Autores que usam ou já usaram pseudônimos
J. K. Rowling foram surpreendidos com a notícia recente de que ela havia escrito um novo livro – The Cuckoo’s Calling (ainda sem tradução no Brasil). Toda surpresa não se deu por causa da trama mas porque Rowling utilizou um pseudônimo, Robert Galbraith, para escrever a nova obra. Com a descoberta, as opiniões ficaram divididas. Muita gente aplaudiu e outros especularam que tudo não passou de um golpe de marketing. Boatos de lado, a verdade é que não é de hoje que os autores utilizam esse recurso, seja para testar a crítica e gerar certo mistério acerca do novo escritor, seja para escrever gêneros diferentes e não acabar confundindo seus fãs. Esse é o caso da escritora Meg Cabot, famosa por seus livros infanto-juvenis, que adotou o nome de Patrícia Cabot para escrever romances picantes, nada apropriados para menores de 18 anos. Até mesmo a Rainha do Crime, Agatha Christie, resolveu virar Mary Westmacott para escrever histórias românticas. E quando quatro autores escrevem juntos sob um mesmo pseudônimo? O romancista Aluísio de Azevedo, o poeta Olavo Bilac, o jornalista Pardal Mallet e o dramaturgo Coelho Neto escreviam folhetins do final do século XIX sob o mesmo pseudônimo, Victor Leal, que teve até caricatura (!), mas que, curiosamente, nunca ninguém viu na rua ou nos encontros de escritores da época. Alguns pseudônimos tornaram-se tão conhecidos que muita gente ainda desconhece os verdadeiros nomes dos escritores. O Nobel da Literatura de 1971, Pablo Neruda, por exemplo, na verdade se chama Ricardo Neftalí Reyes Basoalto. Um caso emblemático do uso contínuo de pseudônimos é o do poeta Fernando Pessoa que ultrapassou os pseudônimos e criou os heterônimos: pseudônimos com uma identidade própria.
Oi
A utilização do pseudônimo alia a estratégia de marketing com o desejo de materialização dos personagens que circundam o universo místico do escritor.