a semana
Três poesias e três livros da genial Besta dos Pinheirais para começarmos bem o dia! Paulo Leminski Filho nasceu em 24 de agosto de 1944, em Curitiba. Conhecido como “Besta dos Pinheirais”, ele era uma verdadeira força da natureza. Além de poeta, foi escritor, tradutor e professor. É autor de biografias sobre Cruz e Sousa e Trotsky. Leminski também compôs letras de música em parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som. E, ainda por cima, era faixa preta de judô. Ele faleceu em 1989, deixando um legado de poesia, lirismo e fúria. Para celebrar a vida e obra do autor, separamos três de suas obras mais famosas. Afinal, toda semana deveria começar assim – com poesia.
No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto
a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais
mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas.
Este poema foi extraído do livro Toda Poesia.
[caption id="attachment_18538" align="aligncenter" width="290"] Veja livro[/caption]Um homem com uma dor É muito mais elegante Caminha assim de lado Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante Carrega o peso da dor Como se portasse medalhas Uma coroa, um milhão de dólares Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos Não me toquem nesse dor Ela é tudo o que me sobra Sofrer vai ser a minha última obra
Este poema foi extraído do livro Caprichos & Relaxos.
[caption id="attachment_18539" align="aligncenter" width="200"] Veja livro[/caption] * O Sebo Só Ler, de Santa Catarina, tem um exemplar autografado pelo autor.Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?
Ao ver teu rosto feito tocha Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha Sim, eu estarei aqui
Este poema foi extraído do livro Distraídos Venceremos.
[caption id="attachment_18540" align="aligncenter" width="262"] Veja livro[/caption]VEJA TAMBÉM: Conheça a obra completa de Paulo Leminski, um dos maiores escritores da literatura nacional
Qual a sua poesia favorita de Leminski? Deixe sua opinião e participe da conversa.
[wysija_form id=”5″] ]]>
- Cinco livros e cinco frases para lembrar de Henfil - 16.01.2017
- Cinco livros e cinco frases de Clarice Lispector - 12.12.2016
- Livros inesquecíveis de Pablo Neruda - 14.09.2016